Ꭺlfα ᜶ y.k.

047

     Quando eu acordei, vi que Jungkook ainda estava ao meu lado na cama e isso me deixou extremamente feliz, foi a primeira vez que acordei ao seu lado e foi incrível, adoraria que tivesse aquela sensação por todos os dias de minha vida. Era como se eu não estivesse sozinho, eu suspirei e encarei o teto, parando pela primeira vez para pensar sobre tudo o que estava acontecendo. Jeon realmente me amedrontou no dia anterior, foi maravilhoso, mas realmente assustador. Eu me perguntava se aquele era o máximo de agressivo que ele chegaria e eu duvidava, mas isso era o que me dava mais medo, eu sempre vi em minha vida diversos de meus amigos ou até famíliares se envolverem em relacionamentos abusivos com alfas. Parando para pensar, alfas no geral eram abusivos, sempre mandões e superiores, eu tinha medo de um dia ter meu Jungkook, esse pelo qual eu me apaixonei dessa forma.

     Eu tinha sido extremamente esquivo, eu não havia conhecido Jungkook direito nesse tempo, eu apenas o observava de longe e ele sempre foi uma interrogação para mim. Isso, que antes me atraía nele, agora assustava, querendo ou não eu estava entrando em um relacionamento com alguém que eu mal conhecia, mas sabia que ao menos respeitoso comigo ele era. Assim como havia ouvido histórias de ômegas que queriam ser marcados para terem alguém preso a si, também já ouvi sobre alfas que marcavam ômegas apenas para tê-los como seus, sem deixá-los escolha alguma, por serem muito mais fortes. E o fato de Jeon não ter me marcado quando teve oportunidade e vontade, significava que ele se importava com coisas maiores se não apenas ele, se ele não tivesse feito isso pensando em mim, ele ao menos era responsável o suficiente para ter consciência de que seus atos tinham consequências.

     Eu só podia esperar que o alfa ao meu lado fosse alguém incrível como esperado, que tudo o que ele tenha demonstrado até agora seja verdadeiro e que seu máximo de agressividade nunca seja direcionado a mim e sim a qualquer um que decidisse fazer mal a um de nós. Era incrível como, mesmo quando eu sabia que nós não tinhamos nada sério, era impossível pensar que Jeon era aquele que me protegeria quando eu precisasse. Me virei um pouco, gemendo um pouquinho por conta da dor que estava espalhada por meu corpo inteiro, me agarrei ao meu alfa, sentindo seu cheio, estavamos ambos nús, isso me deixou levemente envergonhado por conta de termos nossos corpos grudados, mas não podia negar que era incrível a sensação da sua pele contra a minha, nós precisávamos de um banho, era tudo o que se passava pela minha cabeça.

     Suspirei pesado então me lembrei de meus pais, eles não haviam voltado para casa ainda, ou tinham? Uma preocupação enorme tomou conta de mim e eu virei para o lado tentando achar meu celular, que não estava em qualquer lugar visível do quarto, eu precisava ligar para minha mãe, algo ruim poderia ter acontecido com ela em quanto eu estava fodendo com o Jungkook, isso era um pensamento completamente doloroso, me enchia de culpa de algo que eu nem sabia se era real, sabia que eu estava me precipitando, mas eu só tinha que ter certeza se estava tudo bem, eu precisava saber. Tentei me soltar de Jeon, mas quanto mais eu tentava me afastar, mais ele me apertava contra si. Eu já quase chorava em desespero, não conseguia parar quieto. Depois de um tempo desisti de tentar me soltar e voltei a me aconchegar ao corpo de Jungkook, apoiando minha cabeça em seu peito e chorando baixinho.

     — Você realmente não tem jeito, não pode sossegar e me deixar dormir. Você está chorando? O que aconteceu, Yoongi? – sou voz antes descontraída, passou para preocupada. Então contei-lhe minhas preocupações, chorando e tentando correr atrás de meu celular, mas fui impedido por Jungkook que me prendeu na cama me fazendo entrar em choque, ele queria me impedir de tentar encontrar meus pais? O que estava acontecendo? Ele apenas pedia desesperada mente para que eu calasse a boca e o deixasse falar. O que eu não fiz, então tive minha boca tapada por sua mão. — Será que agora dá para me escutar? Que droga, garoto! Primeiramente, tente não tirar conclusões precipitadas, okay? Seu pai está viajando, só voltará daqui 15 dias, sua mãe chegou em casa você estava dormindo, eu acordado, ela estranhou as roupas espalhadas que deixamos e bateu na porta, eu respondi, ela me entregou as minhas roupas e conversamos, contei para ela toda a situação e ela entendeu completamente, expliquei seu medo da reação deles e ela chorou por te fazer se sentir desse modo e por que disse que entendia porque seu pai realmente nunca foi razoável em relação a sua classe, praticamente te obrigando a ser um alfa, algo que não era de sua escolha. Eu disse que ajudaria vocês nessa situação e ela me agradeceu milhões de vezes por isso e pediu para que eu o protegesse. Então sabendo que você estava em heat, deixou a casa para nós, disse apenas para que limpassemos tudo e que deixassemos tudo organizado.

