Olhos penetrantes

55 10 5
                                    

Tudo começou em uma calada da noite fria, as ruas estavam escuras e apenas se via a garota do cabelo vermelho, chorando por terem assassinado o seu irmão, o sangue ainda quente havia se espalhado pelas suas mãos.

Sul da Califórnia, 03:00am

De um mal súbito, Lillith acorda de mais uns dos seus pesadelos com o coração acelerado olha para o relógio, ainda são 3hrs da manhã, suspira e volta a dormir, pois quando amanhecer será o seu primeiro dia na faculdade

As 6hrs em ponto, Lillith acorda já enfurecida por ser seu primeiro dia na faculdade, e acredite, ela não está nem um pouco contente com isso.

Levantou e foi se banhar, demorou mais do que o necessário, acabou se perdendo nas lembranças do seu pesadelo, voltou em si após ouvir o toque de seu celular, era sua melhor amiga Penny, Lillith atendeu:

- Lillith pronta para o primeiro dia na faculdade dos sonhos?- Riu Penny
- Sinceramente Penny, não estou nem um pouco animada
- Deixa de bobagem Lilli, se apronte em 20min passo para te buscar, minha faculdade fica a 30min depois da sua.

Mais uns dos motivos de Lillith não estar nem um pouco animada, sua melhor amiga não ia estar lá para ela. Colocou sua saia de couro preta, sua timberland preta desenhada com girassóis e um moletom, jogou seus cabelos avermelhados encaracolados para o lado, pegou a sua mochila e desceu para esperar Penny.

Como sempre, Penny estava linda, com seu cabelo preto encaracolado, seu corpo esbelto e magro, com aquele moletom que usava como vestido de veludo. Como ficava lindo nela... Vieram conversando o caminho inteiro, então Lillith se despediu de Penny. Sua melhor amiga desejou boa sorte e lhe disse que tudo iria ficar bem, queria poder acreditar nela.

Lillith respirou profundamente antes de entrar na Universidade de Arqueologia no sul da Califórnia.

Se sentou na primeira fileira em uma das mesas vazias, tentou prestar atenção naquele homem de camisa flanela, mas seu olhar pousou em um garoto no fundo da sala.

Seu cabelo preto fazia com que ela sentisse vontade de acariciar, seus olhos profundos, que talvez pudessem guardar seus segredos mais obscuros, aquela pele branca como a neve, qual seria o seu nome?

Uma garota sentada a sua frente, percebeu o seu olhar e comentou:
- Acho melhor você ficar longe dele, nem tudo que é agradável de olhar possa ser a mesma coisa por dentro

Rapidamente Lillith mudou a direção de seu olhar, a garota riu e se apresentou:
- Prazer, eu sou a Vee, e você é...?
Me apresentei rapidamente e voltei a prestar atenção no professor.

O sinal bateu, e fui uma das últimas a sair, Vee se despediu e saiu rapidamente, restando apenas eu e o garoto dos olhos profundos, ele me olhou, retribui seu olhar mas rapidamente levantei e fui embora.

Lá fora as nuvens estavam cinzas, o ar gélido impregnou meu corpo, apressei meu passo para ir em direção a biblioteca mais próxima em que encontrasse naquela cidade. Entrei na biblioteca e fui em direção aos livros de suspense, no final do corredor, avistei uma figura familiar, reconheci imediatamente quando coloquei os olhos sobre seu rosto, era o garoto dos olhos profundos.

Assim que me viu, pensei ter visto um meio sorriso em seu rosto, que logo desapareceu, ele estava na mesma seção de livros que eu, então para puxar assunto falei:
- Um garoto tão misterioso só poderia gostar de livros de suspense mesmo. Sorri ao falar
Ele ergueu seus olhos tão profundos e pretos, que um certo calafrio passou por mim, então respondeu:
- Você acabou de chegar e já tem uma opinião formada sobre mim, se eu fosse você, não conversaria com a primeira pessoa que visse, as pessoas dessa cidade não são o que aparentam ser, ruiva. E imediatamente se retirou, deixando para trás, apenas um vestígio sombrio.

Aquelas palavras fizeram com que eu esquecesse o ar gélido que entrava pelas frestas daquela imensa janela, talvez fosse para eu aprender que as pessoas não são como nós queremos que elas sejam.

Peguei o primeiro livro que encontrei e sai daquele local sombrio. Lá fora a neve caía ao mesmo tempo que o pulsar do meu coração. Apressadamente fui em direção ao meu apartamento, peguei as correspondências e subi para me trocar, comecei abrir as cartas e havia uma que chamava atenção, abri com cuidado, não havia remetente, dentro havia uma pequena carta escrita a mão, nela dizia:
"Lillith, eu sei dos seus pesadelos, eu sei do que você teme a tanto tempo, descubra o pecado que essa pequena cidade vem escondendo e descobrirá o sangue que mancha as suas mãos".

O coração de Lillith por um tempo para, e sem perceber o relógio também, era como se tudo estivesse congelado naquele tempo, aquela carta não assustará apenas ela, era como se aquela pequena cidade houvesse entendido o recado.

Lados OcultosOnde histórias criam vida. Descubra agora