"Mamãe".
A mulher ainda estava cuidadosamente abraçada comigo quando Harry avançou.
"Mamãe". Ele quase gemeu, claramente um pouco envergonhado pelo gesto surpreendente de sua mãe.
Nosso abraço foi interrompido quando seus braços foram arrancados de mim. Ela levemente curvou seus lábios, enxugando os olhos com um lenço. Eu ri ao ouvir a risada da mulher mais jovem. Seu cabelo loiro balançou um pouco quando ela olhou para testemunhar a minha diversão. Os olhos dela tinham o mesmo verde cativante que os de Harry. Jess. Tinha que ser. Mas a minha suspeita logo foi confirmada.
"Bo, esta é a minha mãe, Kathy e minha irmã, Jess." Ele gesticulou respeitosamente. "Eu não sabia que vocês viriam."
O tom cortante que ele usou me disse que ele estava um pouco irritado. Conhecendo Harry, ele provavelmente teria gostado de marcar um encontro, e não essa situação forçada em cima de nós. Mas eu não me importava. Eu tive o prazer de vê-las, finalmente.
"Nós estávamos na área."
"É um prazer conhecer vocês.", Sorri.
"Você também, querida".
Ficamos em silêncio por alguns instantes, o braço de Harry nas minhas costas, os dedos acariciando com cuidado, em um esforço para me relaxar. Dois pares de olhos estavam atentamente olhando para nós, sorrindo para o carinho suave que Harry fazia em mim. Seus olhares curiosos me levaram a supor que elas não estavam acostumadas a ver esse lado de Harry. Eu me perguntei se elas já tinham visto ele com uma menina.
"Você ainda está de pijamas." A mãe de Harry comentou casualmente, a pele enrugando em torno de seus olhos quando ela sorriu.
Eu senti um aperto no meu quadril, me puxando mais perto dele.
"Mãe, nós acabamos de levantar."
"É quase meio-dia, querido."
Era apenas uma mãe se preocupando com seu filho, talvez excessivamente, por não ter sido capaz de cuidar de seu filho durante os últimos quatro anos. Deve ter sido difícil para ela se adaptar à situação atual, um salto no tempo, perdendo o crescimento de Harry. Não foi negligência, foi a ausência por parte de Harry. Mas antes que alguém pudesse responder, uma voz humorada falou.
"Bem, eles provavelmente estavam fazendo algo mais divertido do que dormir na noite passada." Jess reprimiu uma risada musical atrás de sua mão.
Meu rosto queimou num tom claro de rosa quando o peito nu de Harry se tornou o alvo da conversa. A mordida de amor, que eu lhe tinha dado em um ato de paixão, parecia cada vez mais proeminente na luz. O constrangimento aumentou com o pensamento de minha mãe descobrindo as marcas que eu tinha deixado no corpo de Harry. Essa era a minha primeira e única impressão que eu tinha para dar à família de Harry, e nós tínhamos praticamente acabado de sair da cama de uma noite ativa nos lençóis. Rezei por algum tipo de alívio, uma distração, mas nada.
Eu rapidamente coloquei o meu corpo na frente de Harry, na esperança de esconder sua pele marcada. Eu esfreguei meu rosto com a manga de sua camisa que eu estava usando, tentando me esquivar da sensação desconfortável. Um braço se apertou ao redor da minha cintura. Jess ainda estava rindo quando virei minha cabeça para falar com ele de um modo mais reservado.
"Vá colocar uma camiseta." Eu murmurei para Harry quase asperamente.
Ele parecia muito entretido com a minha vergonha, os olhos brilhando com humor.
"Venha comigo."
Eu fui puxada pelo batente da porta, logo atrás de Harry.
"Desculpe, nós vamos nos trocar. Sintam-se em casa. " Ele indicou para elas um dos sofás de couro.
***
"Oh meu Deus." Eu resmunguei, me jogando na cama com as mãos escondendo o rosto. "Eu não posso acreditar que isso aconteceu."
Os lençóis ainda estavam em uma confusão em cima do colchão, uma evidência de partida repentina de Harry antes de abrir a porta para seus convidados inesperados. Mesmo com meus pensamentos rodando, seu cheiro ainda infiltrava meu consciente; uma mistura agradável de conforto e tentação.
"Bo, está tudo bem."
"Não." Eu atirei. "Não está tudo bem, nós fomos descobertos por sua irmã na frente de sua mãe. Não é um ótimo primeiro encontro. "
Por que ele não sentia o mesmo sentimento de culpa que eu? Minhas mãos foram tomadas, me levantando do colchão. Um beijo foi pressionado na minha bochecha quando eu fiz uma careta contra o nosso abraço. O gesto me deixou um pouco à vontade.