     — E-eu posso falar com ela, por favor? – peço baixinho.

     — Está duvidando de mim, é isso? – ele pergunta me encarando e eu me encolho, eu não sabia o que responder. — Faça o que quiser.

     Eu sai de seus braços e procurei pelo meu celular, não demorando a encontrá-lo, em seguida ligando para minha mãe, nós conversamos bastante, até que ela diz que teria que voltar a fazer o almoço, pois sua amiga havia saído e ela deveria cuidar disso antes que a comida queimasse, terminando me pedindo para preservar o que eu tinha com Jungkook, porque ele era um bom garoto e que ela gostaria de nós ver juntos. Eu então desligo o telefone, vendo o alfa parado atrás de mim com os braços cruzados, ainda sem roupas, mas eu apenas ignoro esse fato, visto que eu também estava.

     — Consegue acreditar em mim agora? – ele pergunta ironicamente, claramente bravo com minha desconfiança. — Vem, vamos tomar banho. – eu apenas me deixo ser guiado pelo alfa até o banheiro, eu estava envergonhado por minha atitude, eu agi muito por emoção, ele não havia feito nada justificasse minha paranóia em relação aos seus atos, eu realmente me sentia mal por não ter pensadp direito. Afinal o que ele poderia ter feito? Prendido meus pais no porão para foder com o filho deles? Mandado matá-los? Nós não estamos em um filme, Yoongi. Eu me martirizava internamente, olhando para o chão em quanto ouvia o barulho da banheira sendo aos poucos coberta de água, Jungkook vem até minha e me faz olhá-lo nos olhos, ele ainda estava com seu maxilar trincado, mas suas palavras saim suavemente.

     — Sei que deveria ter te avisado antes sobre seus pais, mas você não se preocupou, pensei que tivesse imaginado a real situação, não achei que fosse ter essa reação. Sei que nós falamos a pouco tempo, mas pensei que ao me contar aquela história de seu pai você sentiria que ao menos pode confiar em mim. – ele diz suavemente e beija minha testa em seguida, carregando meu corpo até a banheira. Eu havia esquecido completamente de minhas dores por conta da adrenalina da situação anterior, agora que ela havia baixado, eu já podia senti-las novamente. — Fique aqui, eu buscarei um remédio para suas dores, tá bem?

     Eu assinto, me encolhendo sentindo a água quente relaxar meus músculos doloridos, Jungkook realmente era um alfa bom para mim. Eu sabia que precisava conversar melhor com ele se eu quisesse esclarecer as coisas entre nós, porque ele sabia muito de mim, mas eu não sabia nada sobre ele e isso estava me matando, eu nunca sabia o que esperar dele, eu apenas era atraído por si. Não demorou muito para que ele voltasse com um comprimido e com um copo de água na mão, me entregou o primeiro item, o qual eu coloquei em minha boca, para em seguida pegar o copo, engolindo o remédio junto com o gole d'água. O alfa deixa o copo em cima da pia do banheiro e entra na banheira comigo, pegando a esponja cheia de espuma e passando por minhas costas, me fazendo arrepiar um pouco.

     — Preciso saber mais sobre ti, não consigo me conformar que saber tanto sobre mim quando sei tão pouco, não consigo confiar em alguém que não conheço de fato. Na verdade não consigo confiar completamente em ninguém, eu sou inseguro, já havia lhe dito isso antes, eu sinto muito se lhe decepcionei, mas é como eu sou, em minha mente todos estão sempre prontos para me deixar, mas minhas paranóias são piores quando não sei nada sobre quem está comigo, porque não sei o que esperar de ti, não sei como reagir a suas atitudes. Peço que se abra um pouco, me deixe te conhecer, caso o contrário não vejo como poderiamos nós relacionar, seria algo impossível para mim. – comento finalmente, tirando aquele peso de minhas costas, encarando a parede em minha frente, sentindo a esponja ainda escorrer por minha pele.

     — Certo. Pode começar. Me diga o que precisa saber.