Forever - JHS

3 - Você poderia me dizer?

Faz dois dias desde que peguei o caso da viúva e ela já me ligou cinco vezes. CINCO VEZES EM DOIS DIAS.

- Eu não aguento mais - falo para o Sr. Hoo assim que sou recebido em sua casa.

- O que você não aguenta, HoSeok? - Ele pergunta não muito interessado.

- Cinco ligações em dois dias, todas perguntando se eu já tenho a solução para o caso. Como eu vou achar uma solução se ela não me deixa trabalhar?

Ele me encara.

- HoSeok, você tem que cuidar dos seus clientes - ele fala. - Sabe que isso não é problema meu, certo?

- Mas...

- Se não der conta passe para outro - ele diz me interrompendo.

- O quê? - pergunto surpreso.

Não esperava que ele fosse sugerir algo do tipo.

- Sabe, talvez o Suk YoonJae esteja certo, talvez eu esteja mesmo passando mão na sua cabeça.

- O quê? - repito irritado.

- Ele veio aqui reclamar que ele merecia esse caso e não você - Hoo diz calmo bebendo seu café.

- Que direito ele tem de...

- Se acalme, garoto - ele fala tranquilo me interrompendo pela segunda vez. - Estou apenas te alertando. As pessoas estão falando... falando que eu te dou privilégios, que é irresponsável deixar grandes causas nas mãos de uma criança...

- Criança? Eu...

Ele coloca a xícara na mesa me interrompendo pela terceira vez.

- Garoto, eu só vou te pedir uma coisa, prove que eles estão errados ou eu vou ter que fazer o que eles querem.

- Fazer o que eles querem? - pergunto Com raiva. - Vai me demitir?

- Não, HoSeok. Eu não vou te demitir, mas eu estou sendo pressionado. As pessoas querem que eu repasse menos casos para você, pare de tolerar seus atrasos... na verdade, sobre isso...

Saio e bato a porta.

Sendo pressionado. Sendo pressionado uma ova, como se os outros funcionários pudessem pressionar o supervisor.

Estou tão enfurecido que só percebi que tinha saído do prédio quando já estava no meio da rua.

Me culpo mentalmente pelo ato não previamente pensado, mas agora eu não vou voltar lá.

Percebo que não estou com celular, apenas a carteira, o que é bom pelo menos aquela louca não vai mais me ligar.

Respiro fundo para pensar no que fazer.

Vou pegar meu carro. Isso, vou pegar meu carro.

Saio determinado e me esbarro em alguém.

- Você é idiota? - ouço uma voz feminina irritada perguntar.

- Me desculpe - falo me curvando e começo a ir embora quando ouço-a rir.

- Por que você...

- Eu só estava brincando.

A encaro pela primeira vez. É a garota que estava chorando no prédio.

- Calma, você se esbarrou em mim de propósito? - pergunto incrédulo.

- Foi você que esbarrou em mim - ela reclama. - Eu só repeti o que você disse porque vi que era você.

- Claro... - falo com sarcasmo.