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Naquele dia nós havíamos nos desentendido. Era normal, tentava colocar em minha cabeça, afinal, casais brigam.

Mas nós não éramos um casal.

Meu peito apertava e doía amargamente, jurei nunca sentir dor tão forte quanto a dor da realidade. Os brotos que nasciam em meu corpo, agora estavam mucho e manchando toda minha áurea e eu sabia que conseguia ver isso mesmo tão longe agora.

— Você não é minha namorada!

Cuspiu as palavras em minha cara. A realidade. E por isso doía tanto.

Sabíamos que não éramos um casal. Mas eu preferia acreditar que sim.

Me diga,

Quando segurou minha mão forte naquela quinta-feira à tarde, dizendo-me que tinha medo de me perder, de que eu pudesse fugir assim que você adormecesse e quando eu sorri te tranquilizando dizendo-te que era sua e não fugiria nunca...

...você também disse que eu não era sua namorada?

Ou quando te encontrei naquela arquibancada, sozinha, com seus fones de sempre, e sentei em teu lado te fazendo rir em questão de segundos até seu rosto criar uma nova coloração e seus olhos entregar o quanto você se sentia livre comigo, você também disse que eu não era sua namorada?

Você beijou meu rosto por exatos 15 segundos quando te entreguei aquele anel preto que tanto queria e coloquei em seu dedo. Você também disse que gostava de mim e que se casaria comigo, de vestido verde, como seus olhos na cidade mais linda e no dia mais lindo.

— Me procure quando eu for sua namorada novamente.

assim como fui em todos
esses dias.