Mortos Sentidos

15 1 0
                                    

Ouvir seu coração cessando aos poucos, a mais bela das melodias

Ver teu sangue cair rubro e incessante longe dos verões a mais prazerosa das visões

Tocar seu corpo frio,
Sinto espasmos de satisfação
Ao cadáver enfeitado eu rio 

Sentir o aroma das rosas da desolação prateadas em volta de si
O cheiro de morte provindo da carne apodrecida, comível almejei eu penetrar de ti para mim

Já cravei-lhe a adaga
Da água de sua língua morta experimentara
Sentiu o gosto de minha espada, alma praguejada?

Matei-lhe, mato-a, matarei-lhe mil vezes cortesã angelical
És meu o próprio cavar de seu punhal

Mortos estamos, para onde vamos?

Beije-me com o suco de teu corpo em volúpia, em terras de cemitério mais vivo que morto
E perfure-me a agulhadas em teu bolso, teu desejo secreto.
Estamos soltos.

Sinta de mim os mortos sentidos, O desejo tornou-me eternamente ferido.

Darling Pain - Poemas e Obras góticas Por Leonora EuláliaWhere stories live. Discover now