Fake Smile - Camriana (Camila G!P)

Capítulo Cinco

— Se você se aproveitar de mim nessa escuridão eu juro que te mato Camila! — Gritei batendo em seu braço.




— Eu não estou fazendo nada! Mas não se preocupe princesa! Não pretendo tocar um dedo em você! —  Reclamou Camila acendendo a lanterna do celular.





— Você não tem nenhuma chave reserva ou algo do tipo? —  Indaguei um pouco impaciente.

— Não, eu achei que não iria precisar de uma chave reserva e como quase nunca faltou energia aqui eu não pensei nessa possibilidade.





— Camila você é incrível! Às vezes me pergunto se a sua cabeça serve apenas como enfeite! —  Briguei com ela ligando a lanterna do meu celular.




— Me insultar vai trazer a luz de volta? Não vai! Então engole a sua prepotência e vamos tentar pelo menos por agora darmos uma trégua! — Pediu Camila se jogando no sofá.




Ela estava certa, não tínhamos ideia de quanto tempo ficaríamos ali, trancadas e no escuro, com apenas a lanterna dos celulares. 




— Melhor uma desligar para não gastar toda a bateria do celular e se a luz não voltar até amanhã cedo, eu ligo para algum chaveiro! —  Comentou Camila usando a inteligência para algo.




Decidi que seria o meu, precisava economizar bateria. Ficamos quase meia hora em puro silêncio, não tínhamos nada para conversar ou falar. 




— Estou morrendo de fome, vou na geladeira, quer algo de lá? —  Indagou Camila se levantando. 

Não respondi até porque ela que sempre foi a esfomeada. Camila estava sempre comendo e eu me perguntava se ela tinha algum verme que comia por ela ou se ela passava fome, porque comer tudo aquilo  não era normal. Assim que a luz do celular desapareceu na cozinha, sai correndo me esbarrando nas coisas e indo até a cozinha. 




— O que foi dessa vez? —  Indagou Camila iluminando a geladeira. 





— Nada, eu só não quero ficar no escuro total! 




— Espere um minuto! Ariana Grande Butera, você uma mulher feita com medo do escuro? Você sabe o qual hilário isso é? 




— Fica quieta Cabello! O que você vai fazer para comer? — Indaguei irritada 




— Pão com frios, agora se você quiser eu posso fritar alguns ovos em homenagem ao seu medo o que acha? — Provocou Camila.




— Faz isso e eu vou quebrar o seus ovos! E não são os de nenhuma galinha! E sim esses que você tem no meio das pernas! —  Exclamei batendo nela.




— Você ama me bater! Você é muito má comigo! Sabia que isso è amor incubado? 

— Incubado? Me poupe Camila! Acho que você está precisando passar em um médico! Agora sai da minha frente! —  Falei a empurrando e procurando algo na geladeira.





Camila tinha muitas besteiras na geladeira, mas nada que uma vegetariana pudesse desfrutar. Peguei uma garrafa de água e assim que fechei a porta da geladeira senti o meu corpo ser comprensado entre a geladeira e o corpo da Camila. 




— Precisamos resolver isso de uma vez Ari! Já chega de ficarmos assim! Brigar não nos levou para nenhum lugar! Qual é o seu problema real comigo? —  Perguntou Camila me fazendo ficar arrepiada.





Eu não tinha problemas com ela, mas talvez ela estivesse certa, no fundo eu tinha um amor incubado por ela, era a única solução para aquela guerra de desejos que se passava em mim todas as vezes que a Camila estava perto. Mas algo chamado orgulho jamais me deixaria admitir. Fiquei algum tempo quieta, eu sabia que ela queria explicações e tinha todo o direito, mas eu não sabia o que dizer.




— Então Ariana? —  Pressionou Camila me deixando mais tensa. 




— Eu não tenho problemas com você! — Respondi em um sussurro.




— Então porque me trata assim Ari? Eu preciso saber! Estou cansada disso, de vivermos assim! — Pediu Camila.

— Você me deixa confusa Camila, apenas isso! Agora pode me deixar passar? —  Indaguei a afastando porém em vão.




— Eu não vou deixar você passar enquanto eu não tiver as minhas respostas! — Exclamou Camila me pressionando mais.




— Pra que isso? Nós duas concordamos que somos um caso perdido e que o melhor seria por fim a tudo isso! —  Falei apoiando meus braços no ombro dela.




A garrafa de água acabou encontrando o chão, assim que senti as finas mãos dela sobre a minha cintura. 




— Porque nesse momento eu não acho que você não sinta nada por mim! —  Comentou Camila encostando a ponta do nariz no meu.




— Quem disse para você? —  Provoquei.




— Ninguém! Mas as reações do seu corpo è tudo que eu preciso saber! Eu posso sentir a sua pele arrepiada ao toque das minhas mãos e se ficar quieta tenho certeza que posso ouvir as batidas do seu coração. — Sussurrou ela.




— Claro e só eu estou sentindo! —  Exclamei tentando me afastar dela. 

— Você sabe que não! Você não está percebendo o que está acontecendo aqui Ariana? Não somos mais crianças! Nossos corpos estão empolgados um com o outro! Eu quero você e tenho certeza que você me quer! Pare de ficar resistindo! —  Exclamou Camila me apertando contra seu corpo.




Ela tinha razão, eu a queria e pelo volume começando a crescer e encostar nas minhas coxas, eu tinha certeza que ela se sentia do mesmo jeito. Ficamos mais alguns minutos quietas, como se uma estivesse esperando a reação da outra, quem seria a primeira a tomar a iniciativa. Algo que era tanto meu quanto da Camila era o orgulho, éramos orgulhosas demais para admitir e dar o primeiro passo. Nossas testas ficaram coladas uma na outra e agora que estávamos quietas, eu podia ouvir o meu coração disparar e com certeza a Camila também poderia ouvi-lo. Naquele momento um turbilhão de sentimentos passaram pela minha mente, aquela indecisão de assumir de vez os meus sentimentos ou não começou a apertar e rodar na minha cabeça. Eu sabia que se fosse beijar a Camila, o próximo passo seria irmos para a cama e depois não teríamos mais volta. Eu gostava dela, mas tinha medo do que viria a seguir, de como ficarmos de verdade iria influenciar a nossa vida e principalmente nossas carreiras. Uma coisa era fingirmos um falso romance, mas outra coisa era ter algo oficialmente. Eram tantas dúvidas e tantas incertezas, decidi fechar os meus olhos e deixar que o meu coração realmente guiasse o meu próximo passo.



— Eu desisto Ari! —  Falou Camila se afastando.



Antes que ela fosse para mais longe a puxei para mim e nossos lábios acabaram se chocando. Não era assim que imaginei, na minha cabeça havia sido mais romântico, mas naquele momento tudo que eu mais queria era beijá-la.