casual affair

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— Mamis, lembra que eu queria ir embora daqui? Foi quando eu achava que estava morando no fim de mundo e que aqui era entendiante e não tinha nada que eu pudesse fazer que me deixasse feliz, lembra?

— Eu lembro, Michael. — Karen, mãe de Michael respondeu, encarando o filho.

— Então, lembra que o papai disse que não era o lugar e sim as pessoas que faziam valer à pena?

— Lembro. — A mais velha disse simples, se preparando para levantar do sofá.

— Ai mamis, espera, senta aí de novo... Por favor?

Karen suspirou, voltou a sentar no sofá mas dessa vez cruzando os braços.

— O que você aprontou dessa vez?

— Nada. Eu só queria dizer que não precisa mais falar com a vovó para eu passar um tempo lá, eu não quero mais.

— Michael, você sabe muito bem do trabalho que foi nos convencer de que seria bom você ir morar longe e agora que só falta comprar a sua passagem você simplesmente desiste? Tá tudo bem, sério, mas o que te fez mudar de idéia?

— Tipo assim — Suspirou, tomando coragem — eu percebi que não tem nada de errado com interior e eu não sei porque queria ir embora se as pessoas mais importantes para mim estão aqui.

— Que lindo. Conheceu alguém especial?

O loiro colocou a mão no peito, abriu a boca e fez cara de surpresa junto com indignação.

— Mãezinha do meu coração, como você ousa duvidar do meu amor por vocês? Logo eu, seu filho mais querido. Tá bom, fica aí.

Clifford andou até a porta, abriu só uma brecha e cochichou algumas coisas antes de abrir mais a porta e puxar um rapaz para dentro, logo em seguida levando até diante da mãe.

— Dona Karen esse é o Luke, Luke essa é a minha mãe. Então, esse é o terceiro motivo para eu querer ficar.

Luke olhou para outro sem entender o por quê de ele usar ‘motivo’, depois olhou para a mais velha, sorrindo minimamente.

— Oi Luke, você é o namorado do Mike?

— NÃO! Eu e o Mike somos só amigos. — Luke disse, mais nervoso do que gostaria de estar.

— Assim você me magoa, Lu. Doeu bem aqui. — Apontou para o peito esquerdo, onde fica seu coração.

— Mike, para com isso, você sabe que nunca nem nos beijamos.

— Tudo bem, gente. — Karen disse, chamando a atenção. — Onde vocês se conheceram?

— Bem...

— Então, sabe que eu gostava de ir no circo, e eu conheci o Luke lá, tipo, ele é do circo mas dos bastidores, eu chamei ele para sair e a gente se deu bem. Mãe, eu pedi ele para ficar.

— Você não tinha falado antes? — Luke sussurrou para que apenas Michael o ouvisse.

Ficar onde exatamente? — Karen questionou.

— Aqui! O Luke vai ficar comigo! Falando assim soa diferente mas enfim, a gente vai ficar a maior parte do tempo na estufa porque ele gosta de lá mas basicamente ele vai ficar aqui conosco.

— Aí meu Deus! Michael, nós precisamos conversar... — Karen disse levantando do sofá.

— Karen, o Mike me disse que a senhora já sabia e concordava mas eu posso muito bem ir embora, ainda consigo alcançar a Amelia e tá tudo bem.

— Lu, não. — Michael segurou seus ombros, fazendo ele olhar em seus olhos.

— Tá tudo bem Luke, você é bem vindo, eu só preciso conversar com o Mike. Bom, fica à vontade, eu realmente preciso falar uma coisa com meu filho.

— Lu, vou te levar até meu quarto e você pode fazer o que quiser lá, eu vou falar com minha mãe e depois vou te ver. Vem comigo. — Pegou na mão do outro e saiu o conduzindo até seu quarto.

Karen observou a cena, não sabia exatamente o que sentir mas sabia que precisava conversar com calma com o seu filho e tentar entender algumas coisas que ainda não faziam sentido na sua cabeça.

too weird to live, too rare to dieOnde histórias criam vida. Descubra agora