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POV Harry

Senti um pouco de frio na minha pele; o calor de um segundo corpo na cama estava ausente. Eu, sonolento, acariciei os lençóis em torno de mim, esperando encontrar Bo. Quando descobri o vazio, os eventos da noite anterior vieram à tona. O álcool, os gritos, o medo e os hematomas no rosto da minha menina. Mas a minha resistência para ela pareceu derreter quando Bo se agarrou a mim no sono, enrolando meus dedos em torno dela para parar os pesadelos.

Eu levantei a cabeça, apertando os olhos com a luz da sala se infiltrando entre as minhas cortinas. Meu coração estava batendo mais rápido, os olhos correndo em torno do espaço em um esforço para procurá-la. O edredom foi empurrado para trás, tropeçando da cama até a porta do banheiro.

Me arrependi de gritar com ela, me arrependi de assustá-la.

Meus dedos fizeram contato com a madeira, permitindo que apenas um par de segundos desesperados passasse antes de eu balançar bruscamente a porta aberta. Onde diabos ela estava? Ela não teria simplesmente ido embora.

Eu estava com raiva e embriagado, a decisão de Bo de não me informar da visita em seu trabalho era algo que eu não conseguia entender. Como é que eu iria mantê-la segura, se ela não me dizia nada? Quando eu vi o rosto dela na noite anterior eu soube que o que Dan tinha me dito era verdade. O bastardo arrogante teve o prazer de me informar que ele foi o único que ajudou Bo. Eu não estava com vontade de pensar no que poderia ter acontecido.

Tirei meu cabelo da minha testa, continuando meu caminho determinado pelo corredor até a cozinha, na esperança de encontrar Bo. Vazio. Meus pés me levaram para a porta aberta da sala de estar. Dedos agarraram o batente, olhando dentro da sala. Eu estava prestes a me virar quando um flash de ondas escuras chamou minha atenção. Ela estava sentada no peitoril da janela, os joelhos encolhidos até seu peito enquanto ela observava o mundo passar através do vidro. Suas pequenas mãos entrelaçadas em torno de uma caneca que ela levou até os lábios, bebendo o líquido.

Bo deve ter me visto pela sua visão periférica, a cabeça se virou em choque. A plenitude de seus olhos azuis diminuiu ligeiramente em contato com os meus. Seu rosto ainda parecia dolorido, o lábio cortado, hematomas em sua mandíbula. Minha menina bonita e machucada.

"Eu te fiz um… um chá." Ela gaguejou, sacudindo a cabeça.

Meus olhos absorveram sua aparência, reconhecendo a camisa xadrez em seu tronco. Era minha.

"Mas ele provavelmente já esfriou." Bo continuou. "Eu-eu não queria te acordar."

Quando eu permaneci em silêncio seu foco caiu para a manga da camisa, brincando com ela, ansiosa. Tudo o que eu queria fazer era abraçar ela, mas por algum motivo eu não conseguia me mover para frente. Eu ouvi o seu o seu choro durante um tempo insuportável na noite anterior, as lágrimas molhando meu peito enquanto ela soluçava. Mas eu não podia fazer nada. Bo continuamente entrava em problemas, mas o último foi bastante inesperado. Por que ela não me disse?

"Obrigado." Eu falei calmamente.

***

POV Bo

Isso estava ficando ridículo. Já haviam passado dois dias desde o nosso confronto. Eu pensei que Harry iria querer um tempo, já que a comunicação comigo era mínima. Então, dizer que fiquei surpresa quando seu carro estava esperando por mim fora do trabalho no dia seguinte, é um eufemismo. Voltamos para o seu apartamento em silêncio, eu sabia que ele queria me vigiar.

Dark (Português BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora