Depois de terem estabelecido novas amizades e relacionamentos e vivido intensas emoções ao decorrer do ano em Hogwarts, esses jovens bruxos e bruxas se deparam com uma situação de risco.
O desaparecimento repentino de Melissa indica que a escola de...
- Por que raios tem acromântulas em uma floresta dentro do terreno de uma escola cheia de jovens? - Alban questionou, indignado. Ele estava novamente na sala precisa junto com Bella Lena, Ethan, Beatrice, Rafael, Dalilah e Patrick. Aquele lugar os havia acolhido de tal forma que até os pufes que ali surgiam quando passavam na frente da porta pareciam estar em um formato mais adequado para seus respectivos traseiros.
- Primeiro porque ninguém ousaria tirar elas de lá. E também porque a floresta é preservação natural, o que significa que também pertence às criaturas mágicas. De quebra, o veneno das acromântulas é muito valioso. - Patrick explicou enquanto mexia no cabelo de Dalilah, que estava em seu colo.
- Acho que de qualquer jeito o que importa agora é o que vamos fazer pra tirar a Mel de lá, sabendo que temos empecilhos como as acromântulas, os centauros e outras criaturas. - Beatrice dizia enquanto raciocinava.
- Seria bom dar um jeito de saber o ponto exato que ela tá. Aí a gente não precisa ficar rodando a floresta em vão procurando e correr o risco de esbarrar em alguma criatura. - Dalilah sugeriu.
- Seria perfeito! Mas… Como? - Bia não conseguia articular nenhuma forma de realizar aquilo. - Se alguém voasse com a vassoura, seríamos pegos.
- E se alguém voasse sem vassoura? Deve ter alguém em Hogwarts que é animago… Sem registro no Ministério, sabem? - Ethan disse e agradou a todos com a ideia.
- Verdade! O único problema é que não dá pra sair perguntando por aí se as pessoas são animagos ilegais… Vocês conhecem alguém? - Beatrice falou, estando ao mesmo tempo empolgada e preocupada com a ideia. - Se nós mesmos fossemos preparar a poção pra animago, demoraríamos muito tempo…
- Eu não acredito que vou falar isso de novo. - Bella Lena disse após alguns segundos de silêncio terem se passado. - Mas, outra vez, acho que Félix pode ajudar. Ele conhece alguém aqui em Hogwarts que vende todo tipo de coisa clandestina.
- Como assim, Bella? - Dalilah sentou-se para prestar mais atenção.
- Lembro que uma vez ele estava bebendo alguma coisa que não sei como ele conseguiu, mas era ilegal, eu até tomei um gole. E outra coisa… No dia que fomos até o dormitório dele pedir ajuda pra rastrear o celular da Mel, Patrick perguntou como ele tinha conseguido trazer um computador pro castelo, sendo que só são permitidos celulares…
- E ele disse que não trouxe, mas conhecia pessoas!!! - Patrick completou, percebendo a lógica que aquilo tudo tinha.
- Já sabemos que o Félix é confiável, mas tenho a impressão que essa informação ele não vai passar pra qualquer pessoa, já que ele tem a confiança desse cara que arruma coisas ilegais. Até porque é uma conclusão nossa, mas ele mesmo nunca mencionou essa pessoa. - Dalilah falou e, logo em seguida, lançou um olhar a Bella Lena.
- Realmente, Bella, você é a única pessoa que ele vai contar isso porque é apaixonadinho por você… Espero que não se importe. - Beatrice teve coragem de pedir.
- Tudo bem. Eu vou. - Bella respondeu após ter respirado fundo. Sabia que estar sozinha com Félix não faria bem para sua tentativa de superá-lo, mas, naquele momento, pensava em Ethan e não em si mesma.
- Eu amo você… - Ethan falou em voz baixa, como de fosse capaz de ler a mente da amiga. E às vezes ele acreditava que realmente conseguia fazer isso com ela e vice-versa.
