Secret (Jinmin)

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Jimin vivia angustiado e de cabeça cheia, detestava isso, nunca fora assim

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Jimin vivia angustiado e de cabeça cheia, detestava isso, nunca fora assim. As férias da sua amada faculdade de dança faziam tudo parecer pior, tinha tempo demais e sua mente se aproveitava disso de jeitos que odiava, lembrando coisas que deveria esquecer, insistindo em coisas que deveria superar. Talvez tenha sido por isso que quando viu alguém na internet oferecendo carona de carro para algum lugar que nem lhe interessava, mas sabia ser longe o suficiente para tomar-lhe tempo, não pensou duas vezes em aceitar.

Jimin arrependeu-se imediatamente após publicar o comentário dizendo que racharia, sim, as despesas de gasolina e pedágio, emendando ainda uma mentira de que sempre quis visitar a tal cidade – se qualquer pessoa perguntasse a Jimin que cidade era esta, ele nem ao menos saberia responder – e achava que aquele era um ótimo plano para suas férias, tentando parecer simpático e pouco suspeito.

Tentou apagar rápido o comentário, com as mãos suando, mas o garoto bonito e aparentemente simpático do anúncio lhe respondeu com as informações do local de partida, dia e horário antes que tivesse a chance. Jimin praguejou-se pela sua burrice e o garoto por estar tão atento à própria postagem.

Arrependeu-se mais ainda ao acordar de manhã no tal dia da viagem, pegando sua mochila com algumas mudas de roupas e acessórios e indo até o ponto de encontro enquanto sentia seu estômago revirar de nervosismo.

Acabou que ele era a única carona que Jin, esse era o nome do dono do carro, tinha conseguido, afinal, aquela era uma viagem longa para um lugar que não havia nada demais.

Os garotos cumprimentaram-se de forma meio desconfortável e entraram logo no automóvel. O clima era meio estranho, até porque Jimin queria se enfiar num buraco e nunca mais sair, xingando-se pela própria impulsividade. Jin explicou que ia para lá visitar um amigo de infância e perguntou o motivo para o jovem de cabelos negros ao seu lado querer ir para tão pitoresca cidade, Jimin inventou uma desculpa qualquer, que a vó dele morava lá quando criança e queria conhecer o lugar, sei lá, qualquer coisa.

Jin dirigiu vários quilômetros em silêncio, ainda meio abismado com o garoto que falava tudo de forma pouco convincente. Por que alguém tão tímido e quieto aceitara uma carona daquelas? Jimin apenas apreciava a paisagem através do vidro com insulfilme do carro, perdido em pensamentos novamente, perdido em cabelos vermelhos, roxos e se xingou quando percebeu isso.

Pararam em um posto qualquer com restaurante para comer. O mais novo se impressionou com a quantidade de comida que Jin colocou, seu prato parecia minúsculo perto do outro, não comia muito, se preocupava com seu peso, talvez até demais. Jin tentou puxar papo, perguntou se o cabelo de Jimin era preto daquela cor mesmo e o menor respondeu, meio incomodado, que sim, mas que a cor que usava era tinta porque seu cabelo antes era colorido. Jin não falou mais nada.

Quando voltaram ao carro, Jin tentou conversar de novo, mas sobre coisas bobas – não que cor de cabelo fosse um assunto sério, mas parecia incomodar o menor – e dessa vez deu certo, até porque Jimin queria conversar ou se afundaria em pensamentos de novo. Conheceram mais um do outro, nada de importante, só umas coisas bobas e superficiais, tipo roupas que gostavam e comidas favoritas.

De noite pararam em algum motel na beira da estrada porque um hotel sairia caro demais e não fazia diferença para os dois, alugaram só um quarto – com duas camas de solteiro – para cortar mais ainda as despesas. Jin apagou quase na mesma hora, cansado da viagem, mas Jimin só conseguia tirar uns cochilos breves, e toda vez que acordava de um parecia mais cansado do que quando dormiu. Jimin novamente estava pensando demais. Se levantou da cama e foi para fora do quarto, sentando em um dos bancos sujos e mal cuidados que havia do lado de fora do estabelecimento.

