chapter two: park jimin.

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𝗯onjour chérie, comment vɑs-tu?
leiam as notas finais.
boa leitura.

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Jimin abriu a porta da frente de seu chalé. Assimilando a imagem perfeita da cena bucólica diante de si, ele suspirou. Todas as manhãs começavam da mesma forma. Pelo menos durante todo o tempo em que Park vivera por lá.

O Sol se erguia devagar além do horizonte, com raios que faziam os campos que cercavam a aldeia ficarem mais verdes, dourados ou brancos, dependendo da estação do ano. Os feixes avançavam até tocarem as laterais impecavelmente brancas do chalé de Jimin, que ficava nas imediações do povoado, antes de por fim iluminarem os telhados de palha dos lares e lojas que constituíam o restante da aldeia.

Quando isso acontecia, os aldeões já estavam se mexendo, preparando-se para o dia. Dentro de suas casas, alguns se sentavam à mesa para as refeições matinais enquanto outros cuidavam das crianças ou terminavam de preparar o mingau.

A aldeia permanecia silenciosa, como se ainda estivesse despertando. Então, o relógio da igreja batia oito horas. E, como num passe de mágica, a aldeia ganhava vida. Jimin havia presenciado a cena centenas de vezes. Mesmo assim, naquela manhã, como em todas as outras, ele mais uma vez se deslumbrava ao contemplar a pequena aldeia e as mesmas pessoas cuidando de suas rotinas.

Estreitando seus olhos castanhos cordiais, suspirou diante de quão mundano era tudo aquilo. Com frequência, ele imaginava como seria acordar de forma diferente. Jimin balançou a cabeça. Não lhe fazia bem deixar-se imaginar ou sonhar tanto assim. Essa era a vida como ele sempre conhecera, a vida que ele compartilhava com o pai desde que eles haviam se mudado para Paris, muitos anos atrás. Era uma perda de tempo habitar o passado ou se perguntar o que poderia ter acontecido. Ele tinha coisas para fazer, incumbências a cumprir e - olhou para baixo, na direção do livro que segurava - uma nova aventura para desvendar.

Jimin endireitou os ombros, fechou a porta atrás de si e partiu para a cidade. Em questão de minutos, ele abria caminho pela rua principal de paralelepípedos e acenava conforme passava por outros aldeões. Embora tivesse morado na aldeia durante a maioria dos seus anos de vida, ainda se sentia como um estranho aos olhos dos outros. Lá, como na maior parte do interior rural da França, era isolado e insular. A maioria das pessoas por quem Jimin passou em seu caminho havia nascido ali e a passaria toda a vida no mesmo lugar. Para eles, a aldeia era o mundo, e os forasteiros eram vistos com desconfiança.

Park não tinha certeza se ainda não seria tratado como um estrangeiro, caso não tivesse nascido na aldeia. Ele realmente não tinha nada em comum com a maioria dos moradores. A verdade é que tinha mais prazer em ler do que em ter conversas banais e tediosas - queria era viajar para terras distantes e viver aventuras magníficas, ainda que apenas nas páginas de seus livros favoritos.

Tecendo seu caminho pelas ruas, ouvia o restante dos aldeões cumprimentando-se. Sentiu uma pontada de solidão ao vê-los. Todos pareciam estar perfeitamente contentes com a monotonia de suas rotinas matinais. Ninguém parecia compartilhar de seu desejo por algo novo e empolgante, por algo mais.

Chegou à tenda do padeiro, onde o cheiro delicioso de pães e recém-assados se espalhava pelo ar. Como sempre, o ansioso padeiro segurava uma travessa de baguetes frescas e resmungava consigo mesmo.

── Bonjour ── disse Jimin. O homem assentiu distraído. ── Uma baguete... ── Investigou a fila de potes cheios de geleias vermelhas. ── E um deste também, s'il vous plaît, por favor ── emendou ele, escolhendo um pote e deslizando-o para dentro do bolso de seu avental.

Após pagar pela compra, ele seguiu caminho para contemplar sua próxima missão. Estava prestes a dobrar a esquina quando se deteve. Jean, o velho oleiro, estava parado ao lado de sua mula, parecendo confuso. A carroça atrelada ao animal estava cheia de cerâmicas recém-feitas. Jean levantou o olhar e sorriu ao flagrar Jimin observando-o.

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⏰ Última atualização: Feb 13, 2021 ⏰

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