nervosismo

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por estarmos submissos a nosso próprio ímpeto de adiar
somos obrigados a deixar aquilo que queríamos para trás
e foi por isso que me separei dela.
o título deste texto é dado porque quanto mais me lembro disso, mais me fragilizo emocionalmente
e divido-me de forma gradual;
atualmente sendo meu maior pavor, o terror de ficar desconcentrado para com aquelas coisas que eu sempre quis que ocorressem,
mas que nunca aconteceram,
ataca o lado do meu crânio que ainda consegue pensar
pois creio que o outro
foi tomado pelo desejo de deixar tudo para depois
e até mesmo de não conseguir realizar feitos quase feitos.
quase.

retrato tudo o que sinto em um improviso
digitado ás pressas e com o mínimo de inspiração
e com o máximo de promessas para si mesmo possíveis,
e mesmo sem conseguir fazê-las
sinto como se tudo fosse incrivelmente satisfatório.
parece que tenho habilidades em sobra para criar e inventar situações
no qual não me embaraço
ou não seja totalmente desleixado
como sempre fui,
mas não consigo executá-las por falta de coordenação e vontade.
pra ser sincero, ando perdendo toda a energia vital que restava
dentro desse corpo
que para mim nem mais me pertence..
e deixo como lembranças
todos os textos e missivas que fiz
para aquela que sempre almejei
mas que nunca tive
um mísero pingo de ganância boa, ou até mesmo coragem
para dizê-la que a amava.
me desorgulho dessas palavras
simbolizarem exatamente todo o emaranhado de coisas
que vejo e sinto,
mas ao mesmo tempo
me satisfaz saber que ainda tenho anos e anos
para viver, e aprender
a administrar o tempo que sempre imaginei que faltasse.

amores, cores e doresOnde histórias criam vida. Descubra agora