Eu sempre lembrarei de nós desse jeito

19 1 0
                                    

Era quase meia noite e Félix ainda estava bem acordado. Passava repetidamente a cena dos colegas o agradecendo e saindo de seu quarto e Bella Lena tendo ficado ali por mais alguns instantes, para agradecê-lo quando estivessem a sós. Tentava encontrar um mínimo de significado naquele ato, mesmo sabendo que talvez não fosse nada de mais.

Os amigos que dividiam o dormitório com ele já estavam dormindo ou ao menos deitados em silêncio quando ouviu passos no corredor. Imediatamente, lembrou-se de sua conversa com Alice a respeito de Silas Ryan, o garoto que vagava pelo castelo quase todas as madrugadas e causava problemas para a Sonserina.

Sem pensar duas vezes, saiu da cama para averiguar se realmente era Ryan. E, de fato, era.

Conforme o combinado, Alban deixou a torre da Grifinória quando faltavam alguns minutos para uma hora da manhã e foi ao encontro de Silas. Mais uma vez, teve a sensação de que o que estava fazendo era errado, mas ao mesmo tempo lhe parecia o mais correto. Não deveria se importar tanto com o que falariam dele.

O brilho de duas varinha iluminava o caminho até a biblioteca. Patrick e Dalilah haviam pensando em simplesmente utilizar a lanterna dos celulares, mas a luz atingiria uma distância maior e teriam menos tempo para reagir caso alguém os visse. Até porque era estritamente proibido andar pelo castelo durante a madrugada.

Conseguiram chegar à biblioteca depois de uma caminhada pelos corredores. Vez ou outra desligaram as luzes de suas varinhas pois detectaram pequenos movimento, que na maioria das vezes vinham dos quadros ou até mesmo de animais de estimação dos alunos.

- Alohomora. - Dalilah sussurrou e empurrou a porta para que entrassem na seção reservada.

- Eu procuro de um lado e você de outro ou procuramos juntos em tudo? - Perguntou Patrick.

- Seria mais rápido se a gente se separasse… Mas prefiro que que você venha junto. Tá me dando medo.

- Tudo bem, duas varinhas acesas iluminam mais do que uma.

Os dois demoraram um bom tempo para revistar todos os cantos e corredores na esperança de que, entre as estantes, achassem Melissa possivelmente estuporada ou petrificada, apesar de Dalilah ser incapaz de pensar em uma razão sequer pela qual alguém atacaria sua amiga.

- Acho que já passamos nesse corredor… - Patrick disse de forma quase inaudível.

- É isso. Já rodamos o lugar todo e ela não tá aqui. - Ao contrário do corvino, Dalilah não conseguia controlar seu tom de voz e tampouco disfarçar a onda de desespero que a havia atingido ao perceber que Melissa não estava no lugar que todos consideravam ser o mais provável de encontrá-la.

- Ah não… - Patrick disse ao perceber que lágrimas silenciosas começaram a escorrer dos olhos da garota. - Ela vai aparecer… Confia em mim!

Ele a ajudou a sentar em cima da mesa que ficava próxima à porta e colocou os braços ao redor do quadril da garota. Dalilah deixou que as lágrimas escorressem durante alguns minutos e, pela primeira vez, perdeu as esperanças de encontrar sua amiga, pensando que ela poderia estar até mesmo morta.

Depois de também ter se sentado na mesa, Patrick secou com delicadeza as últimas lágrimas que escorriam no rosto da menina e a beijou. Eles ficaram juntos em silêncio durante algum tempo até Dalilah conseguir se recompor.

- Vamos embora daqui? - O garoto disse já se levantando, mas foi puxado de volta para perto para um segundo beijo, dessa vez um pouco mais intenso, e já não queria mais sair dali tão cedo.

A Floresta Proibida estava fria e escura quando Ethan e Bella Lena conseguiram sair proibidamente do castelo durante a madrugada. Ouviam barulhos de folhas e galhos a cada passo que davam já na orla da floresta e estavam decididos a não utilizar nada para iluminar o caminho até certo ponto, já que a luz poderia chamar atenção de alguém que estivesse olhando pelas janelas do castelo.

InfiltradosOnde histórias criam vida. Descubra agora