someone you loved

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Os dias passavam meio doloridos. A anemia havia o pegado e agora mesmo sem o dever Harry o entupia de comida sempre que podia. O verão havia chegado e estavam de férias finalmente apesar de não se sentir feliz pelo menos seu corpo não iria sobrecarregar novamente se Harry não tivesse o levado ao médico provavelmente teria ficado mal por dias apenas esperando que o mal estar e o cansaço irem embora.
Noah queria que Stiles voltasse para passar tempo consigo e a ideia não parecia nada tentadora quando se despediu de seu amigo para pegar o ônibus de volta para Beacon depois de pegar a sua folga tanto na floricultura quanto no bar ficaria quatro dias em Beacon Hill's.

Seu pai agora frequentava os alcoólatras anônimos e já havia parado com a bebida a uns bons meses e as coisas entre eles iam melhor do que antes, porém, eles nunca tocavam no nome de Derek. Não depois do surto de Stiles.
As horas no ônibus pareciam não passar enquanto seus fones começavam a tocar someone you loved a música era leve e pesada fazendo-o fechar os olhos sua mente indo diretamente para o barbado a quem ele havia a se acostumar a ser amado se pelo menos pudesse ouvir sua voz e cair em seus braços talvez tudo fosse ficar bem, mas agora o dia sangrava ate o anoitecer enquanto espera que algum dia pudesse achar uma pessoa para conhecer, cuidar e amar.
O pensamento o fez abrir os olhos novamente dando de cara com seu reflexo em uma careta

não se pode amar alguém se não ama a si mesmo

Pensou bravo consigo mesmo precisava seguir em frente só doía demais tentar se conseguisse transformar toda a dor por raiva poderia fazer as coisas a base do ódio. Riu sozinho da idéia ridícula a culpa deveria ser das pílulas por pensar em algo tão idiota o melhor a fazer agora era ver a paisagem mudando pelo vidro do ônibus estaria em casa logo.
...

Beacon continuava igual e decidir se isso era bom ou ruim era uma decisão que preferiu não tomar. Noah foi buscá-lo quando chegou e dirigiu ate a lanchonete preferida dos dois de quando o rapaz ainda era uma criança e as coisas ainda eram normais, fáceis, inocentes e o céu ainda era azul. Conversaram sobre um pouco de tudo e Stiles conseguiu sorrir de verdade pelo menos um pouco orgulhoso de como seu pai tinha melhorado comparado ao homem que um dia foi.

-Eai conheceu alguém legal em New York? - traduzindo educadamente: está gostando de alguém?

-Conheci muitas pessoas. - mentira conhecia Harry, Louis e Nolan que era seu chefe no bar o resto eram só nomes.

-Se interessou por alguém?

-Não. - a resposta curta e grossa deu fim ao assunto.

O primeiro dia acabou se arrastando no dia seguinte Noah estaria para o trabalho e Stiles acordou sozinho na casa algo se coçando dentro dele. Havia sonhado com Derek junto a ele na casa da reserva sorrindo abraçados quando o mais velho o virou para si lhe roubando o beijo e então acordou chorando com os olhos arregalados e logo estava soluçando com os braços abraçando seus joelhos contra o peito ate que seu corpo parar de tremer e sua respiração se acalmar. Precisa levantar, ir ate sua bolsa e tomar seus compridos, mas, seu corpo não estava disposto a se mexer por isso fechou os olhos, respirou fundo e mordeu o interior de sua bochecha ate que sentisse o gosto metálico do sangue tocar sua língua a dor fazendo seu corpo despertar o bastante para que ficasse disposto a levantar e colocar para dentro as pílulas e se vestir rapidamente se lembrando que Noah havia dito que o jipe tinha sido arrumado e as chaves estavam na bancada na cozinha por isso correu pelas escadas e as pegou pouco se importando de colocar algo no estômago antes de sair pela porta da casa e se jogar no jipe o ligando.
Precisava ir a reserva novamente e nem que fosse de longe, nem que fosse pela última vez, necessitava ver como estava a casa em que o conheceu.
Sua metade idiota idealizava um pensamento de que talvez magicamente o moreno houvesse voltado e estivesse lá.
Já seu eu atual apenas calou a ideia o mais rápido que pode pois expectativa era algo tão poderoso que tinha forças para matar alguém de dentro pra fora e não existia mais braços para o pegarem se ele caísse por algo assim de novo. Nem ele mesmo conseguiria se salvar já mal tinha forças para continuar em pé apenas era um corpo ambulante e apenas sabia estar vivo pois a dor lhe dava certeza disso. A poucos meses ele notou que sentir dor era melhor que não sentir nada pois sentir nada é igual a estar morto e ele não podia morrer.
A medida que se aproximava a paisagem da pequena cidade mudava e as árvores ia tomando lugar o ar mudava ficando mais úmido e o som da floresta, um som vivo, único e por um momento sentiu tudo voar. Os problemas e ansiedade foram levados pra longe junto com o vento forte que batia em si pelas janelas e finalmente o que o roubou o ar foi a casa agora reconstruída parecia tão certa naquele lugar como se fizesse parte da própria floresta.

-Você! Eu conheço você! - todo o peso voltou, súbito o fazendo ficar tenso ao ouvir a voz feminina -Stiles não é? - ouvir seu nome o fez virar e encontrar uma garota morena com cabelos longos e lisos -É mesmo você!

-Como sabe meu nome? - a garota se aproximou do jeep e o rapaz jurou que parecia alguém conhecido apersar de nunca tê-la visto.

-Eu sou Cora, irmã mais nova do Derek. Ele me pediu pra cuidar da casa enquanto to de férias da faculdade.

Fix You ○Sterek○Onde histórias criam vida. Descubra agora