- Tem certeza que vocês acham vermelho ruim? – Layla estava na casa de Ana, discutindo sobre os detalhes de seu casamento junto com Bernardo, via FaceTime.
- Eu acho vermelho mais sexy do que romântico. – Bernardo, que também tinha virado grande amigo de Layla, falava do outro lado da linha.
- Mas são flores, têm de ser vermelhas. Não!? – a noiva coçou a cabeça e se jogou no sofá. – Ai, gente, francamente, casar está sendo mais difícil do que imaginei.
- Acalme-se, mulher. – Ana disse rindo, ainda em frente ao computador, vendo que Bernardo o acompanhava na risada. – Vamos conseguir escolher a melhor cor, o melhor vestido, tudo! – ela sorriu. – E esse vai ser o casamento mais lindo que já presenciou.
- Vou passar esse fim de semana de jogo aí, no sábado vemos mais coisas do casamento. – o rapaz disse do outro lado da linha.
- Bê, você está sendo uma madrinha melhor que a Ana. – Layla levantou do sofá ficando em frente a câmera do MacBook. – E olha que você nem é mulher!
- Mas sou uma pessoa romântica, fazer o que? – ele riu e Ana deu língua para o amigo.
- Chega de você por hoje, Bernardo. – a médica riu enquanto ameaçava fechar o computador. – Vai descansar que depois de amanhã você vem pra Madrid. – sorriu e o garoto maneou a cabeça.
- E você fica mais velha! – Silva estalou os dedos e apontou para amiga.
- Não precisava me lembrar disso. – colocou a mão no peito, fingindo ofensa. – Tchau, príncipe.
- Tchau, Bê. – Layla que no meio da conversa tinha saído para pegar algum quitute na cozinha, gritou.
Ana fechou o computador, indo ao encontro de sua amiga na cozinha.
- Você já vai? – Ana perguntou, fazendo cara de desolada.
- Ah, amiga. – Layla correu para envolver a amiga em um abraço.
- Sinto falta de você comigo todos os dias. – as palavras saíram sem força.
- Também sinto. Mas, estou muito feliz, Ana. – ela afastou a amiga de seus braços, olhando em seus olhos. – Eu vou casar com o amor da minha vida, na cidade dos meus sonhos, trabalho com o que amo e tenho amigos fantásticos. – ela sorriu sinceramente. – Eu não poderia pedir mais nada.
Ana não conseguiu fazer nada além de puxar a amiga para outro abraço.
- Eu te amo. – disse. – Estou tão feliz por você.
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Sexta feira, Manchester City x Real Madrid
Ana, Layla e Tom, seu noivo estavam na arquibancada, a poucos metros do campo. Um presente de Bernardo a eles "para comemorar o noivado e o aniversário", nas palavras dele.
O estádio estava repleto de torcedores merengues, afinal aquela era a casa deles. Ana vestia uma camisa do Manchester City com o nome "Silva", assim como Layla e Tom.
Nada melhor do que amigos que se apoiam, né?
- Não é possível, Ana. – Layla dizia indignada. – Seu pai passa alguma coisa na careca em dias de jogo. – ela apontou para Pep que estava próximo do campo. – Nenhuma cabeça brilha desse jeito.
A garota não conseguiu conter a gargalhada com o comentário da amiga, observou o pai e percebeu que Layla não mentiu. Realmente a careca dele estava mais brilhante.
Mesmo sem querer ser relacionada a Pep na mídia, ela amava o pai e o admirava. Diferente dos irmãos, a garota era filha só de Guardiola, a mais velha, fruto de um amor proibido com uma brasileira. Mas isso não a fazia menos filha, pelo contrário, ela era a primeira filha dele.