"Você não precisa se preocupar." Ele sorriu para me tranquilizar. "Eu estou indo tomar um banho, você tem a oportunidade de conversar com elas."
Harry então continuou sua busca por algumas roupas limpas. Uma camiseta cinza foi pega apenas para ser jogada novamente no chão depois de Harry cheirar o tecido. Eu o segui ao redor da cama.
"Sozinha? Sobre o quê? "Eu ansiosamente perguntei.
"Eu não sei, coisas de mulherzinha." Ele falou, remexendo em uma gaveta. "As mulheres sempre encontram algo para falar."
"Eu acho que a generalização é um pouco grande."
"Bo, elas não vão te morder."
Harry se virou quando não recebeu a risada que ele estava esperando, me olhando por alguns momentos antes de diminuir a distância entre nós. Ele segurou meu rosto quando eu fugi do contato com os olhos.
"Elas vão te amar." Ele esfregou nossos narizes. "Porque eu te amo".
Era óbvio que a frase ainda era um pouco estranha para nós, as palavras calmas ainda nos davam borboletas no estômago. Eu retribuí o carinho, expressando meus sentimentos por Harry, o fazendo sorrir.
"Certo, vá em frente." Ele falou, me girando e batendo levemente na minha bunda.
Meu olhar severo se encontrou com o biquinho engraçado em seus lábios. Harry piscou antes de cantarolar enquanto ele caminhou para o banheiro. Eu demorei apenas alguns minutos ficar um pouco mais apresentável, encontrei algumas roupas que eu tinha deixado na casa de Harry em visitas anteriores. A camisa permaneceu, mas foi combinada com uma regata por baixo. Meu cabelo foi deixado em um rabo de cavalo bagunçado. Sem tomar um banho, não havia muito que eu pudesse fazer. Meus jeans foram colocados um pouco antes de uma batida soar na porta. Depois de alguns segundos, Jess apareceu na porta. Ela pareceu ignorar meu estado agitado, entrando no quarto de Harry como se fosse o seu próprio.
"Nós pensamos que você estava se escondendo." Ela riu. "Vamos lá".
Com isso, minha mão foi tomada na dela e eu fui guiada pelo corredor até onde a mãe de Harry estava.
***
Era estranho, apesar da quantidade limitada de tempo que ficamos juntas, eu me sentia à vontade. Kathy tinha uma natureza muito mais silenciosa em comparação com Jess, cujas mãos estavam sempre gesticulando enquanto falava. Eu tinha aprendido que Jess não se preocupava com o que as pessoas pensavam, e eu admirava isso nela. Mas eu tinha a sensação de que Harry teria tentado domar esse lado dela quando eles eram mais jovens, talvez ficando envergonhado pela petulância de sua irmã.
Como eu observava a interação na minha frente, cheguei a reconhecer algumas características familiares, tanto físicas quanto de personalidade. Ficou claro que Harry tinha herdado o cabelo escuro e encaracolado de sua mãe. Ele também compartilhou a mesma chama que eu podia ver dentro de Jess. Eu pude ver como o senso de humor deles combinava enquanto ela riu, colocando as pernas debaixo dela no sofá.
Sentei e escutei as histórias divertidas que estavam sendo ditas sobre Harry. Algumas vezes, elas quase me fizeram cuspir a água que eu bebia enquanto comia algumas torradas, sentada no sofá em frente às duas mulheres. Elas tinham educadamente recusado a xícara de chá, sem leite, que eu lhes tinha oferecido. Parecia que ambas estavam contentes em apenas sentar e conversar sobre o que eu fiz e o que eu queria fazer no futuro. Mas a conversa logo voltou para Harry.
"Como Harry era quando mais jovem?", eu perguntei, terminando meu café da manhã que era agora mais parecido com o almoço.
"Eu acho que como a maioria dos adolescentes, na verdade, ele era um pouco mal-humorado. Mas ele sempre foi muito doce, sempre quis ajudar. Ele sempre foi protetor ".
Eu sabia muito bem até onde Harry iria para garantir a segurança de alguém, às vezes, em total desrespeito à sua própria. Eu não me surpreendi em saber que isso vinha desde jovem. Isso só me fez pensar como tudo começou; se algo fez Harry ficar assim de repente, ou se isso aconteceu progressivamente. Meu coração doeu com o pensamento de um garoto sacrificar a diversão de aprender a andar de bicicleta para se preocupar com a segurança de sua família. Todo mundo merece uma infância.
"Ele costumava ter ataques de pânico." Jess casualmente interrompeu.
Seu comentário abrupto me pegou desprevenida, empurrando suavemente a imagem do garoto de olhos grandes verdes e com cabelo encaracolado de minha mente.
"Sério? Por causa de seu... "Eu rapidamente me interrompi. "Sinto muito."
Uma pontada de culpa me atingiu com insensibilidade que eu tinha mostrado.
"Não sinta". Kathy falou com um pequeno sorriso. "Eu acho que Harry te contou."
Eu lhe dei um leve aceno confirmando a conversa que eu e seu filho tivemos.
"É bom saber que ele tem alguém para conversar sobre isso. Harry tinha um problema em compartilhar seus sentimentos. "
Kathy olhou para Jess, a filha segurava a mão dela. Ela pareceu grata pelo gesto, organizando seus pensamentos antes de se voltar para mim.
"O que há de errado?" Eu perguntei, sentando mais à frente no sofá.
Meus pés se friccionaram, tentando arrumar as meias que Harry tinha colocado em mim. Jess tinha nervosamente amontoado a manga de seu suéter sobre a sua mão livre.
"Harry luta?"
"Oh eu...".
"Nós sabemos sobre o boxe, mas ele entrar em brigas fora do trabalho?"
Eu não tinha idéia de como responder a sua pergunta. Foi um pouco perturbador ver a preocupação em seus olhos. Harry, obviamente, não se abriu completamente sobre a vida que começou sem elas.
"Nós perguntamos porque estamos um pouco preocupadas com ele."
Ela virou a cabeça momentaneamente a sua filha, olhando para garantir seus sentimentos.
"Harry esteve em algumas lutas, mas eu já falei com ele. Ele prometeu que vai se controlar. "
Vários suspiros de alívio foram ouvidos ao receber a minha resposta. Seus corpos visivelmente relaxaram, recuando ainda mais no sofá.
"É bom saber disso."
O clima pareceu aliviar com as informações, o mesmo sorriso que eu tinha visto no rosto de Harry várias vezes apareceu nos lábios delas.
"Sente aqui com a gente." Jess fez um gesto. "Você está tão longe."
Eu caminhei até elas contente. Ambas as mulheres abriram espaço entre elas, permitindo que eu sentasse confortavelmente.
"Estou muito satisfeita em saber que você está cuidando dele."
"Acho que ele cuida de mim mais do que qualquer coisa." Eu brinquei.
"A força física não tem nada a ver com os desafios emocionais. Mas você está o ajudando com isso, eu não posso te agradecer o suficiente, Bo ".
Sua resposta me fez perceber que eu tinha negligenciado a maneira que eu estava cuidando de Harry. Os assuntos sensíveis que nós havíamos discutido antes estavam presos dentro dele; os sentimentos que o sobrecarregavam foram gradualmente trazidos à luz. Parecia que eu era o gatilho.
"Ele tinha os ataques de pânico regularmente?"
"Eles não eram tão frequentes, aconteciam só quando ele estava sobrecarregado." Jess ficou pensativa por um instante. "Mas eu acho que ele encontrou um jeito para combater isso agora."
Eu sabia que ela estava falando sobre o boxe. Não eram apenas os problemas de raiva que Harry deixava no saco de pancadas.
"Ele teve algum desde que vocês estão juntos?"
"Não, não que eu tenha visto." Eu balancei minha cabeça.
Harry sempre tinha sido tão forte. Parecia estranho pensar nele como uma pessoa vulnerável.
"Costumava ser fácil para acalmá-lo. A maioria das pessoas se sente um pouco claustrofóbica quando experimentam ataques, mas Harry gostava quando ele era ajudado. Isso o fazia sentir seguro. Ele era tão bonitinho e fofinho ".
Eu ri com o último comentário de Jess.
"Mas a altura dele agora... diabos".
Eu não tinha muita experiência com qualquer tipo de ataques. Eu não era ignorante a ansiedade, mas eu senti que isso era algo diferente. Jess me respondeu quando eu fiz algumas perguntas mais curiosas, interessada em aprender mais sobre o que Harry tinha sofrido.
"Eu posso te mostrar, se você quiser, como eu costumava acalmá-lo."
"Claro."
Eu esperava que ela demonstrasse nela mesma, mas quando fui incentivado a ir para o chão com ela, isso me pegou de surpresa. Jess se sentou com as costas contra o sofá, sorrindo calorosamente. Isso foi esquisito. Mesmo quando fui convidada a me sentar com ela, eu não me senti estranho por um segundo.
Seus braços estavam em volta de mim quando ela me puxou para ela. Kathy ficou sentada do lado enquanto ela observava.
"Isso era pra que Harry pudesse ver que ele estava respirando." Ela me informou, seus antebraços em uma cruz sobre meu peito.
Continuamos nessa posição, meu corpo entre suas pernas.
"Eu, em seguida, tentava o acalmar, conversando com ele e o tranquilizando. Eu teria cantar para ele, mas eu não posso segurar uma nota nem para salvar a minha vida. "
"Harry tem uma voz linda." Falei sem pensar.
"Você já ouviu ele cantar?"
Eu balancei a cabeça, me virando um pouco para examinar sua expressão.
"Uau, eu não achava que alguém um dia iria ouvi-lo cantar."
Foi nesse momento Harry decidiu se juntar a nós na sala de estar. Devemos ter dado uma bela visão, os braços de sua irmã em volta de mim enquanto conversávamos sentadas no chão. Esse pensamento não me incomodou por muito tempo. Ele estava incrível. O jeans preto combinado com uma camiseta dos Rolling Stones, o cabelo casualmente empurrado para trás de sua testa. Ele poderia facilmente enganar alguém dizendo que ele era parte de alguma banda indie desalinhada.
"Mamãe." Harry olhou para sua mãe tentando entender a situação atual.
Quando ele recebeu apenas um movimento de sobrancelhas como resposta, ele se voltou para sua irmã.
"Jess, o que você está fazendo?" Ele ficou boquiaberto.
"Conhecendo a sua namorada."
Eu ri junto com ela quando Harry rapidamente se aproximou.
"Desculpe, Bo. Minha irmã não tem nenhuma noção de individualidade. "Ele respondeu.
Minhas mãos foram tomadas, Jess, brincando, contestou a minha partida, enquanto ele me levantou. Eu o abracei, pressionando meu rosto contra o seu peito.
"Você sabe, as famílias normais mostram fotos de bebê e compartilham histórias embaraçosas. Mas não, a minha tem que colocar a minha namorada no chão e... o que foi mesmo que você está fazendo?"
Antes que qualquer um de nós pudesse responder, Kathy começou a vasculhar sua bolsa.
"Eu tenho fotos de bebê." Ela sorriu com entusiasmo.
"Oh Deus".
***
"Sua família é tão doce. E você era adorável quando você era mais jovem... o que aconteceu? "
"Hey!" Harry chorou.
"Você tinha covinhas mesmo quando bebê." Eu cutuquei sua bochecha. "Pequeno bebê Harry."
Ele golpeou minha mão, resmungando em aborrecimento.
"Eu pensei que elas não iriam embora nunca."
"Não diga isso sobre a sua família."
"Bem, você provavelmente pensaria a mesma coisa se a sua mãe quisesse mostrar uma centena de fotos de você no banho." Ele franziu a testa, balançando a cabeça enquanto ele se concentrava no chão. "Deus, a minha irmã é tão estranha."
"Eu gosto dela.", Sorri.
"Isso é bom." Harry se animou.
Eu poderia dizer pelo olhar em seu rosto que ele estava animado pelo fato de nós nos darmos bem. Eu me encontrei rindo com ele enquanto ele andou atrás de mim para o seu quarto, roubando beijos castos.
"Eu vou tomar um banho."
"Tudo bem".
Eu me virei para caminhar até a porta do banheiro, apenas para descobrir Harry fugazmente continuando atrás de mim. Eu apertei a mão no seu peito.
"Eu quis dizer apenas eu... sozinha."
"Hum, você não é divertida." Ele fez beicinho provocante.
***
Ao ligar a água e remover minhas roupas, eu percebi que não tinha pego roupas limpas. Envolvendo rapidamente uma toalha em volta do meu corpo, eu espreitei para fora da porta do banheiro. Julgando que o caminho estava livre, eu caminhei até o guarda-roupas.
"Tem alguma coisa sobre sob a toalha?"
Meu coração pulou de surpresa com o som da voz rouca de Harry. Tentei fugir pra longe quando ele se moveu, saindo do lado da porta de seu quarto.
"Devo verificar?" Ele perguntou descaradamente.
"Harry." Eu disse.
Ele acalmou a batida do meu coração passando cuidadosamente o polegar na minha mandíbula. A jovialidade de seus olhos me disse que ele gostou da brincadeira.
"Vou te contar um segredo, bebê." Ele se inclinou mais perto, os lábios roçando minha orelha. "De baixo dessas roupas eu estou completamente nu para você."
Um beijinho foi dado na minha bochecha quando eu ri. Uma vez que algumas observações mais provocantes foram feitas, Harry me informou de sua ausência iminente.
"Eu só queria te dizer que eu estou indo comprar um pouco de leite."
"Oh, ok."
Ele beijou minha testa antes de se dirigir para a porta.
"Volto daqui a pouco."
***
Foi quando uma voz familiar soou dentro do apartamento que eu me tornei ciente de quanto tempo Harry tinha ido embora. Em sua ausência, eu tinha tomado banho, trocado de roupa, aplicado maquiagem e arrumado meu cabelo.
"Haz, você ainda está indo?"
Eu me levantei do sofá, tirando minha atenção da TV e a desligando. Tom permaneceu no corredor, de costas para mim quando ele gritou o nome de Harry uma segunda vez. Ele usava uma camisa xadrez azul, jeans escuros e um par de converse.
"Indo para onde?"
"Maldição". Ele pulou. "Eu não vi você, Bo".
Pedi desculpas quando ele prendeu a respiração antes de fazer minha pergunta anterior novamente.
"Hum, é Harry não está?"
"Não".
Eu coloquei a minha trança por cima do meu ombro, olhando para Tom em busca de uma resposta que ele parecia relutante em dar. Sua mandíbula ficou tensa, franzindo a testa de uma forma que expressava sua confusão e irritação.
"Ele disse que ia me esperar." Ele se queixou em voz baixa.
"Onde vocês estavam indo?"
"Não quero ser chato, Bo, mas eu não acho que Harry iria querer que você lá."
Esta declaração só alimentou minha curiosidade, que foi muito para a natureza evasiva do Tom.
"Por quê?"
Eu me senti como uma criança pequena, questionando tudo o que estava sendo dito. Onde diabos estava Harry? Sua desculpa do leite obviamente tinha sido um troco. Uma ida até o supermercado não teria demorado tanto.
"Me leve com você, por favor."
"O quê?"
"Onde quer que você vá, eu quero ir." Eu informei a Tom que estava perplexo olhando para mim, enquanto eu empurrava meus pés em meus vans azuis.
Eu passei por ele e fui direto para a porta da frente, abrindo-a e sacudindo a cabeça em sinal para ele seguir.
"Harry vai me matar." Ele murmurou enquanto passou pela saída.
***
"Aqui está ele." Tom apontou para Harry, que estava por trás de uma van branca estacionada na calçada.
Levou apenas uns 15 minutos de carro pra chegarmos ao lugar. Fiquei perto de Tom durante a caminhada, nós recebemos olhares agressivos de alguns dos moradores, ele me levou até onde ele assegurou que Harry estaria. E ele estava. Ainda todo vestido de preto, além do branco do converse que ele usava.
"Haz".
Ele se virou ao ouvir o seu nome, confusão tomando conta de suas feições.
"O que Bo está fazendo aqui?"
"Ela pode ser muito persuasiva." Tom explicou num acesso de raiva.
Meu foco foi direto para Harry, levantando o braço direito para segurar a nuca. Ele foi puxado para a minha altura, meus lábios carentes se uniram aos seus. Eu podia sentir a diversão no beijo antes de meus pés serem retirados do chão, meu corpo colado ao dele.
"Olá para você também, querida." Harry murmurou em uma risada contra a minha boca.
"Pessoal... Pessoal, vocês estão fazendo me sentir enjoado."
Eu tinha uma boa idéia do gesto exato que Tom estava recebendo quando Harry inclinou a cabeça para o lado. Meus beijos quentes escorreram a pele quente de seu pescoço, a risada áspera de Harry soou quando ele mostrou o dedo do meio para o amigo. Muito provavelmente com um sorriso arrogante no rosto.
"Ah, sim, isso é muito maduro. Obrigado, Haz. "Tom resmungou.
Eu voltei levemente para os meus pés, ainda envolta nos braços de Harry.
"Precisamos conseguir uma namorada para ele." Eu sussurrei.
"Essa é uma boa idéia." Harry acenou com a cabeça.
"Eu sei que vocês acham que estão em sua pequena bolha isolada pelo amor, mas eu ainda posso ouvi-los."
"Nós sabemos." Harry e eu falamos em uníssono.
Tive o prazer de olhar para Harry, mesmo tendo passado pouco tempo longe dele. Apenas o brilho de seu sorriso lindo poderia fazer meu coração derreter.
"O que você estava olhando antes de eu chegar?" Eu perguntei.
Eu testemunhei Harry olhar para Tom quase pedindo ajuda, a atmosfera de repente ficou tensa. O aceno de cabeça resultou em Harry pegando a minha mão e me levando para o pequeno espaço entre a van branca e o carro azul à direita.
Ele ficou logo atrás de mim, nós dois olhando cautelosamente ao redor do veículo para o outro lado da rua. Meus olhos seguiram um jovem, um cão agressivo quase se arrastando atrás dele. Enquanto caminhavam, meus olhos caíram sobre um alto bloco sujo de apartamentos, pessoas com uniformes em torno da área. Policiais conversaram entre si antes de uma comoção ser ouvido. Um homem foi arrastado para fora da porta de entrada, gritando palavrões com a maior potência de sua voz. Quando meus olhos me permitiu examinar seu rosto eu tropecei de volta para o corpo duro atrás de mim.
"Está tudo bem. Está tudo bem, Bo".
A conexão de nossas mãos se tornou mais exigente.
"Esse é irmão de Scott." Eu disse. "Harry, o que está acontecendo?"
"Shh." Ele se acalmou. "Basta ver."
Carros de polícia alinhados na calçada do lado de fora do alojamento, policiais extras correndo para ajudar quando um segundo homem apareceu na rua. Scott. Várias mãos foram necessárias para contê-lo, prendendo as algemas com mais firmeza em seus pulsos atrás das costas. Ele parecia furioso, gritando insultos para as pessoas que o rodeavam. Me senti em perigo enquanto lutavam para manter um controle sobre ele, sabia muito bem o que ele era capaz. Segundos depois, Scott mostrou sua força, empurrando um oficial para o chão com uma pancada no ombro.
Estremeci quando seu corpo foi empurrado contra o capô de um carro em uma tentativa de cessar a sua resistência persistente. Os policiais ficaram um pouco inquietos, desejando tirar os dois homens da rua e coloca-los longe de curiosos. Os dois irmãos foram colocados em carros separados. Uma vez que a tensão se acalmou um pouco, me virei para encarar Harry.
"Por que eles estão sendo presos?"
Ele me levou para o outro lado da van, certificando-se de que estávamos escondidos.
"Scott e seu irmão traficavam drogas, embora eles sempre fossem cuidadosos com isso. Eles nunca mantiveram as substâncias no apartamento. "Harry fez uma pausa. "Até agora." Ele sorriu.
Eu estava achando difícil de entender, meus pensamentos girando incontrolavelmente no evento que eu tinha acabado de presenciar.
"Espere, o quê?"
"A polícia pode ter sido alertada sobre encontrar uma boa quantidade de... pó no local."
Meus olhos se arregalaram com a informação.
"Você, você colocou isso lá?"
"Não." Seus cachos se mexeram. "Não eu."
Segui a linha de visão de Harry para observar a presença de um homem mais velho que tinha passado despercebido por mim até então. Ele estava encostado ao lado de uma BMW preto. Ele parecia inteligente, vestido em um terno, cabelo curto, uma tatuagem em seu pescoço. Ele parecia estar fazendo bem para si mesmo, colocando o telefone de volta no bolso antes de olhar para nós.
"Quem é esse?"
"Um velho amigo para quem eu costumava trabalhar. Ele me devia uma. "
O homem sacudiu a cabeça em um sinal para Harry. Imaginei que era uma espécie de aceno que dizia "trabalho feito". Ele subiu em seu carro elegante e deu partida.
"O que você costumava fazer para ele?"
"Estou indo." Tom disse, apontando para seu carro que estava estacionado na rua.
Não havia mais nenhuma brincadeira entre os dois, o amigo de Harry sentiu que era hora de nos deixar para termos essa conversa, um pouco mais complicada. Eu quase não queria que Tom fosse embora. Talvez se ele ficasse, os segredos que permaneceriam ocultos.
"Tudo bem, te vejo mais tarde." Harry respondeu.
Uma vez que Tom desapareceu, minha atenção se voltou para o garoto na minha frente. Eu poderia dizer pelo jeito que ele se mexia que ele estava um pouco inseguro sobre como lidar com a situação. E quanto mais o tempo passava, mais eu desejava não ter perguntado. Eu não tinha certeza se queria saber mais. Seus dedos se moveram para o meu pescoço, segurando a corrente que descia até a minha blusa. Ele brincou com o calor enquanto falou.
"Eu coletava dinheiro."
"Dinheiro de quê?" Eu perguntei cautelosamente.
O pingente caiu no meu peito, quase como se ele não pudesse segurar aquilo em suas mãos. Eu duramente engoli o nó na minha garganta, esperando impacientemente enquanto Harry ansiosamente esfregou o rosto.
"Dívidas, principalmente."
Qualquer outra pessoa teria aceitado que Harry havia concedido a alguns favores. Ele coletou algum dinheiro, nada para causar preocupação. Mas ninguém tinha a menor idéia sobre o seu passado. Eu podia ver isso em seus olhos, me implorando para não perguntar. Mas eu precisava fazer, mesmo que fosse apenas para colocar minha mente em repouso.
"E se eles não pudessem pagar a dívida, Harry?"
Foi o silêncio que eu tive como resposta. Eu tinha certeza de que o homem tinha usado Harry e sua natureza agressiva para colocar medo em pessoas que não conseguiram pagar o dinheiro. Harry tinha batido nas pessoas que não podiam pagar o negócio caro. E pelo que eu tinha testemunhado dentro e fora do ringue, eles não iriam cometer esse erro duas vezes, não para que Harry batesse novamente em sua porta.
"Eu não faço mais isso." Ele declarou firmemente.
Um beijo foi levemente deixado em meus lábios. A ação trouxe a vida de volta ao meu corpo, previamente atordoado e em um estado congelado.
"Eu te amo." Harry sussurrou, claramente alarmado com a minha falta de resposta.
"É muita coisa para assimilar", eu respondi com a falta de emoção.
Eu não tinha certeza de que eu estava sentindo. Eu sabia que Harry teve um passado sombrio, mas esta informação nova me deixou insegura.
"Eu sei, eu sinto muito. Eu não queria te assustar. "
Uma vez eu li um livro sobre um assassino, e eu fiquei surpreendida com o fato de ele não ter nenhum remorso sobre seus atos. E, enquanto minha mente se recordava das páginas, eu me choquei ao perceber que estava comparando o comportamento de Harry ao do protagonista. Era o tipo de pessoa que infligia dor aos outros. Alguém que estava bem acostumado com a sensação de agonia si próprio.
Os olhos de Harry procuraram desesperadamente os meus.
"Você não sabe." Eu, de repente, falei.
"F-Foi há muito tempo atrás, eu..."
"Não vamos falar sobre isso." Eu interrompi, pegando sua mão.
Com toda a honestidade, isso tinha me assustado. Mas eu não tinha vontade de desbloquear essa parte do meu cérebro. Nós tínhamos chegado tão longe. Eu não queria temer o menino que eu amava.
"Ok". Harry acenou com a cabeça em uma gagueira.
Eu o peguei de surpresa, o puxando para um abraço. Ele estava quente, coração batendo no meu ouvido enquanto eu pressionei o lado da minha cabeça em seu peito sólido. Ar quente soprou no meu cabelo, Harry me segurando antes de deixar um beijo no topo da minha cabeça. Um toque suave correu em minhas costas, me dando conforto.
Tudo o que eu queria fazer era levar sua dor para longe; o fazer esquecer; dar a ele um novo começo.
Harry falou tão baixinho que eu quase não escutei.
"Eu não te mereço."
Eu apertei meus olhos fechados, quase desejando que ele pudesse dividir suas trevas comigo. Eu não queria que ele enfrentasse isso sozinho.
"Todo mundo merece alguém que o ame."
Ele se afastou, felicidade brincando em seus lábios. O Harry brincalhão era meu favorito.
"Eu amo o seu sorriso."
Minhas palavras só alargaram o seu sorriso quando ele se inclinou para me beijar.
"Vamos lá, você me deve uma xícara de chá." Ele murmurou contra minha boca.
Ele passou um braço em volta dos meus ombros, me guiando pelo caminho, a nossa conversa anterior sumiu de minha mente. Mas Harry deixou o meu corpo quando eu fiquei rígida.
"O que há de errado?"
Nós tínhamos abandonado a segurança fornecida pela van, agora em parte a céu aberto enquanto carros de polícia saíam de cena. Um em particular me chamou a atenção, aquele com um homem que estava irritado no banco de trás. O veículo em movimento me permitiu apenas um olhar rápido. Mas foi o suficiente para detectar a faixa sobre o nariz de Scott. Como a minha mãe era uma enfermeira, eu sabia que o procedimento só era feito em um nariz quebrado.
"Bo".
"Seu nariz." Meus dedos beliscou o topo do meu para mostrar o que eu estava tentando explicar. "Scott..."
"Oh sim, eu notei que antes mesmo de eu o tocar." Harry curiosamente me informou, referindo-se a surra que ele havia dado em Scott.
"Fui eu." Eu falei hesitante, olhando para Harry.
Ele franziu as sobrancelhas, confuso.
"O quê?"
"Eu não queria, eu pensei que ele só estava sangrando..." Eu disse, diminuindo o volume da minha voz.
Minhas mãos estavam agitadas, antes de serem restringidas por meus braços. Harry balançou a cabeça em descrença.
"Espere, espere... Bo, você quebrou o nariz dele?"
Eu balancei a cabeça, mordendo o lábio.
"Puta merda." Harry sorriu. "Como?"
Ele se virou totalmente para mim, me dando toda sua atenção quando ele sorriu ironicamente. Meus braços foram liberados, me permitindo levantar as minhas mãos entre nós.
"Com o calcanhar de minha mão." Falei enquanto passava meus dedos perto do meu pulso.
"Você nunca me disse que sabia como fazer isso."
Espanto puro podia ser visto nas características de Harry.
"Meus primos e eu estávamos entediados em um verão e decidimos aprender autodefesa... Eu não sabia que eu me lembrava disso até ele vir até mim."
