Ele não faz ideia da minha existência.
Ou é isso ou sou eu que simplesmente não tem coragem de bater levemente em seu obro e dizer:
- Olá, sou Eva, a gente estuda desde a quinta serie. Sei que não sabe quem eu sou mas não faz mal, já planejei nosso casamento e onde vamos morar. A proposito, quatro ou cinco filhos?
Como sou ridícula, nunca teria coragem nem de completar uma frase pequena perto dele. Como naquela vez nos corredores em que nos esbarramos:
- Você esta bem? - ele disse se abaixando rapidamente para me ajudar com os livros. Nunca o vi tão de perto como naquele dia, seu cheiro era tão bom.
- Si...e... hum... - absolutamente nenhuma palavra que fizesse sentido saiu de minha boca naquele momento. Por isso, faço o que qualquer garota inteligente e corajosa faria estando ao lado do crush. Eu uno todas minhas forças e saio correndo. Afinal, é preciso muita coragem para se parecer uma idiota.
O que foi? achou mesmo que eu ia falar com ele? não, isso só acontece nos filmes.
Em fim, se você acha que esta historia é uma daquela clichês de "A nerd e o popular" você está extremamente enganado. Pode ir tirando o cavalinho da chuva, porque ninguém merece esteriótipos gritando da própria vida.
Nunca fui fã de clichê, minha praia sempre foi ficção cientifica. Star wars? vi todos! Ernest Cline? li todas suas obras! esse cara é um gênio e ainda dirige um De Loream. Revistas de super heróis em quadrinhos? tinha minha própria coleção na parede do meu quarto.
Mas não vá achando que isso faz de mim uma nerd e que Tom seja o garoto popular.
Tom é do clube de biologia avançada, já ganhou vários prêmios, inclusive de soletração em que ele conseguia soletrar qualquer palavra de traz para frente. Ele era um nerd, mais não como esses que se costuma se vê na TV, que usam aparelho e óculos, vestem roupas esquistas e andam estranho.
Tom usava óculos, mais ele combinava perfeitamente com seu rosto angelical. E fosse comparado com algum personagem fictício seria como aqueles atletas em que todas as garotas passam por cima umas das outras para ter sua atenção, rivalidade feminina nunca foi tão bem exemplificada. Mas a diferença era que Tom tinha corpo de atleta e cérebro de gênio, e era um garoto que assim como eu, voava abaixo do radar, as novatas até davam em cima dele, mais quando descobriam que ele era o nerd e não o atleta elas caíam fora. Sorte minha, azar o delas.
Eu sabia que Tom era bem mais que um rosto bonito. Ele é inteligente, sabia ser engraçado do seu próprio jeito, tinha um mega talento para musica, tocava vários instrumentos de corda e ainda era da banda do colégio, alem do mais era muito respeitoso com as garotas. Ainda não me conformo com o fato de só eu me sentir atraída por ele. Ou vai vê as outras garotas eram vergonhosas de mais como eu para admitir isso em voz alta. Que assim seja, vi karatê Kid varias vezes justamente para esse momento. Tom era MEU. Ele só não sabia disso ainda.
Já eu? Bem, eu mal sabia escrever um texto sem erros ortográficos, quem diria soletrar palavras de traz pra frente. E ao menos que o conteúdo da prova fosse sobre naves intergaláticas, paradoxos temporais e carros ou cabines telefônicas que viajam no tempo, eu bombava nestas matérias. E viagem no tempo não era bem o que se ensinava na escola, então eu estava prestes a reprovar.
Viram? nada de clichê por aqui e nem se sente o cheiro de esteriótipos.
- Quando vai ter coragem de ir até lá? - Kris, minha amiga me diz, me arrancando dos meus pensamentos.
Estávamos na sala de aula, eu e Kris nos sentávamos no fundo, Tom na frente. Ele e mais dois amigos pareciam rir de algo. O professor ainda não havia chegado então varias cadeiras ainda estavam vagas, ou seja, eu tinha uma vista privilegiada de Tom de onde eu estava sentada.
- O quê? nunca! já se esqueceu do vexame da ultima vez ?
- Nada que um bom treinamento não resolva.
- Treinamento?
- Sim, treina em frente ao espelho. Pode até colar a cara dele para parecer mais realista.
- Que macabro. Não vou fazer isso.
- Para, ninguém além de mim vai saber. Alem do mais, o que há de tão complicado em dizer oi?
- Kris, vai por mim, eu não consigo.
- Duvido - Kris diz amassando uma bolinha de papel que arrancou do seu próprio caderno.
- O que vai fazer? - pergunto curiosa, temendo a resposta.
- Observe - ela diz arremessando a bolinha a frente da sala. Quando me dou conta do que ela fez, Kris já estava abaixada e Tom me encarava enquanto passava a mão no local de sua cabeça onde a bolinha o atingira com força. Com Kris abaixada, eu era a unica suspeita ali.
- Droga...
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Amor A Segunda Vista
RomanceEva, uma garota cumum, é apaixonada por Tom desde a quinta série, ele porém, nem se quer se lembra de ter estudado com ela na quinta série. Mais não se engane, essa não é aquelas histórias de a nerd e o popular, isso não tem nada a ver com quem se...