Andrey, o alfa

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O ômega tinha escapado, nem tivera chance de se explicar. Parcialmente a culpa era do jovem ômega que agora se agarrava em seu braço, tagarelando agradecimentos e soltando evidentes sinais de flerte. Andrey, com educação, tentava se desvencilhar dos braços do adolescente. Sabia, em parte, que o que motivava as atitudes do mais novo era sua própria biologia, os instintos invisíveis que apertavam os botões internos do controle remoto que dominava o corpo do ômega, entretanto, eles (alfas, betas e ômegas) não eram apenas máquinas orgânicas movidas a instintos! Não, eram seres racionais capazes de julgar seus próprios atos e assim impor limites a suas necessidades biológicas.

Andrey ficara curioso com o ômega mais velho, ansiava por oportunidades de conversar com alguém que não agisse como um cachorrinho assustado ou no cio, assim que demonstrava suas qualidades alfas. Para muitos o grau de dominância de um alfa expressa o quão importante e poderosos um alfa era. Desta forma, quanto mais dominante for, maior influência exercerá a todos a sua volta. Outros alfas se submeterão a sua vontade e ômegas praticamente ficarão de quatro aos seus pés, desejando serem copulados e marcados. Aquilo deveria o deixar orgulhoso, mas Andrey tinha uma ideia diferente sobre tudo aquilo. Era inconveniente ser tão dominante. As pessoas o temiam e o tratavam como uma espécie de pop star. Não eram honestas, o vinham apenas como um Alfa dominante e não como Andrey.

Desvantagens de ser poderoso alfa. Pensou ressentindo. De contragosto resolveu acompanhar o adolescente até a plataforma, só para garantir que ele estivesse seguro do "ataque" de outro alfa pedófilo. Ainda mais, sentia que era o seu dever com alfa fazer esse tipo de coisa.

Depois de receber os agradecimentos dos pais do adolescente, sorrateiramente escapou. Temia que eles confundissem sua atitude altruísta como uma forma de corte ao ômega.

Finalmente se viu livre daquela complicação e por fim poderia ir para casa. Contudo, a imagem do ômega que tivera a audácia de enfrentar um alfa estava marcada em sua mente. Se ele tinha descido naquela estação, significava que ele também morava ou estava visitando a cidade Solntse, logo eles poderiam se esbarrar pelas ruas estreitas e pitoresca da cidadezinha. Quem sabe...

~***~

A construção se destacava na paisagem, posicionada sobre a colina, parecia um castelo se erguendo por além das nuvens. Sendo que as nuvens era a cerração típica da região e o dito castelo era uma mansão ao estilo colonial que já tinha um centenário de idade. Aquela edificação devia ser tombada como patrimônio histórico de Solntse.

Andrey apresentava sentimentos contraditórios em relação a sua vinda a sua cidade natal. Em parte, estava feliz em visitar a sua família, por outro lado, sentia que algo não estava certo. Escondiam algo...

Quando bateu na porta de entrada, se surpreendeu em ser recebido por seu irmão ômega.

— Oh! Oi, drey-drey. — Albert possuía imensos olhos cor esmeralda, cabelos sombrios, ambas características se avultam em contraste com sua tez alva como a neve logo após uma nevasca.

— O que você está fazendo aqui? — Andrey indagou com certa preocupação.

— O que? Não posso visitar meu querido irmão mais velho?

Aquela não era uma boa resposta.

— Drey-Drey! — Uma bola de energia se intrometeu na conversa, outro irmão mais novo, desta vez um beta. Cabelos castanhos e olhos cor de mel. Sardas cobriam parte do seu rosto jovial e alegre.

— Alphonse... E o que você está fazendo aqui?

— Não posso visitar o meu querido irmão mais velho?

Exame OmegaOnde histórias criam vida. Descubra agora