Capítulo 1

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Surpresaaaaa!

Trouxe Otto para vocês matarem um pouco da saudade.
Irei voltar oficialmente só em Agosto.

Quem sabe se o capítulo 1 passar de 100 visualizações, 50 curtidas e 50 comentários, eu voltou com mais um capítulo?

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DIAS ATUAIS


Otto


Hoje completa dez anos que aquela japonesinha me deixou. Foi embora sem deixar rastro, perdemos o contato de vez. Todo ano nesta data, tiro o meu dia de folga, até mesmo na época da faculdade, para relembrar tudo que passamos e entender o motivo dela ir embora.

Entorno mais um copo de vodka garganta abaixo e fico admirando à noite, o céu estrelado e a escuridão lá fora define o meu estado atual. Estou sentado no chão da sala do meu apartamento que ganhei dos meus padrinhos. É o mesmo lugar que eles moravam antes, até eu mesmo quando os meus pais faleceram.

Ganhei o meu lar quando me formei na faculdade, eles pensavam que desejava ter a minha liberdade, mal sabiam eles que nunca queria sair da casa deles, mas entendo que tudo isso foi feito para o meu crescimento. Eu era mimado por todos e isso estava me atrapalhando por um lado. O jeito foi me colocar para fora de casa.

Encho mais uma vez o meu copo e pego o celular, destravo a tela e a foto que está como papel de parede é a última que tirei com aquela ingrata. Lena é a mulher mais linda que conheci: meiga, brincalhona e chata.

Sorrio.

Ela odiava ser chamada de Chiquinha do chaves, mas ficava linda quando partia o seu cabelo e prendia em cada lado. Seu rosto angelical e seus olhos puxadinhos eram seu maior charme, amava ficar admirando ela de longe e quando percebia que estava olhando, seu rosto corava.

Durante esses dez anos que ela foi embora, perguntou-me se sua aparência mudou muito, se ela cresceu, se pensa em mim como penso nela.

Limpo as lágrimas que escorrem por meu rosto. Sua partida ainda dói, meu coração ainda sangra. Não esqueço o seu olhar quando me disse adeus no nosso último encontro.

Ouço a porta do meu apartamento abri e já sei até quem é. Essa mulher que é a minha mãe, cunhada e madrinha, merece um troféu. Um exemplo de pessoa, ela estendeu a sua mão para mim quando ainda namorava o meu irmão e nem sabia ainda o futuro do namoro dos dois. Cuidou e me criou como se fosse um filho verdadeiro.

- Já estava estranho a sua demora, mãe.

Sempre a chamo assim, ainda mais quando quero o seu colo.

- Sua mãe ficou presa no trânsito – diz Gael. – Por enquanto ficarei aqui com você admirando a noite e tomando isso que está no copo.

Meu irmão.

Gael sempre foi o meu herói, desde quando eu era pequeno e papai fala dele com maior orgulho. Levei seis anos para conhecê-lo e posso dizer que ele sempre tomou conta do meu coração. Sei tudo que aconteceu entre ele, meu pai e minha mãe biológica. Acho que foi o único momento de rebeldia que tive na minha parte adulta e logo entendi que não valia a pena ficar remoendo uma coisa que não era minha.

Viro o meu copo de vez e suspiro.

- Dez anos se passaram, Gael, e ainda dói – digo.

- Isso é por que você ainda a ama.

- Pode até ser. Não consigo esquecer aquela japonesinha. Meu coração ainda acelera toda vez penso nela.

- Sei que é difícil passar por isso, eu já estive na sua pele.

(DEGUSTAÇÃO) Agito do Amor (Spin Off de No Agito da Vida)Onde histórias criam vida. Descubra agora