Capítulo 4

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Caroline Almeida 

-Não, por favor, não faz isso!-Lagrimas caiam do meu rosto

-Por favor, a deixa em paz.

            Ele a pega pelo cabelo, seu choro de bebê ecoa pelo quarto, minha cabeça lateja, não tenho mais forças para lutar contra ele, estou no meu limite.

-Por favor, me dê a minha menina

           O soluço é involuntário, eu não sei como impedir ele, meu coração está acelerado, meu corpo dói, o sangue do meu machucado na boca estava escorrendo. Meus olhos querem fechar, estou cansada demais para lutar, não tenho forças.

-Isso é minha vingança contra você, sua vadiazinha.

         Ele diz enquanto me olha com uma arma na mão, meus olhos percorrem o quarto todo em busca de algo para me ajudar, o quarto é fedorento, as paredes estão mofadas, o piso é de cimento mal feito e tem apenas uma luz amarela no meio do quarto, que possibilita eu ver toda a cena com clareza.

        Ele me dá mais um soco, minha cabeça virá com força, tento abrir os olhos, mas a dor e a tontura não deixam, sinto que estou no fim.

       Ouço um tiro.

      Desisto de lutar, minha menina se foi, como uma parte de mim também.

      Ele conseguiu ser o meu pior pesadelo, ele acabou comigo, com nós. Meus olhos fecham e novamente estou em uma escuridão total.

       Acordo com dor de cabeça, não sei o que é pior, a dor ou o sonho. Fico mais tempo na cama para a dor amenizar aos poucos. Fazia tempo que eu não sonhava com eles, não sonhava com aquela noite, achei que estava livre.

        Levanto da cama, vou até o banheiro para fazer minhas higienes e tomar um banho gelado para tirar a ressaca e deixar meus próprios pensamentos de lado.

         A noite passada vem a minha mente junto com um sorriso involuntário, a noite com as meninas fora divertida, mas confesso que o final me deixou com gostinho de quem quer mais. Thomas beija bem, tem gosto de morango, só o que mais me incomoda é como vai ser a relação dentro da empresa, já que para todos eu sou apenas a secretaria e não aquela que manda em tudo e paga o salários de todos.

        Que pensamento egoísta, Caroline.

         Saio do banho enrolada em meu roupão enquanto penteio os meus cabelos, já que só posso fazer isso com ele desse jeito. Desço as escadas e sinto um maravilhoso cheiro de café, dona Maria estava sentada na mesa com uma xícara enquanto lia alguma revista que estava na mesa.

-Bom dia, dona Maria –beijo sua bochecha.

-Bom dia querida. –sorri com o beijo- chegou flores para você

         Indica com a cabeça, olho para um jarro de rosas, vou até elas e leio o cartão.

                                                         Espero que esteja pensando em mim do mesmo modo que eu estou                                                                                                                                                               pensando em você.

                                                                                                                                                                  Thomas Andrade.

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