dezessete

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LAIS

— O que foi, picanha? — perguntou Joakim, se deitando na cama e me tirando do transe em que eu estava.

— Oi?

— Você está olhando para o nada aí a um bom tempo. — riu e eu me virei para ele, dando um meio sorriso. — No que estava pensando?

Suspiro, deixando meus pensamentos voltarem para Thiago mais uma vez. Não sei se havia feito a coisa certa, mas um lado meu pedia para que eu voltasse e ficasse com ele. O outro lado impedia de eu fazer isso, lembrando-me de Joakim.

— Não estava pensando em nada. — murmuro, dando um meio sorriso e me deitando ao seu lado. — Vamos dormir?

— Vamos. — falou e puxou o cobertor sobre nós.

— Conchinha? — sugiro.

— Eu não gosto, lembra? — perguntou e eu pisquei.

O Thiago gostava.

— Ah, claro! — digo. — Ainda estou meio confusa.

— Vai ficar tudo bem. Boa noite. — falou e deixou um selinho em meus lábios, se virando de costas para mim em seguida.

O olho por um momento e suspiro, apagando a luz do abajur ao meu lado e me aconchegando ao cobertor. Deixo o cansaço e o sono tomar conta do meu corpo, não demorando para que eu dormisse.

*
THIAGO

Dou mais um gole na garrafa de bebida que estava em minhas mãos e os meninos me encaram com as sobrancelhas erguidas.

— Então ela foi embora? — perguntou Neymar, me fazendo revirar os olhos.

— Foi o que eu disse. — falo e tombo a cabeça para trás, vendo o teto girar. — Voltou para o namoradinho ridículo dela e eu fiquei aqui... — murmuro.

Volto a cabeça para frente e dou mais um longo gole na bebida, fazendo uma careta em seguida.

— Caralho. — disse Daniel, pegando a garrafa da minha mão.

— Ela não tinha cara de filha da puta, mas é uma. — falou Marquinhos. — Mas isso é passado, Silva!

— Passado? — pergunto o olhando. — Isso aconteceu horas atrás!

— Mas é passado! — se intrometeu Neymar, se levantando. — Vamos para uma festa.

— Vamos para uma festa com o Silva já bêbado? — perguntou Dani, revirando os olhos em seguida e bebendo da garrafa que havia pego de minhas mãos.

— Nada que um banho frio não resolva, não é? — Marquinhos deu de ombros quando terminou a frase e o olhar dos três se direcionaram para mim.

[…]

Uma música eletrônica tocava alta pelo local, enquanto as luzes piscavam e me deixavam mais tonto ainda. Eu forçava minhas vistas enquanto passava no meio das pessoas à procura dos três idiotas que me trouxeram para cá.

Sinto um impacto contra o meu peito e seguro na cintura da mulher responsável, a afastando de mim. A mesma se virou e sorriu surpresa ao perceber que era eu.

— Oi, Thiago! — praticamente gritou Josephine. — Nossa, desculpa por isso. — pediu.

— Oi. — respondo. — Sem problemas, este lugar está lotado.

— Demais! — riu. — Fiquei sabendo que a Lais recuperou a memória. — disse e eu me segurei para não revirar os olhos ao ser lembrado de tal coisa.

— Pois é. — digo e dou um longo gole na bebida estranha em meu copo. — Bom para ela.

— Verdade. — concordou. — Aproveitando a noite?!

— Não tanto. — dou de ombros.

— Se quiser, posso te ajudar com isso! — sorriu e se aproximou, passando os braços ao redor do meu pescoço e mordendo o próprio lábio.

Observo a mesma por um tempo e dou de ombros, segurando em sua nuca e a puxando para um beijo.


***

Novas Memórias ━━ Thiago SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora