Decepção ou Liberdade ?

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Com a viagem do Jean passei a trabalhar muito, cada dia em um lugar diferente. Estava decidida a fazer algumas economias para nosso casamento.

O tempo foi passando e ele não chegava quando nos falávamos por telefone ele dizia que as coisas estavam enroladas, a minha saudade só aumentava.

Em uma noite de domingo como de costume liguei pontualmente as 19:00, ele atendeu com uma voz diferente.

- O que aconteceu você parece triste.

- Tenho uma notícia para te dar...

Foram segundos de silêncio que amoleciam as minhas pernas.

-Minha mãe não quer mais ir embora.

- Nossa que pena. E você vem quando então?

- Eu não volto mais.

- Para de brincadeira menino.

- Não é minha mãe decidiu abrir uma padaria aqui pra mim, disse que estou muito novo para tanta responsabilidade. Me perdoa.

- É ela tem razão... Boa sorte!

Foram as únicas palavras que consegui dizer.

Fui para casa de Creuza desesperada, chorando. -  Creu meu mundo acabou e agora?  O que faço?

Creuza olhava meu desespero e chorava comigo. Ela sabia que ele era a minha esperança de dias melhores.

Aquela noite foi longa fiquei pensando como seria sem ele, dormir aos prantos.

Eu tinha um anjo chamado Erenice minha amiga de escola. Sempre que viajava me pagava para ficar com os seus filhos, era uma ajuda mas ela disfarçava bem. Nesse momento tão difícil me refugiei na casa dela, ela me passava paz.

Estava sozinha na sala o telefone tocou era ele.

- Dri, tô ligando para saber como estão?

- Bem.

- De verdade?

- Sim.

- Ok beijos

- Ok.

Foram as únicas palavras que consegui dizer, não precisava da piedade dele. O telefone tocou novamente e era ele. -  Não fale assim comigo por favor eu não tive escolha, mas quero te pedir uma coisa vem morar comigo estou morando sozinho vem você e a Katia.

Eu não sabia o que dizer só sabia que queria muito.

- Ta eu vou.

- Quando você vem?

- Assim que Katia terminar de estudar. Isso demoraria uns cinco meses.

Ficamos por horas fazendo declarações de amor e nos despedindo. Mas uma vez eu podia sonhar.

Comecei a trabalhar mais ainda, tinha quatro empregos. O  meu relacionamento com Maria estava ficando cada dia mais difícil, acho que essa nova oportunidade me dava forças.

Um dia cheguei de manhã do trabalho e Thayoman veio me abraçar e pediu para deitar comigo, Maria deitou junto e começou a brincar com ela mas de forma que a machucava, Thayoman começou a chorar e Maria deu uns tapas nela meu sangue ferveu e pedi para Maria não fazer aquilo.

- Olha Adriana depois que você começou a trabalhar se tornou uma pessoa insuportável, esqueceu que eu te tirei da merda se não fosse por mim vocês estavam morando debaixo da ponte? Eu te tirei eu posso colocar e é melhor você não falar nada se não perco a paciência quebro a sua cara e coloco vocês na rua.

- Só te peço desculpas e agradeço por tudo que fez pela gente.

Ela saiu e eu comecei a chorar e pensar no que faria não podia ir embora para Goiás ainda, mas ali não dava.

Em um momento de coragem arrumei minhas coisas e da Katia e sai sem rumo, deixei o que me restou de móveis na casa de uma vizinha fui até a casa de Creuza para pedir que ela ficasse com Katia durante a semana até as coisas se acertarem.

- Drika desculpa mas meu marido não gosta dela, não tenho como ficar.  Sai em silêncio.

Fui bater na porta do meu anjo Erenice contei tudo.

- Drika a minha casa é de vocês até onde puder te ajudo.

Que alívio, o único problema é que ela morava em bairro diferente da escola de  Katia e não achava justo ela me ajudar com vale transporte. A  Ruti ficou sabendo de tudo e falou que ficaria com a Katia durante a semana, fiquei sabendo que Maria ficou com muito ódio de mim.

Fiquei morando com Erenice por um mês e logo ela me ajudou a ir morar sozinha, me deu alguns móveis e eu voltei para o bairro, uma antiga amiga de minha mãe a Lozina arrumou uma casa para morarmos sem pagar nada. De início só tinha uma cama, sofá, uma pratilheira e um fogão sem botijão, almoçávamos na casa de uma conhecida e nossa janta era bolacha. Sempre que conseguia dormia na casa de alguém o medo da noite ainda fazia parte de mim.

As vezes batia um desânimo e lembrava que tinha duas opções: Desistir ou vencer, e a minha irmã fazia parte do pacote.

NÃO SEJA VÍTIMA DO SEU PASSADOOnde histórias criam vida. Descubra agora