Algo quente esquentava minha mão. Meus olhos se abrem aos poucos para identificar o que era. Nunca me custou tanto abrir os olhos como naquele momento.
Uma mão segurava a minha com força. Ao julgar pelo calor, já estavam a segurando por muito tempo. Era uma mão masculina, não conseguia enxergar o rosto do dono dela pois o mesmo estava com a cabeça apoiada no pequeno espaço do colchão em que eu estava deitada. Olho ao redor, estou no hospital?
- O que aconteceu? - digo com dificuldade, minha voz sai quase sem som, porém ela é suficiente para despertar o garoto que segurava minha mão com tanta força. Então noto que ele não estava dormindo, estava orando.
- Graças a Deus... - ele diz com um sorriso ilumido. Demoro um pouco para assimilar tudo o que estava acontecendo e identificar seu rosto. Era Tom, meu Tom.
- O que aconteceu? - pergunto com a voz um pouco mais alta agora, olho ao redor tentando adaptar minha visão a claridade das lâmpadas daquele quarto.
- Você foi atropelada, ficou em coma por três dias.
- O quê? - digo me forçando a levantar, mas sinto uma dor tão terrível que me obriga a voltar para meu lugar de novo e nem querer tentar fazer aquilo novamente.
- Cuidado. Você não pode fazer muito esforço físico - Tom ageita o travesseiro atrás de mim - É um milagre você ter acordado, os médicos disseram que... deixa pra lá. Que bom que acordou - Com dificuldade sorrio.
Todas as minhas memórias voltam a minha cabeça, desde a carona para Christian até o incidente do cinema, preferia não ter me lembrado dessa última parte.
- E o Christian? - pergunto. Tom fica sério.
- Ele voltou para a cidade, disse que quando você acordasse, era pra mim dizer que... - ele parece refletir um pouco melhor na frase então para no meio dela.
- Dizer que???? - Tom respira fundo tendo raiva do que ele mesmo estava prestes a dizer.
- Que era pra você prestar mais atenção da próxima vez - reviro os olhos, babaca.
- Como você soube que eu estava aqui?
- Um tempo depois de você ter saído para procurar o Christian, ele chegou. Ele estava todo estranho, o Christian que saiu nem pareceu ter sido o mesmo que voltou.
- Estranho como?
- Sei lá, mais ele estava diferente. Estava carregando uma caixa nas mãos que parecia ter sua vida ali dentro de tanto que ele a segurava com força, ele estava bem machucado também.
- Ai meu Deus. O que ouve?
- Ele não quis me contar. Só disse que queria sair logo dali, então liguei para você, mais foi o hospital quem atentendeu. Disse para Christian que tinhamos que vir correndo pra cá, mais ele se recusou - dava para notar que o olhar de Tom estava repleto de raiva e preocupação, tão fofo - Então liguei para meu pai trazer meu carro e levar Christian para casa com o caminhão. Sabe, ninguem pode deixar um Mustang largado em cima de um guincho por aí dando sopa - sorrio.
- Obrigada, por ter ficado. Se você não estivesse aqui eu estaria sozinha agora - era triste olhar as coisas por esse ângulo mais era a verdade.
- Não precisa agradecer, eu queria mesmo faltar aula hoje.
- Ai meu Deus, a escola- digo assustada levando a mão a cabeça, e se tivessem ligado para minha casa? Eles costumavam ligar quando o aluno faltava sem avisar, no caso de ele estar matando aula. Eu estaria frita se ninguém atendese e eles resolvessem investigar.
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Amor A Segunda Vista
RomanceEva, uma garota cumum, é apaixonada por Tom desde a quinta série, ele porém, nem se quer se lembra de ter estudado com ela na quinta série. Mais não se engane, essa não é aquelas histórias de a nerd e o popular, isso não tem nada a ver com quem se...