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BRUNA

Ju- Tem almoço na geladeira, deixei o prato pronto. Seu pai me paga pra arrumar a casa, fazer a comida..

Bruna- Obrigada, tô com fome mesmo. Cê mora sozinha?

Ju- Moro aqui mesmo. Pai me batia, fugi de casa, agora que tô de maior, faço minha própria vida. - comentou bem tranquila.

Bruna- Fazer dezoito anos foi a melhor coisa pra mim, sofri muito em São Paulo também.

Ju- Hum, isso é silicone? - apontou para os meus peitos.

Bruna- Não, jamais ia ter dinheiro ou coragem pra isso. Odeio agulha, essas coisas. - neguei atordoada. - Minha mãe tem peito grande, sou mais parecida com ela.

Ju- Gabriela colocou silicone, com o dinheiro do namorado.

Bruna- Corajosa ela.

Tem dois quartos na casa, meu pai tem um, e o outro é para três pessoas. Ju deve dormir aqui, Gabriela..

Minha irmã sempre foi doida, como ela se enrolou nisso tudo? Cair nas graças de um vapor, e ainda esconder quem é o cara!

Meu pai certamente nem deve saber disso.

Desci a cozinha vendo uma cena bem peculiar, meu pai deu um tapinha na bunda da Ju.

Diegão- Minha princesinha!

Se aproximou me dando um abraço apertado.

Bruna- Pai, saudades.

Diegão- Tava contando os dias pra tu chegar. Depender de mim tu não pisa em sampa, na família da vagabunda da sua mãe!

Bruna- Não pretendo voltar pai, só esperei o tempo certo pra vazar de lá. E esse papo da Gabriela? Pai..

Moranguinho- Tem almoço? Tá roncando a barriga. - chegou na casa já indo se sentar na mesa.

Diegão- Gabriela tava no lugar errado, na hora errada fia. A gente vai dar um jeito, ela tá bem, conseguiu um celular.

Moranguinho- Tá aprendendo Bruna? Tem que ser malandra pra não levar ponta pé. - piscou divertido.

Bruna- To absorvendo tudo Moranguinho.

Aos poucos.

O meu celular vibrou, fui para fora atender, um número desconhecido.

Bruna- Alô?

Gabriela- Chegou carioca?

Bruna- Gabriela! Por que tu não falou nada mano?

Ela deu risada.

Gabriela- Não queria te perturbar chata. E como cê tá? Você tá gostosa, como a maninha aqui Bruna, decote.

Bruna- Gosto de me arrumar. Agora que negócio é esse de namorado?

Gabriela- Cê tu abrir a boca pro coroa, eu te pego garota! Tá ouvindo? Isso é coisa minha, ninguém é santo aí..

Meu sangue ferveu.

Bruna- Não preciso ser ameaçada, isso é problema seu com ele!

Gabriela- Ótimo, que bom que a nossa promessa de sempre estarmos uma ao lado da outra ainda tá de pé.

Bruna- Quem é o cara, Gabriela? Ele é o culpado por tu estar aí.

Ela riu.

Gabriela- Não quero falar, a gente se vê.

E ela desligou na minha cara.

Guardei o celular, meu pai se aproximou de mim sorrindo.

Com aquela tatuagem de cobra.

Diegão- Falou com ela?

Bruna- Falei sim. Pai, o que significa isso? - apontei a tatuagem.

Diegão- Pra quem serve o comando vermelho, facção desse morro.

Moranguinho- Mas, tem um cobra aqui que é perigoso. - falou aparecendo no quintal.

Com o prato  na mão.

Bruna- Que?

Moranguinho- Uma pessoa, logo ele brota aqui.


Vermelho (M) DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora