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Tudo ainda parecia com um sonho onde ele fosse acordar a qualquer minuto

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Tudo ainda parecia com um sonho onde ele fosse acordar a qualquer minuto.

A comemoração no vestiário.

O discurso do técnico.

Mesmo alinhados no gramado de frente para taça ainda não conseguia acreditar que era real.

O coração estava acelerado, e Raoni insistia em beliscar o dedo só para ter certeza que não estava mesmo sonhando.

Não conseguia parar de sorrir mesmo quando chamaram o nome do camisa 10 vermelho. O atacante já não carregava mais o sorriso cínico e superior de antes, ainda que premiado como artilheiro da competição com 12 gols. O volante turquesa também ganhou um prêmio, como jogador destaque. Merecido.

O que Raoni não conseguiu acreditar foi quando chamaram o nome dele.

Melhor goleiro.

Empurraram ele e aplaudiram quando os pés não queriam obedecer para subir o improvisado palco do campo. Nem conseguiu sorrir quando a mulher, apresentadora de um famoso programa de esporte de Veemente, alcançou o troféu com a luva em ouro. Todas as câmeras e microfones fizeram um zilhão de pensamentos atravessar sua mente em questão de segundos, até que estacionaram no goleirinho.

Ele pegou o troféu das mãos da apresentadora e não posou para a foto oficial como todos os outros. Ao em vez disso, ele desceu aqueles degraus improvisados e, com todas aquelas câmeras e toda uma nação de olho nele, ele só estava de olho no garoto. Caminhando a passos lentos em direção ao adolescente.

Aquele menino que esteve fielmente ao seu lado, todas as manhãs mais cedo no treino. E no final da tarde revezando na academia. Fazia companhia nas tediosas horas de concentração e nas sessões de massagem.  Jogavam xadrez entre as folgas pelo CT e brincava com sua filha nos fins de semana que não ia para casa ver sua família. Sempre com aquele sorriso optimista. Sempre com seus discursos ingênuos.

— O que você ta fazendo? — sussurrou sem graça o goleiro quando Raoni finalmente chegou na frente dele, esticando o troféu em sua direção.

— Entregando o prêmio para o verdadeiro dono. — Agora quem sorria sereno era o Veterano. Mesmo sentindo o nervosismo do garoto, o que quase fez ele rir.

O menino olhou rapidamente para as câmeras, o estádio ainda cheio, o time, todos com a mesma cara de surpresa que ele, até que seus olhos pousaram no seu ídolo.

— Você é o verdadeiro dono — ele empurrou de volta o troféu para mais perto de Raoni — Você me ensinou tudo. Foi meu mentor. Nada mais justo. — tossiu completamente vermelho. Raoni conseguia quase que ouvir o coração acelerado do mais novo. 

Ainda assim, empurrou de volta o troféu para os braços do garoto e fez com que segurasse ele mesmo que tenha se desequilibrado um pouco com as muletas.

— Eu também pensava isso. — sorriu — Mas descobri que esse tempo todo, quem me ensinava era você.

Então ele pegou o garoto e o colocou nos ombros, quando as muletas caíram o menino finalmente cedeu. Rindo da rara espontaneidade do mais velho, se ajeitando nas suas costas.

Quando o técnico começou a bater palmas não demorou muito para o time e logo o estádio inteiro acompanhar. Raoni não precisava ver o garoto para sentir que ele estava tão arrepiado quanto ele. Quando chegaram perto do palco o menino riu no seu ouvido.

— Você gosta disso, né? Da emoção.

O mais velho também deu uma risada antes de se posicionar para a foto oficial.

— Do que seria do futebol sem isso?

— Do que seria do futebol sem isso?

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Até o apito final [Conto]Onde histórias criam vida. Descubra agora