Logo após o jantar, Félix dirigiu-se à escadaria principal, diante da qual Bella Lena o havia pedido para encontrá-la. Estava nervoso apesar de ela ter deixado muito claro na mensagem que queria pedir a ajuda dele.
- Vamos andar um pouco? - Bella sugeriu assim que Félix chegou. - Aqui tá muito movimentado… Vão acabar nos ouvindo.
- Como preferir. - Ele respondeu.
Bella os guiou para perto do salão comunal da Lufa-Lufa, virou-se para Félix e respirou fundo.
- Bem… isso ainda é sobre o sumiço da Melissa. - Ela falou, de forma muito calma. - A questão é… eu sei que você conhece alguém aqui em Hogwarts que trafica coisas. Precisamos que algum de nós vire um animago, mas a poção pra isso demora muito pra ser preparada e não temos tempo pra isso.
- A pessoa que eu conheço pode ajudar, tenho certeza. - Ele respondeu e fez uma pausa. - E eu não revelo a identidade dessa pessoa pra qualquer um…
- Ah, ótimo. - Bella não conseguia disfarçar seu desapontamento naquela hora. - O que você quer que eu faça em troca?
- Você realmente acha que eu te considero "qualquer um"? - Félix disse, e Bella nunca o havia visto falar tão sério antes, o que a fez ruborizar na hora. - Vou te falar quem é, óbvio.
- Não vou contar pra ninguém. Prometo. - Ela esboçou um sorrisinho.
- Eu posso fazer o trabalho sujo. - Beatrice ofereceu-se, novamente na sala precisa e ainda mais tarde da noite. Dessa vez, ao adentrarem na sala, notaram uma pequena diferença: havia um lugar a mais para sentar. Dessa forma, interpretaram que Félix deveria estar com eles durante aqueles momentos, já que sua ajuda, até então, havia sido de suma importância.
- Pensei nisso também. Já que você e o Rafael ficaram detidos… sei lá, é uma justificativa pra estar fora da cama à meia noite. - Dalilah concluiu.
- Perfeito. Agora só precisamos falar com o tal cara. - Beatrice respondeu.
- Eu vou com você. - Patrick se dispôs. - Já que o cara também é da Corvinal, não custa nada.
- Se preparem. Porque ele consegue tudo, mas com certeza vai querer algo em troca. - Alertou Félix.
- Que tipo de coisa? - Ethan perguntou.
- Isso depende muito. Ele é inteligente, mas muito perigoso…
Ethan estava aliviado por estarem tão perto de resgatar Melissa. Ele ainda pensava que deveria ter dado um jeito de convencer Bella de que precisavam voltar para a floresta naquele dia, ou até mesmo ter voltado sozinho. Não conseguia parar de pensar em Mel e nas acromântulas que moravam naquele lugar. Também era incapaz de largar o cachecol que estava amarrado no tronco daquela árvore. Ele o deixava em cima do próprio malão, ao lado de sua cama, e vez ou outra pegava para analisar ou só para ficar olhando para ele.
A única certeza que tinha era que, enquanto houvesse o mínimo de esperança, estaria 100% disposto a ir atrás.
Não sabia exatamente qual era o motivo, mas Alban sentia-se incomodado com a presença de Félix no grupo de amigos. Talvez fosse porque o colega era da Sonserina bem como Silas Ryan e, consequentemente, poderia acabar descobrindo alguma coisa. Era diferente com Dalilah, que apesar de pertencer à mesma casa não parecia conhecer a todos ou ter a mesma popularidade de Félix dentro da Sonserina.
Alban só queria que tudo aquilo acabasse logo para que, enfim, pudesse ficar com quem ele ama. Além de tudo, estar com aquelas pessoas era, de certa forma, doloroso, já que era obrigado a conviver com Rafael, que costumava ser seu melhor amigo e agora havia mudado bruscamente por causa de uma garota.
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