Deliciosa Profana

7 1 0
                                    

Quando a dor invadiu-me
Procurei.
Quando me deixaram,
Procurei.
Quando a insanidade
Acalentou petrificando minha luxúria,
Procurei.

Superfície escura,
Sob a penumbra do eu visível
Embaixo eu sentia o sol
Me tomava, possuía
Me matava
Saciava, preenchia.

Seu rubro véu
Profano,
Deliciosa profana,
Tentadora profana
Cobriu-me,
Sob a escuridão de pele
Tua, moradia
Ocultava o pecado.

Levou-me,
Libertou-me
Deliciosa profana
Na companhia dos demônios
Servil ao sucumbir
Do mundo visível.

Possuiu-me
Matou-me
Satisfez-me
As asas de um pecado
Profano.

Darling Pain - Poemas e Obras góticas Por Leonora EuláliaWhere stories live. Discover now