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Abri a porta do banheiro enquanto secava meus cabelos com uma toalha. Johnny tinha razão a água estava muito boa.

"Você fica tão fofo vestindo roupas maiores que você, hyung" Me assustei com o comentário repentino, sua voz me impactava de uma maneira esquisita.

Johnny me encarava deitado de lado na minha cama apoiado no cotovelo. Ele me olhava sorrindo, as vezes eu chegava a pensar que odiava aquele sorriso.

"Não se esqueça que você me acha fofo com qualquer 'a' que eu falo, Johnny" Eu disse revirando os olhos e Johnny riu se jogando na cama enquanto cobria o rosto com as mãos, o menino era uma perfeita criança.

Olhei-me no espelho e baguncei os cabelos castanhos úmidos. Comecei a achar que minha cara de sono já estava se tornando parte de mim, mesmo se houver algum dia em que eu não esteja com sono.

Distraído, não notei quando Johnny se levantou da minha cama e me deu um abraço apertado por trás. Com o susto apoiei as mãos sobre o pequeno armário a minha frente enquanto ele apertava minha cintura como se não houvesse amanhã.

"Johnny você vai me partir ao meio, para de viadagem"

"Não vou nada, o que você está fazendo é um eufemismo-"

"Hipérbole"

"Foi o que eu disse"

Revirei os olhos e tentei bater em seu braço, ele finalmente me soltou. Virei de frente para ele e o vi com um beicinho nos lábios.

Estava me desestabilizando emocionalmente, que jogo sujo.

Toquei seu beicinho com o indicador e o abracei pelo pescoço com um pulo, eu sabia que ele adorava quando eu fazia isso. Ouvi sua risada próxima ao meu ouvido, aquele som poderia salvar vidas.

Johnny abraçou minha cintura e me ergueu, andando em direção a minha cama. Me deitou cuidadosamente e pela primeira vez eu olhava para o seu rosto naquele ângulo e naquela distância, sequer sabia como reagir. Ele se apoiava com uma mão em cada lado da minha cabeça, e não afastava seu rosto do meu. Seus olhos nunca estiveram tão tensos, eu não sabia nem como respirar mais, meu olhar desceu para seus lábios e eu não evitei umedecer os meus próprios.

Johnny de repente pareceu ter acordado de um transe, saiu de cima de mim e arrumou-se em minha cama para deitar. Sentei na cama ainda meio atordoado e passei a mão nos cabelos. Que porra foi aquela?

"Hyung?" O susto me levou a encará-lo na mesma hora. "Você não vem deitar? Eu... Estou morrendo de sono."

Assenti forçando um mínimo sorriso e deitei-me ao seu lado.

Ele me abraçou forte e fechou os olhos, seu queixo apoiado em cima da minha cabeça. Nós nunca tínhamos dormido daquela forma, apesar da várias vezes que ele havia dormido em casa. Seu perfume era incomparável, eu o reconhecia mais do que o meu próprio. Talvez tivesse confundido suas sensações quando parou em frente ao meu rosto naquela hora, mas eu sabia muito bem o que eu estava sentindo. Era como se eu pudesse enxergar o universo inteiro dentro dos olhos dele, e quando eu encarei seus lábios entre abertos, eu também sabia muito bem o que eu queria. Meu coração se tornou descompassado, mas não tive coragem de o beijar embora fosse tudo o que eu quisesse naquele momento.

Talvez devêssemos ser só amigos mesmo. Talvez o confuso nessa história seja eu, mas também era como se eu não tivesse dúvida alguma dos meus sentimentos em relação a ele ao mesmo tempo. Então uma singela lágrima desceu sobre meu rosto, Johnny já estava dormindo, isso era visível. Admirei seu rosto angelical mais alguns minutos, eu podia jurar que ele era o homem mais lindo desse universo.

Minhas pálpebras se tornavam cada vez mais pesadas e, naquela noite, o vi em meus sonhos, lindo como sempre. Não importa onde eu o via, ele sempre estava perfeito. Johnny Suh é surreal.

↠best friends,,, johnil Onde histórias criam vida. Descubra agora