"Merda. Tom vai mijar de tanto rir se eu contar que foi você. "
Eu me senti estranhamente orgulhosa de mim mesma ao ver Harry espantado com minhas ações. Talvez eu tivesse mais luta em mim do que eu sabia. Fiquei a refletir sobre a idéia enquanto Harry se abaixou na minha frente. Eu não pensei duas vezes antes de subir em suas costas, enganchando minhas pernas em volta de sua cintura, os braços em volta de seu pescoço.
A conversa estimulou a minha próxima pergunta.
"Quantas mulheres tem na academia?"
Harry continuou a andar quando eu inclinei minha cabeça em seu ombro direito, seu cabelo fazendo cócegas na minha bochecha.
"Hum, bem, há Gill na recepção." Ele mordeu o lábio em concentração, me levantando ainda mais. "Eu acho que é isso, mas eu não sei sobre a sauna e piscina. Por quê? "
"Eu acho que você deveria dar aula." Eu testei.
"Que tipo de aula?"
"Como uma aula de ginástica, boxe e defesa. Mas para as mulheres. "
Seu comportamento quieto me disse que ele estava analisando a sugestão em sua cabeça.
"Tenho certeza de que haveria muitas meninas que gostariam de aprender a se defender. Você sabe, se houvesse uma aula assim. "
"Você faria isso?" Ele perguntou curioso.
"Sim." Eu respondi honestamente.
"Bem, aparentemente, você não precisa de nenhum treinamento." Harry brincou, apertando as minhas coxas. "Você vai tentar alguns golpes em mim?" Ele continuou bastante animado.
Será que ele queria um desafio?
"Foi há muito tempo atrás, eu não acho que eu me lembro."
"Por favor, eu quero ver se você pode me derrubar."
***
"Eu não quero te machucar."
Harry riu, antes de passar atrás de mim. Os sofás tinham sido empurrados contra as paredes da sala para proporcionar um espaço maior.
"Você está rindo de mim?" Eu perguntei aborrecida.
"Não, querida." Ele se recompôs. "Eu só acho que você não precisa se preocupar com isso. Finja que sou outra pessoa, se isso ajuda. "
Harry me subestimava. E isso era no mínimo irritante.
"Ok, vá." Eu instruiu bastante cortante.
Lutei quando um braço forte se envolveu a minha cintura. Sem devidamente tomar o tempo para processar, meu cotovelo se projetou para trás em seu estômago, seu estremecimento foi expresso em um gemido grave. Eu não permiti que ele tivesse tempo para se recuperar antes de meu pé ir com força até o seu. Meu corpo foi lançado, rapidamente girando para descobrir Harry curvado ligeiramente. Sua mão foi levantada. Eu apressadamente a agarrei antes que ele pudesse me tocar de novo, torcendo o seu pulso e dobrando os seus dedos para trás.
Eu sabia muito bem que uma vez que você tivesse a oportunidade, você deveria correr para longe do opressor. Mas eu senti que Harry estava precisando de uma boa lição.
Ele amaldiçoou, caindo de joelhos na minha frente, os lábios entreabertos, uma expressão profunda na testa, enquanto olhava para mim. Seu próximo passo me pegou de surpresa: seu braço em torno das minhas pernas, me forçando a cair em cima dele. Eu prendi seus pulsos acima de sua cabeça, Harry estava sorridente antes de me rolar para debaixo dele.
Nós dois estávamos ofegantes, meu corpo esparramado no chão da sala de estar enquanto Harry permanecia em cima de mim. Um sorriso rapidamente se formou na sua boca inteligente.
"Isso foi divertido, vamos fazer novamente."
"Eu estava me controlando." Eu desafiei.
Um lampejo de alegria atravessou o verde de suas íris.
"Eu disse para não fazer isso."
"Eu não acho que você não gostaria de levar um murro na cara, já vimos o que acontece quando eu faço isso."
Ele riu. Isso ainda era um jogo para ele. Foi emocionante.
"Meu último passo teria sido uma joelhada em sua virilha."
Sua diversão foi drenada junto com a cor em suas bochechas enquanto ele visivelmente engoliu em seco. Saindo rapidamente de cima de mim, Harry deitou ao meu lado.
"Vamos deixar isso pra lá."
"Isso foi o que eu pensei." Eu presunçosamente rebati.
"Você quase quebrou meus dedos."
"Agora, eu tenho certeza do que Tom acharia engraçado."
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Dark (Português BR)
FanfictionHey!! Só pra avisar que essa fanfic não é minha, é da Hannah ( han-rawr.tumblr.com ). Ah, e a tradução também não é minha, eu peguei do tumblr dark-br.tumblr.com e só estou postando aqui pq sinceramente eu acho um saquinho ler pelo Tumblr. Anyway, e...