Novas Memórias ━━ Thiago Silva

vinte e dois

LAIS

A torcida do PSG gritava, animando o estádio enquanto os jogadores iam para cima mais uma vez. Jasmine estava ao meu lado, enquanto batia palminhas se preparando para gritar, como havia feito no gol anterior.

— Por que não tenta falar com o Thiago depois do jogo? — perguntou de repente, ainda sem me olhar.

— Vou tentar. — digo e olho o mesmo em campo. — Só não sei se ele vai querer.

— Provavelmente não. — ergueu os ombros e eu pressionei os lábios, sabendo que isso seria, realmente, o mais provável. — Mas não custa tentar, não é?

— O não eu já tenho. — sorrio e ela me acompanha.

[…]

*
THIAGO

Termino de cumprimentar alguns jogadores rivais e saio do gramado, descendo as escadas até o vestiário. Escuto vozes femininas e algumas risadas, me fazendo arquear as sobrancelhas.

— Ah! Aí está! — falou Neymar, fazendo os olhares se direcionarem para mim. — Olha quem veio assistir a gente hoje. — completou e apontou para as duas mulheres ao lado dele.

Olho para a amiga de Lais, que acenou levemente com a mão e sorriu. Dei um meio sorriso, retribuindo e desviando meu olhar para o de Lais, que ainda me encarava.

— Legal. — digo.

— Pelo amor, viu. — resmungou Dani, revirando os olhos.

— Vou tomar uma ducha. — falo e saio do local.

Me dirijo até o meu armário e pego as coisas que precisava, indo em direção ao banheiro. Alguns parceiros de trabalho estavam lá, também tirando todo aquele suor do corpo.

Fico longos minutos ali, esperando que quando eu saísse a Lais já tivesse ido embora.

— Ai. — escuto logo após algo cair. — Merda.

Desligo o chuveiro e ergo uma das sobrancelhas, escutando resmungos. Em um piscar de olhos Lais apareceu na minha frente, me fazendo arregalar os olhos.

— O que está fazendo aqui?!

— Desculpa, eu não... olha, você está muito bem, hein. — sorriu enquanto eu revirava os olhos.

— Para de graça. — bufo e enrolo a toalha em minha cintura, saindo do local do banho.

— Quero conversar com você. — disse de forma baixa.

— Querer não é poder, não é?

— Agora quem está de graça é você. — falou.

Ando até o meu armário novamente, sendo seguido por Lais. Pego uma roupa e deixo a mesma separada.

— Como você conseguiu entrar aqui?

— É muito bom ser amiga dos seus amigos. — deu de ombros e se sentou em um banco próximo, me olhando enquanto eu me vestia rapidamente. — Senti saudades.

— É mesmo? — ironizo, me virando para ela.

— Sim. — falou séria.

— Você é uma piada. — rio sem humor.

— Eu sou uma idiota. — afirmou. — Como que eu pude deixar você?

— Agradeço por ter feito isso. — falo, mesmo me balançando ao escutar que ela havia sentido saudades. — Se não fosse assim eu não teria conhecido a Nat. — completo e ela morde o lábio.

— Esse é o problema...

— Não, não é. — a interrompo. — Isso é seguir em frente, sem ficar me lamentando sobre nós enquanto você estava nem aí para os meus sentimentos.

Lais desvia o olhar e solta um suspiro fundo.

— Sei que te magoei, mas naquela noite, na Torre, eu disse que estava arrependida e que sentia a sua falta, mas você...

— Eu fui embora. — termino. — Você queria que eu voltasse para você como um cachorrinho, não era isso?

— Não. Eu só queria que entendesse e insistisse para que eu ficasse. — disse.

— E eu insisti, no exato dia que você saiu da minha casa. — digo. — Não sou o tipo de cara que fica correndo atrás de alguém o tempo inteiro. Pedi que você ficasse e você não ficou, fazer o que. — ergo os ombros e passo a toalha no cabelo molhado.

— Tudo bem. — murmurou. — Desculpa por ter entrado aqui, não foi uma boa ideia.

— Realmente não.

— A Natalie parece uma mulher legal. — disse e se levantou, se aproximando de mim. — Eu espero, de verdade, que ela não faça a mesma merda que eu. Você merece muito ser feliz.

— Você também.

Um silêncio pairou sobre o local, enquanto Lais não sabia se mantinha o contato visual ou descia o olhar para os meus lábios.

— Tchau. — sussurrou e se aproximou mais, deixando um beijo no canto da minha boca.

Se afastou e girou os calcanhares, andando em direção a saída. Parou de repente e virou para mim novamente, me olhando.

— O que foi? — pergunto.

— Não vou desistir de você. — avisou.

— Deveria. Você é ótima nisso. — digo.

Ela respirou fundo e saiu do local, me fazendo suspirar e me sentar no mesmo banco que ela estava anteriormente.

Mereço isso?

Ouço meu celular apitar e me levanto novamente, pegando o mesmo no armário e olhando para a tela, onde mostrava uma mensagem da Natalie.

*
nat ❤️
tenho uma coisa para te contar!!!!

eu
chego em casa em 10 minutos.
te encontro lá!
*

**
eai negas