Epílogo

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Taehyung não desligou toca discos, nem tentou trocar o CD, deixou a música tocar, aumentou o volume e voltou ao quintal, pegando mais uma fatia de melancia enquanto sentava

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Taehyung não desligou toca discos, nem tentou trocar o CD, deixou a música tocar, aumentou o volume e voltou ao quintal, pegando mais uma fatia de melancia enquanto sentava. As lágrimas não tinham parado de rolar, mas ele aceitou daquele jeito mesmo.

Voltou para o sol, como se seus raios fossem espantar todas as sombras que rodeavam seu coração. Sombras estas que ficavam cada vez mais fracas. Talvez Taehyung só precisasse se dar um tempo.

Precisava se dar um tempo, só assim conseguiria refletir calmamente sobre tudo que aconteceu, só assim poderia sair daquele seu conforto de preferir não se envolver diretamente com alguém só porque achava que assim ia doer menos. Só assim poderia encarar uma relação novamente, tanto para seu próprio bem quanto para o dos outros. Só com tempo Taehyung conseguiria refletir sobre tudo o que erraram consigo e sobre tudo que errou.

Talvez assim Taehyung voltasse a ser aquele garoto alegre, confiante, carismático e carinhoso que sempre fora, mas que por enquanto só mostrava esse lado em raras ocasiões. Taehyung comia sua melancia com calma, assim como estava vivendo sua vida. Ele não precisava ter pressa para nada, a própria vida construiria seu caminho sozinha, ele não precisava forçar a barra.

Taehyung aproveitou que o sol havia abaixado um pouco e agora iluminava um pedaço do quintal. Engatinhou até lá e deitou, sentindo aqueles raios solares aquecendo sua pele e suas roupas de forma gostosa.

As lágrimas pararam de cair, afinal, Taehyung sabia que o sol e o tempo cicatrizariam seu coração. Sabia que em algum momento, não necessariamente próximo, seria alguém capaz de perdoar e ser perdoado.

E, principalmente, seria capaz de amar.

Yoongi gostava muito daquele álbum. Ouvi-lo através de sua amada vitrola parecia ser melhor ainda.

Yoongi gostava daquele álbum, mas sabia que o mesmo era um lembrete para si, um lembrete de que tipo de pessoa já fora. Mas estava tudo bem, sabia que nunca podia se esquecer de tudo o que já tinha feito, aquilo seria errado.

Mas as músicas de harmonias variadas e contagiantes também eram um lembrete de tudo que podia ser, de tudo que aprendeu, de tudo que mudou. Aquele álbum era um lembrete de que podia amar, de que podia correr para os braços de alguém e que também podia esticar seus próprios.

Foram com histórias que aquele álbum continha que ele pôde crescer, por mais que num passado Yoongi pensasse que tudo era simples demais, que não tinha nada para mudar ou descobrir. O garoto só sabia rir, para não sentir pena, de sua versão mais jovem, tão ignorante, porém tão cheio de certezas.

Anos e pessoas ensinaram a Yoongi que certeza era uma das coisas mais frágeis que existiam. Certezas eram momentâneas, eram perigosas, mas devem ser apreciadas enquanto duravam. Certezas eram charmosas, elas podiam tanto colorir quanto apagar a vida. É difícil viver sem acreditar em nada, mas não era certo deixar com que isso prejudicasse sua visão das coisas.

Anos ensinaram a Yoongi que havia sim, perdão. Ensinaram que coisas que foram poderiam voltar, ensinaram que o mundo guarda, todo espertinho, diversas possibilidades para todos, possibilidades que nem poderia imaginar, e isso não só para ele, mas para todo mundo. Yoongi sabia que só restava aguardar para descobrir o que lhe esperava.

Assim que o vinil chegou ao seu final, Yoongi, com um sorriso, tirou-lhe da vitrola e colocou em sua estante de discos especiais.

Aumentou o volume para ser imerso por completo nas músicas e Jimin não conseguiu evitar que um sorriso se esboçasse em seus lábios. Ele sabia que nem todas aquelas músicas lhe lembravam algo bom, na verdade, mesmo as que lhe lembravam algo bom também traziam um pouco de sofrimento consigo. Mas ele sabia que aquilo era parte da vida, sabia que deveria apreciar tanto os momentos felizes como os ruins, afinal, só é possível ver a luz quando se tem também a escuridão.

Caminhou até um aglomerado de rochas e deitou-se sobre uma menos pontuda. Era desconfortável, sem contar que estava frio, mas a vista das estrelas de lá era bonita demais para ele simplesmente se levantar e ir pra casa.

Jimin observava aqueles pequenos e inúmeros pontinhos brilhosos no céu e uma sensação reconfortante pairou sobre seu peito. As estrelas pareciam pessoas. O mundo tinha infinitas pessoas, assim como estrelas no céu. E ai de quem chegasse em Jimin e reclamasse que não havia infinitas pessoas no mundo, e sim um pouco mais de 7 bilhões.

Haviam infinitas pessoas, sim. Como contabilizar todas as pessoas que já passaram por aquele planetinha chamado Terra? Todas as pessoas que nasceram, viveram e morreram lá? E, mais importante ainda, como contabilizar todas as pessoas que cada indivíduo possui dentro de si?

Cada ser humano tem diversas pessoinhas dentro dele; pessoinhas que foram um dia, mas que acabaram sendo guardadas para lembranças, pessoinhas que ainda aparecerão. Cada ser humano tem várias versões de si mesmo, em diferentes espaços no tempo, em diferentes lugares e momentos. Porque ser humano era aquilo: mudar, seja para evoluir ou regredir. Se nem a natureza era constante, por que o ser humano seria?

Talvez essa fosse a magia do mundo: diversas pessoinhas com outras tantas dentro de si, todas espalhadas por aí se encontrando e desencontrando, fazendo com que suas pessoas atuais se ocultassem e outras nascessem. Provocando mudanças umas nas outras, num caos um tanto poético.

Louco era pensar que em toda essa diferença, toda essa exuberância de pessoinhas e situações, toda riqueza e abundância dessa bagunça de mudanças e vivências, Jimin conseguia lembrar de suas próprias pessoinhas com a música escrita por uma outra que nada tinha a ver com ele.

Louco era pensar nessa homogeneidade desordenada dos humanos.

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Como prometido, o link com a explicação das ordens cronológicas e tudo tá no link externo.

Vocês devem ter percebido que o final é meio aberto. Quem resolve os casais que ficaram juntos ou voltaram são vocês. Sejam o tempo, sejam o mundo e definam o que vai aguardar os meninos. Podem ser eles mesmo, podem ser outros integrantes que não apareceram na história de algum, podem ser pessoas que não têm nada a ver. Vocês estão tão livres quando Tae, Yoongi e Jimin após ouvir Songs About Jane <3

 Vocês estão tão livres quando Tae, Yoongi e Jimin após ouvir Songs About Jane <3

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