Novas Memórias ━━ Thiago Silva

quatro

THIAGO
três dias depois

— Ela já está liberada para ir para casa. — disse o médico, olhando para Lais sentada na cama enquanto batucava os dedos na perna de forma impaciente. — Fizemos uns exames e fora a falta de memória, está tudo bem com ela. Se ela se lembrar de algo, vai se sentir tonta e fortes pontadas na cabeça, então é aconselhável que ela fique em repouso por algumas horas após esses acontecimentos.

— Entendi. — murmuro.

— Pode assinar aqui, por favor? — pediu e me entregou uma prancheta. Assino e o devolvo em seguida. — É apenas isso. — completou e acenou com a cabeça, saindo do quarto.

Me aproximo de Lais, chamando a atenção dela para mim. Observo a roupa que ela vestia, que era apenas um vestido vermelho colado.

— Quem te deu essa roupa? — pergunto e junto as sobrancelhas.

— A minha amiga. Ela trouxe uma bolsa com algumas roupas. — disse e se levantou. — Por que? — perguntou e se olhou.

— Porque está frio lá fora, você vai morrer congelada. — digo e reviro os olhos, tirando o casaco e a dando, vendo ela vestir. — Sua amiga deixou algum endereço? — pergunto e ela nega.

— Ela não falou nada sobre.

— Você já pode sair do hospital. — digo e ela sorri. — Para onde eu vou te levar? Eu não sei onde você estava ficando ou... — pergunto.

— Me leva para a sua casa.

[…]

— Então, agora você tem uma hóspede? — perguntou Neymar, olhando Lais sentada no sofá enquanto assistia um filme qualquer que passava na TV.

— E que hóspede, diga-se de passagem. — murmurou Daniel, me fazendo revirar os olhos.

— Ela não vai ficar muito tempo aqui. — digo e cruzo os braços, me encostando na parede. — Eu só preciso encontrar a amiga dela.

— A mina não lembra de ninguém, Silva, só conhece você. — falou Neymar. — Vai mandar ela para morar com uma amiga que ninguém sabe se é de confiança? — perguntou.

— Eu não vou virar babá de uma mulher desconhecida. — resmungo.

— Quer que eu vire? — perguntou Daniel.

— Cala a boca. — falo e soco seu ombro.

— Oi, Lais. — escuto e vejo Neymar se aproximar da mesma. — Eu sou o Neymar, você lembra?

— Lembro. — disse. — Você me disse seu nome uma hora atrás. Eu não tenho perca de memória recente. — completou e Daniel segurou o riso.

— Ah, ok. — murmurou Neymar. — O que você sabe da sua vida até agora? — perguntou e ela se virou para ele, pensando.

— Hm... eu sei que sou uma modelo famosa, que tenho uma amiga chamada Josephine, que é maluca. — disse e nós rimos. — Sei que nasci no Piauí, que tenho 28 anos, e tenho um namorado. — completou e eu fechei o sorriso, a encarando com as sobrancelhas juntas.

— Um o que? — pergunto.

— Namorado. — respondeu e me olhou. — A Josephine disse que eu estava falando com ele no momento do acidente, e que o mesmo está muito preocupado comigo.

— E onde ele está? — perguntou Daniel.

— Nos Estados Unidos. — disse. — Josephine me disse que ele tentou vir no mesmo dia, mas não conseguiu por conta da temporada de jogos dele. — deu de ombros. — Ele deve chegar essa semana.

— Chegar onde? — perguntou Neymar.

— Aqui em Paris, ué. — respondeu Lais, de forma óbvia.

***
oi rs