capitulo três.

3.5K 258 130
                                    

Nós morávamos na faculdade. Por isso, era fácil ficar até tarde em alguma sala praticando ou estudando teoria em alguma biblioteca. E era o que eu fazia agora.

Teríamos prova teórica em dois dias e eu ainda não havia pego no tranco. Revisava algumas coisas e absorvia outras novas. A lua já iluminava o céu do lado de fora e Joalin me fazia companhia. Minha melhor amiga reclamava a cada dois minutos.

J: Eu não aguento mais, ok? Pra que ter prova teórica se estamos estudando música, música!

A: Eu entendendo sua frustração, amiga. Não faz sentido ter prova só teórica se precisamos saber tudo isso nas práticas.

J: Exatamente!

Ela resmunga mais algumas vezes, até sua voz abaixar gradativamente. Dou risada, lendo mais uma vez o mesmo parágrafo. Eu não conseguia me concentrar de jeito nenhum.

A: Jô, vamos pro quarto? Eu não consigo mais pensar e nem me concentrar em nada.

J: Graças a Jesus, achei que nunca falaria isso. Vamos pelo amor de meu Jesus.

Dou risada de seu jeito estabanado e a sigo até nosso dormitório. Era perto da biblioteca, então nosso percurso foi curto.

O dormitório não era grande, mas era o suficiente para nós duas. Não havia cozinha pois fazíamos nossas refeições nas dependências da faculdade, mas era um espaço bom para duas jovens adultas espaçosas.

Me jogo em minha cama, esperando Joalin usar o banheiro e tomar seu banho para que eu possa ir. Fecho meus olhos e estou quase dormindo quando batidas leves na porta me faz acordar.

Levando, estranhando o horário para ter alguém em nossa porta. Abro, desconfiada, dando de cara com Noah. Tento fechar a porta mas seu pé é mais rápido. Bufo, sabendo que ele não vai desistir. Fecho a porta atrás de mim, saindo do quarto.

A: O que deu em você, Noah?

N: Queria falar com você.

A: Mas que inferno. Eu disse que não quero falar com você. Porque você apenas não me ignora como fez nesses meses todos?

N: É exatamente disso que quero conversar, Any. Me deixe tentar mais uma vez.

A: Eu não acreditando na seu cara pau, Noah. Depois de tudo o que fez ainda tem a coragem de me pedir uma segunda chance?

N: Me deixe explicar, Any, por favor.

A: Não! Suma da minha frente, agora.

O olhar de piedade de Noah sai de seu rosto. Seus olhos agora brilham em malícia. Estremeço, me recriminando por me arrepiar por ele.

Noah me prensa contra a porta, causando um baque. O som, porém, é baixo demais para que Joalin escute.

Seus olhos verdes me encaram com luxúria e meu corpo se acende pelo dele. Não consigo segurar a intensidade de seus olhos por muito tempo, fechando os meus por alguns segundos.

A: Me larga, Noah. Agora!

N: Seu cheiro continua delicioso, Any.

A: Me deixe ir, Noah. Se não eu vou gritar.

N: Tenho saudades de te ouvir gritar, linda.

Seu sussurro carregado de más intenções direciona espasmos para minha região baixa. Aperto as pernas, sentindo meu corpo amolecer diante dele.

Minha voz não passa de um sussurro baixo quando peço mais uma vez.

A: Deixe - me ir.

Ele ignora minha súplica, a boca percorrendo meu pescoço em beijos famintos. Eu já estou completamente entregue em seus braços quando Joalin grita meu nome de dentro do quarto. Seu grito me faz acordar, empurrando o garoto para longe. Em seu rosto ainda está o sorriso sacana.

Ofegante, disparo.

A: Nunca mais encoste em mim, ouviu? NUNCA MAIS.

Entro, batendo a porta e o deixando para trás. Encosto na porta, ainda ofegante, me perguntando o que tinha acabado de acontecer. Ouço Joalin gritar por mim mais uma vez. Inspiro forte, antes de lhe responder.

A: Estou indo, Jô.

Eu Me ProíboOnde histórias criam vida. Descubra agora