Seu primeiro dia

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MEGHAN CLARK
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Estou tão ansiosa que mal consigo decidir o que vestir. Meu armário parece um labirinto de indecisão, mas vou escolher a melhor roupa que eu puder encontrar.

Eu me pergunto se farei alguma amizade ou se chamarei atenção. Será que vou me destacar ou passar despercebida?

Cheguei um pouco em cima da hora, e o lugar ainda está vazio. Estou na sala 1H, uma das melhores da escola, e parece que os alunos ainda estão chegando. O período da manhã não é tão movimentado.

Escolhi um lugar no fundo da sala, onde espero ficar invisível para os professores.

Os alunos começaram a chegar e, para minha surpresa, um garoto alto, branco, com os cabelos pretos desgrenhados, se sentou ao meu lado e me lançou um olhar curioso. Deve ser por causa do meu look um pouco exagerado.

E então ele riu! Meu Deus, eu estou olhando fixamente nos olhos do garoto incrivelmente lindo!

Virei rapidamente com muita vergonha. Ele deve estar rindo do meu desespero e das minhas bochechas coradas.

As aulas passaram rápido e, finalmente, pude ir para casa e descansar. Liguei o som, me deitei na minha cama grande e confortável, e me entreguei às músicas e ao livro que sempre me faz chorar e me emocionar profundamente.

Mas logo depois, encontro o garoto alto acenando para mim e se aproximando.

Meu Deus, o que eu faço agora?

- Oi?

- Oi.

Ele me olha com um olhar malicioso, que eu não consigo decifrar por causa dos olhos lindos e dos cílios extremamente longos.

- Então, o que você quer? - perguntei sem pensar duas vezes.

- Quero te conhecer, saber seu nome, sair com você e quem sabe até virar seu melhor amigo.

Minhas bochechas coraram instantaneamente. Eu gostei daquilo, mas certamente ele não é para mim. É só mais um para minha lista de iludidos...

- Desculpe, mas acho que você está se emocionando à toa. Agora eu preciso ir, desculpe.

- Ou, desculpe eu, fui muito direto. Qual é o seu nome?

- Meghan Clark.

- Meghan, Meghan, prazer, meu nome é Justin Watson. E claro, se você quiser, podemos ser amigos. Eu percebi que você não conhece muito bem a escola e não conversou com ninguém hoje. Eu gostei do seu jeitinho; você é tímida!

- Não sou tímida. Como você pode afirmar algo sem ao menos ter provas, Justin?

- Você me avistou na sala sem sequer perceber, e quando percebeu, ficou brava com você mesma por fitar o Justin na sala...

- Olha, se for para ter uma conversa com você desse jeito, é melhor eu ir embora. Tenho mais o que fazer.

- Mas nós nem conversamos direito, Meg.

- Porque não dá para conversar direito com uma pessoa que nem me conhece e já coloca apelido como se fosse a coisa mais normal do mundo, né, senhor Watson?

- Então nos veremos amanhã? Assim conversamos melhor.

- Tchau.

- Tchau, né!

Fui para o meu quarto, liguei o som, me deitei na cama e fiquei pensando no idiota do Justin. Ele é lindo, e eu não quero criar amizade logo com ele. Ele sabe como mexer comigo, e eu não suporto isso. Ele colocou um apelido em mim, e eu confesso que gostei. Quero parar de pensar nele e focar apenas nos meus livros.

Não, espera! Tenho que ligar para a Grazi; prometi que contaria sobre o meu primeiro dia de aula. Grazi é minha melhor amiga. Ela se mudou há dois anos, e sempre que a vejo, ela fica super feliz. Eu realmente a amo muito.

Minha mãe chegou parecendo exausta, sentou no sofá e me perguntou se eu estava bem. Sua voz é suave e calma, e eu gosto disso. Ela me olha com preocupação, como se eu estivesse aprontando todos os dias. Bem, até agora, sem muitos amigos por perto, que vontade eu teria de aprontar, não é?

- Sim, mãe, estou bem. E você?

- Estou bem, filha, cansada, mas bem. Vou tomar um banho e descansar. Ah, e como foi seu dia na escola, querida?

- Foi legal, mãe.

- Conheceu alguém lá?

- Não, ninguém. Primeiro dia, mãe. Quem sabe no segundo?

- Você e esse seu jeito certinho. Concentre-se em fazer amizades, tanto com garotos quanto com garotas. Ambos são legais.

- Tá, mãe, tá.

Ela foi para o banho, e eu subi para o meu quarto e fui ler. O livro falava sobre amor, amor com laços fortes e sinais profundos. As histórias eram tão lindas e emocionantes. Realmente acho que, para isso acontecer comigo, o garoto teria que ter muita coragem, porque eu não sou fácil de lidar.

- Filha?

Me assustei ao ouvir minha mãe na porta.

- Sim, mãe?

- A Grazi te ligou no telefone da sala. Eu disse que você retornaria para ela mais tarde.

- Tudo bem, mãe, obrigada.

Ela acenou com a cabeça e saiu. Rapidamente, fechei a porta, voltei para a leitura, e logo o sono chegou. Deixei o livro de lado e, quando percebi, já estava em sono profundo.

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