4. Um encontro casual

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Zayn Malik

Minha coluna doía e o sol batendo em meu rosto fazia com que eu despertasse até meu corpo se chocar contra o chão frio e assim que abri meus olhos, aqueles olhos azuis me fuzilavam com um tremendo ódio no fundo.

— Louis? – Bufei e me levantei me sentando no sofá passando as mãos pelo rosto. — Isso é jeito de acordar alguém? – O perguntei olhando para ele que permanecia com os braços cruzados e uma caixinha em mãos.

— De quem é? – Perguntou ele balançando a pequena caixa.

— Se não reparou eu estava dormindo, enquanto eu passei a madrugada em claro te esperando chegar! – Minha voz saiu um pouco mais alta que o normal soltando todo o ódio que eu havia acumulado durante esses meses.

— Não grita comigo! – Seu tom áspero saiu bem mais alto que o meu fazendo com que eu me afastasse um pouco. — Eu avisei que chegaria tarde. – Disse ele um pouco mais baixo.

— Mas não avisou que dormiria fora. –Rebati.

— Eu não tenho nada a esconder, já você. – Disse ele com todo aquele ar de deboche que sempre usava comigo quando desconfiava de algo.

— Eu tenho o que a esconder, Louis. – Mantive meus olhos fixos a ele que balançou novamente a caixinha. — O que é isso?

— Seu amante deixou pra você. – Ele jogou a pequena caixinha e eu a peguei abrindo, tinha uma pequena correntinha com a letra Z em pingente.

— Eu nem sei quem mandou isso, Louis. – Vasculhei a pequena caixa para ver se encontrava algum cartão.

— "Gostei de ter te conhecido, espero poder te ver novamente.

Com carinho, Liam." – Louis leu o pequeno cartão que estava em suas mãos com puro ar de deboche e o jogou pra mim. — Bem que senti os galhos nascendo, e não bastava só um agora são dois, aquele loiro e esse ai. – Ele continuava me encarando.

— Eu não tenho caso com ninguém. –Respondi. — Já você, não posso dizer o mesmo. – Eu me arrependi de ter soltado aquelas palavras nesse momento.

— Repete. – Ele cerrou os punhos me olhando com todo o seu ódio.

— Nada, Louis. Quer saber eu vou tomar um banho, não vou me estressar com você. – Disse assim que levantei.

— Mas é só isso que você sabe fazer, me irritar, fazer eu me sentir mal e me controlar. Você é um lixo, Zayn. Nem sei porque ainda estou com você, você ultimamente só serve pra me dar gasto e estresse. – Respirei fundo e saí dali o mais rápido que pude me trancando no pequeno banheiro.

Meu banho se tornou longo e a água do chuveiro acompanhavam minhas lágrimas, eu já deveria estar acostumado. Todas as vezes que eu acabo por respondê-lo nossas brigas chegam a níveis assim, as vezes piores, eu sempre tento não me abalar com as coisas que ele fala pelo simples fato de saber que são propositais para me magoar. O tempo estava fechado e o frio estava absurdo, assim que terminei meu banho coloquei um moletom e peguei minha bolsa, enquanto descia as escadas torcia para não ter que olhar para ele novamente, assim que fechei a porta de saída senti um alívio e todo o ar entrar em meus pulmões, as ruas estavam menos movimentada que de costume, coloquei a pequena correntinha em meu pescoço e segui andando sem ter ideia de onde chegaria. Minhas pernas já doíam de tanto que rodei a cidade, assim que vi um pequeno banquinho vago no parque me sentei pegando meu livro da bolsa. Meu livro tomou toda a minha atenção fazendo com que todos os meus problemas desaparecessem, às horas se passaram tão rapidamente que mal notei, o sol já estava se pondo e eu poderia jurar ser uma das mais belas vistas, senti uma mão em meu ombro, meus olhos logo se voltaram para a pessoa que se sentou em meu lado.

— Sabia que nos veríamos novamente. – Liam disse assim que se sentou em meu lado mantendo seus olhos em mim.

— Me seguiu até aqui? – Lhe dei um pequeno sorriso e ele riu.

— Não, mas passei e te vi, então resolvi parar um pouco. – Ele me respondeu e voltou seus olhos ao meu pescoço. — Vejo que gostou do presente. – Disse ele.

— Gostei sim, e obrigado. Nem sei como retribuir. – Disse a ele enquanto fechava meu livro.

— Eu posso te dar muito presentes. – Ele passou os dedos pelo cabelo olhando para o sol.

— Não precisa, obrigado. – Respondi pondo o livro na minha bolsa.

— Eu posso te dar tudo que você quiser, é só você vir comigo. – Ele me olhou.

— Ir com você? – Perguntei o olhando.

— Sim, vir comigo. – Afirmou ele.

— Bom, eu mal te conheço. – Respondi ele que manteve seus olhos em mim.

— Mas eu já tenho um carinho grande por você, eu posso fazer tudo que você quiser, te dar tudo, só pra isso ser recíproco. – Ele respondeu e eu me levantei.

— Olha, eu agradeço mesmo pelo presente mas não precisa mandar mais nada, eu tenho namorado e mesmo se eu não tivesse, amor não se compra, fica bem, preciso ir. – Peguei minha bolsa e andei o mais depressa que pude.

— Não foi bem isso que eu quis dizer. – Ele disse alto o suficiente para que eu escutasse.

O caminho de volta era longo, e pra minha maior sorte começou a chover, fraco mas o suficiente para eu chegar molhado em casa. Durante todo o caminho eu vim pensando nele e no quanto ele é louco, por um momento tive medo, e por outro achei totalmente engraçado a situação. Que tipo de pessoa faz um tipo de proposta dessa, se eu não amasse tanto o Louis, quanto o amo, talvez fosse uma questão considerável.

Liam Payne

Assim que cheguei em casa bati a porta com tanta força que todos pararam para me olhar.

— O que foi?  – Perguntei e eles voltaram ao que estavam fazendo, menos o Harry.

— O que houve? – Ele perguntou colocando seu copo de suco sobre o balcão.

— Eu sou um burro e só faço merda, agora ele nunca mais vai querer olhar na minha cara. – Disse enquanto pegava um copo de água.

— Tá bem, vamos por partes. Quem e o que você fez? – Ele disse mantendo sua atenção em mim.

— O Zayn, eu encontrei ele e ofereci que ele viesse pra cá e eu daria tudo que ele quisesse. – Ele riu.

— Você ta assim por causa daquele menino? – Ele bebeu um pouco me olhando.

— Não enche. – Soltei um suspiro pesado e bebi a água.

— Eu nunca te vi assim, já está apaixonadinho. – Ele colocou seu copo já lavado no escorredor de louças.

— Eu não, só que, ele merece coisa melhor, quando eu disse aquilo não foi pensando só em dinheiro mas, sei lá, queria cuidar dele. Ele merece alguém melhor. – O olhei e ele riu novamente fazendo com que eu lhe jogasse o restante da água que estava em meu copo na sua cara. — Garoto chato.

— Cacete, Liam. – Ele passou a mão pelo rosto e eu ri. — Não aceita a verdade, e no caso o alguém melhor pra ele seria você? – Ele pensou o cabelo em um pequeno coque.

— Obviamente. – Pus o copo sobre a pia e subi para o meu quarto.

The Criminal {ziam mayne}Onde histórias criam vida. Descubra agora