O motel não era bonito, de noite parecia um lugar ainda menos convidativo, ainda mais ameaçador. Jimin suspirou, perguntando-se mais uma vez o que tinha na cabeça quando decidiu fazer aquela viagem sem sentido.

Jin acordou logo antes do amanhecer e notou que Jimin não estava na cama, levemente preocupado, saiu do quarto e encontrou o garoto sentado no banco, olhando para o nada.

Jin abriu o jogo, falou que estava claro que Jimin não ia à cidade por conta da vó e por algum motivo seu propósito ao fazer aquilo tinha algo a ver com cabelos coloridos. Jimin começou a gargalhar por ser tão transparente e o mais velho achou naquele momento que o garoto era, de fato, muito bonito.

Jimin explicou brevemente que queria esquecer alguém, sem dar muitos detalhes, Jin só ouviu quieto, observando que o sol começava a nascer no horizonte. O mais alto, com um sorriso, falou para Jimin falar seus "adeus" para o nascer do sol, que iam cair na estrada, iam fugir daquilo.

Mais algumas horas de viagem, por mais que ainda fossem desconhecidos, Jin e Jimin sentiam-se até confortáveis um com o outro e o mais velho pegou-se imaginando que outros segredos o garoto bonito que pegara carona consigo escondia.

Sem nenhuma vergonha, afinal, não era como se fossem próximos, Jin perguntou se Jimin queria esquecer quem quer que fosse que lhe dominava a mente, o mais novo riu, perguntando como faria isso. O motorista apenas encostou o carro em um campo aberto que havia ao lado da estrada, subiu o freio de mão e tirou seu cinto, inclinando-se na direção de Jimin e roubando-lhe um beijo cheio de volúpia.

Jimin não era burro, entendeu muito bem a proposta de Jin e resolveu aceitá-la, afinal, parecia uma boa opção, já estava indo para uma cidade que nem ao menos conhecia, já não estava ligando muito para suas ações. Um cara bonito daqueles oferecendo sexo dentro de um carro com vidros cobertos de insulfilme parecia algo propício, fazia tempo que não ficava com ninguém, talvez devesse dar uma folga aos seus sentimentos, deixar o prazer carnal preencher insuficientemente o vazio que sentia.

Enquanto abaixava o encosto dos bancos do carro e trazia o menor para perto de si, Jin perguntou-lhe, safado, que outros segredos Jimin lhe escondia, o mais novo riu, não tinha mais segredo nenhum, mas foi interrompido pelos lábios do mais velho. Jin concluiu que iriam descobri-lo juntos então.

O dia estava quase frio, mas o carro ficou quente. Jin quase enlouquecia de vontade de saber o que mais Jimin escondia por trás daqueles olhinhos pequenos e brilhantes, mas já adorava ter descoberto aqueles lábios apetitosos e corpo sem igual. Jin era um tanto rápido, apressado, gostava de ter controle das coisas, mas percebeu, com um risinho, que Jimin não se deixava ser controlado tão fácil.

Enquanto seus corpos chocavam-se, suados, fazendo o carro balançar levemente, Jin tentou aumentar o ritmo de novo, não conhecia o garoto, mas queria-lhe tanto, tanto que sentia-se nas nuvens. Jimin logo o desacelerou, mandou-lhe ir devagar porque ainda não havia chegado lá.

Jimin gostava de deixar tudo lento, Jin concluiu vitorioso. Novamente, Jimin não conseguiu esconder-lhe seu segredo.

Mal sabia que Jimin também havia descoberto seu segredo: aquilo era bom. Aquilo não era condenável. Não precisava ter medo de relações diferentes, afinal, cada pessoa era uma, cada situação era outra.

Talvez não tivesse descoberto um segredo, mas sim uma verdade.

Talvez não tivesse descoberto um segredo, mas sim uma verdade

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