ANANQUE (Moonsun - Wheesa)

Capítulo 08

POV YONGSUN

Depois da conversa com Wheein fomos dormir, na verdade só ela dormiu já eu fiquei rolando na cama enquanto flashs da noite passada se repetiam mais e mais em minha cabeça me causando um mal estar. Horas se passaram e eu seguia ali sem dormir, e por mais que eu quisesse apagar essas merdas da minha cabeça era impossível eu só remoia cada vez mais cada segundo da noite passada, fui obrigada a me levantar próximo do meio dia levantei afinal era dia de ligar para minha mãe, e como sempre foi bem difícil ter que mentir que estou bem, ainda mais depois de tudo...

No hora do ensaio Wheein torceu o tornozelo e isso acabou tirando-a da apresentação de hoje e dos próximos dias, o que por um lado é bom, afinal ela ficaria longe de toda essa merda por um tempo. Por outro lado Ramon não ficou nada satisfeito, ele ainda tentou fazê-la se apresentar machucada, porém ela mal conseguia dar um passo sem sentir dor, e ao ver que não seria possível fazer suas vontades ele começou a desferir palavras e mais palavras de baixo calão contra minha amiga e ainda falou que ela teria que pagar esses dias de prejuízo com juros. Após seu surto ele saiu da Slave 4 U indignado alegando que se passasse mais dois segundos olhando para nossas caras iria cometer uma loucura, e não queria estragar os rostos que trazem seu dinheiro.

Confesso que enquanto ele a xingava minha vontade era socar a cara dele e descontar tudo o que passei e venho passando, mesmo que depois eu morresse eu não me importaria, ao menos teria descontado parte da raiva que estou vivendo nesse inferno. Só não o fiz porque Wheein ao notar minhas possíveis atitudes fez um sutil sinal negativo e Andreia segurou meu pulso e pediu para eu pensar em minha família, afinal elas também sofreriam as consequências.

Então após mais um dia estressante já era hora da apresentação e mentiria se dissesse que não passei todo momento da minha dança em busca da médica que Wheein prometera que estaria aqui hoje. Soltei um suspiro em desânimo ao não vê-la em canto algum da boate, terminei a apresentação e a busquei mais uma vez e nada absolutamente nada, nenhum rastro que ela estivera aqui hoje. Já estava me dirigindo até o bar para pegar algo para beber quando um dos homens que trabalha aqui me orienta a ir pro andar de cima, pois estavam me esperando. Assim que recebo tal notícia meu estômago embrulha e sinto meus olhos se encherem de lágrimas só de imaginar viver tudo aquilo de novo, apenas assinto com a cabeça e corro até o bar pedindo a bebida mais forte e viro de uma vez, tudo isso sendo observada pelos que ali trabalhavam. Respiro fundo e caminho lentamente e totalmente sem ânimo para aquele maldito quarto pela segunda noite seguida.

Paro frente a porta do quarto ao qual me foi indicado e solto o ar, olho mais uma vez para porta de saída e por um segundo a ideia de sair correndo passa pela minha cabeça, porém ela logo some ao lembrar dos mesmo motivo que me impediu de socar a cara de Ramon mais cedo; minha família. Respiro fundo e abro a porta de uma vez, pra não correr risco de desistir, entro e fecho a porta logo em seguida logo a confusão está estampada em meu rosto, pois não havia sinal de ninguém alí, mas logo ouço um barulho vindo do banheiro e olho para porta que está entreaberta, mas ainda não tenho visão da pessoa que está alí.

Caminho em direção a cama me sento e fico em silencio, afinal quanto mais tempo ele ficar sem saber que estou aqui mais tempo eu "ganho". Cerca de seis minutos havia se passado e o barulho no banheiro seguia e eu já estava inquieta, cogitando entre ir ver o que a pessoa tanto fazia nesse banheiro pra ter tanta bateção assim ou sair daqui e fingir que nunca entrei nesse quarto e sofrer as consequências com Ramon depois. Após muito debater escolho a segunda opção, me levanto da cama e caminho em direção a porta de saída, coloco a mão na maçaneta para abrir quando alguém fala comigo.

- Vai mesmo me abandonar aqui? - pergunta e fecho os olhos respirando fundo ao ouvir aquela voz que mesmo que tenha ouvido apenas uma vez por poucos segundos é inconfundível. Solto a maçaneta e me viro lentamente dando de cara com a pessoa que tinha salvado minha vida.