Erick
Um desespero ainda maior tomou conta de mim quando a Sara saiu pela porta do carro e correu para a floresta.
Erick - SARA?! ESPERA!. - Saí do carro e corri em sua direção.
Erick - SARA!. - Ela estava correndo a uma boa distância de mim e, com toda neve no chão, ficava impossível alcançá-la.
Sara permanecia correndo, ignorando os meus chamados. Eu somente ouvia seu choro desesperado.
Erick - SARA, CUIDADO!. - Gritei, tentando alertá-la sobre o penhasco à frente. Apressei ainda mais o passo ao vê-la se desequilibrando quando tentou parar de correr. Senti minhas pernas alcançarem uma velocidade que eu desconhecia.
Sara deu um grito bem forte ao escorregar o pé da beira do penhasco.
Segurei sua mão, com os batimentos acelerados, impedindo ela de cair.
Sara - AH, MEU DEUS, NÃO!. - Ela gritava entre as lágrimas e soluços.
Segurei a raiz da árvore mais próxima, deixando seu corpo pendurado em uma enorme altura. Fiz o máximo de força para não soltar sua mão, desesperado.
Sara - ERICK, ME AJUDA!. - Ela se debatia, eufórica. - ME AJUDA, POR FAVOR.
Erick - Sara, pare de se debater, você está escorregando. - Segurei sua mão o mais firme possível, sentindo a mesma começando a escorregar.
Sara estava visivelmente assustada, mas parou de se debater. - ERICK, ME TIRA DAQUI, POR FAVOR. - Ela gritava e chorava em desespero.
Erick - Eu estou tentando... - O chão escorregadio me impedia de puxá-la de uma vez e um vento forte começou a bater contra o meu rosto, me impedindo de ver claramente.
Sara - EU SOU UMA ASSASSINA!. - Ela gritava até sua voz falhar, com um tom de choro.
Erick - Do que está falando?. - Senti a raiz da árvore começar a ferir a pele da minha mão sem piedade.
Sara - A CULPA É MINHA, EU MATEI A MINHA FAMÍLIA!. EU SOU UMA ASSASSINA!. - Sua mão escorregava da minha cada vez mais.
Erick - Sara, me escuta... Precisa me ajudar a te puxar, está bem?. - Coloquei todas as minhas forças no braço para puxá-la de volta e, aos poucos, seu corpo trêmulo foi subindo. Com toda a força que puxei, acabamos caindo para trás, sentados no chão.
Erick - Sara!. - Respirei aliviado, sentindo seu corpo colado ao meu e sua cabeça no meu peito. - Graças à Deus!. - Abracei seu pequeno corpo, que ainda tremia muito.
Sara - Erick, eu sou uma assassina!. Uma assassina. - Seus braços me apertavam desesperadamente enquanto suas lágrimas molhavam meu casaco e seu corpo tremia.
Erick - Sara, fica calma, respira... - Disse de maneira suave até ela se acalmar. - Por que está dizendo isso?. - Perguntei, confuso.
Sara - Porque é a verdade... - Ela soluçava enquanto tremia. - Por minha culpa eu perdi a minha família, perdi tudo que eu mais amava!. - Seu choro se intensificou.
Segurei seu rosto, inquieto, com as duas mãos, fazendo seus olhos azuis lacrimejados me encararem. - Me explica direito.
Ela respirou fundo, ainda muito agitada. - No dia do acidente... - Sua voz mal saia enquanto seu peito buscava por ar. - Meus pais iriam voltar de metro para casa, eu... eu disse a eles para voltarem de ônibus e... e o acidente aconteceu, a culpa foi toda minha... Eu matei a minha família!. - Seu choro não dava uma trégua.
Erick - Sara, por favor, não diga isso, você não é uma assassina!. Não havia como prever que isso aconteceria. - Expliquei, tentando acalmá-la.
Sara - Se eu tivesse deixado eles voltarem de metrô, eles ainda estariam aqui comigo. Meu Deus... - Seu olhar fugiu do meu para o chão.
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Um Acordo de Amor [Concluída]
RomanceSara Smith é uma mulher de 22 anos, sua vida não era nada fora do comum em Chicago, em um pequeno e humildade apartamento. Ela trabalhava como garçonete em uma pequena lanchonete chamada "Donne Burguer". Sua vida era uma rotina entediante, entre ir...