Capítulo 1: O início de tudo.

155 51 93
                                    

  As 7 horas o despertador toca e inicia com ele mais um dia do resto da minha vida, um comum e cansativo dia. Chamam me de X, por algum motivo sempre fui apaixonado pelo desconhecido. Sem opção levanto me, caminho até o banheiro, ligo o chuveiro buscando ânimo ou pelo menos algum motivo para seguir em frente, sem êxito em minha busca, visto me e saio de casa, como faço em todas as manhãs, o ônibus que eu tanto pegara havia partido.

  Moro longe do local onde trabalho, caminho sem rumo pela rua, olhando a triste e fria cidade, acontece que o inverno chegara mais cedo neste ano. Meu dia começara horrível mas já era algo comum. Após aproximadamente 40 minutos de caminhada chego ao serviço, atrasado, ouço ao longe uma breve ameaça sobre uma possível demissão de algum membro da empresa, sento me atrás do balcão da loja. Não consigo esconder minha insatisfação com o lugar onde trabalho, odeio meu emprego e isso andava estampado em minha face, porém minha condição financeira não é das melhores, lamento está chaga com uma certa frequência. Talvez eu goste do meu emprego, talvez o defeito seja as pessoas, as pessoas são tóxicas.

O dia vai passando e chega até mim uma senhora muito Gentil, faço a função de caixa, e por ser uma loja pequena só à eu e um atendente no local. Uma senhora finaliza a compra.

- Deu 21,80.

  A senhora saca uma nota de cem reais, olho para baixo, em direção ao caixa e noto que não havia troco, sem opções peço que espere um segundo por não haver troco. Ao passar pela porta, direciono-me a uma antiga padaria, havia uma imensa fila por ser horário de pico, meu dia só piorava, eu odiava o frio, as pessoas a minha volta se tornam ainda mais superficiais, pareciam um bando de antisociais, todos em seus malditos celulares. A fila pouco a pouco andava, uma garota lutava contra o sono atrás de mim, aproveito o breve tempo para analisar as pessoas a minha volta. Uma mãe mexendo no celular enquanto seu filho jogava itens pertencentes a prateleira ao chão, um casal a minha frente agindo como completos desconhecidos, até que a garota cai sobre meu ombro,ela perdera a batalha contra o sono.

- Desculpe-me, este frio junto a este lugar me causam sono.

Com um leve sorriso em meu rosto digo a ela que estava tudo bem.
Enfim, chego ao caixa, converso com o senhor Carlos.

- Bom dia.-diz ele com um sorriso

- Bom dia, teria como me ajudar?-digo mostrando a nota.

Carlos era muito egoísta mas por algum motivo troca o dinheiro. Ao pegar as notas agradeço, viro me voltando a espiar a fila, a mulher que antes cochilava se encontrava atenta, sorri para mim, que sem entender aceno com a cabeça e volto para a senhora que me aguarda. Finalizo o atendimento e volto ao meu posto.

E assim o dia já passando, até que um rosto familiar entra na loja e se dirige a mim, era a mesma mulher que vi na padaria.

- Como se chama?-diz ela com as bochechas levemente coradas.
Era uma armadilha, eu podia sentir, penso em mil formas de sair daquela situação.
No momento em que dizia meu nome um caminhão buzina na rua.
Pergunto então:
-E o seu?
Então, ela me entrega um papel, ao fazer isso vai em direção a porta, sorrindo.

Eu sempre fui apaixonado pelo desconhecido mas algo me dizia que não era uma boa idéia ir atrás, então, amasso o papel sem nem ao menos conferir do que se tratara, o jogo em direção ao lixo e me viro voltando ao meu posto.

As Cores Do InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora