Durante o pequeno percurso sua mente explodia em perguntas que a carta de seu amado não respondeu.A princesa não entendia o porquê de tudo aquilo ser tão complicado, eles se amavam e isso devia bastar.
E era por motivos assim que mesmo amando Apolo desde muito tempo, ela nunca tinha dado o braço a torcer, ela sabia que o resultado seria corações partidos, ela sabia que a culpa não era dela, mas isso não evitava a mesma de se sentir culpada.
Quando chegou no Palácio, escondeu a carta em um dos baús que estavam em seus aposentos com seus pertences, porém ela se lembraria de colocar a carta em algum lugar mais escondido depois, ninguém poderia achar aquela carta.
Ela não sabe quanto tempo Apolo iria ficar lá, nem se o veria novamente, aquela carta era a única lembrança palpável de Apolo enquanto ele estava distante.
Apolo, Apolo, Apolo
Luna não conseguia pensar em algo sem ser o herdeiro do sol.
Se arrumou com a ajuda de uma criada, que tinha chegado à pouco tempo, precisava estar o mais apresentável possível, apesar do olhar triste, ela estava linda. De cabeça erguida ela desceu para o jantar.
O rei e a rainha do reino Estiviam estavam lá para fechar acordos, era um reino estrangeiro, fora da região dos astros.
O reino da Lua era muito conhecimento pela sua prosperidade agrária e pela abundância de água, o reino Estiviam apesar de ser muito rico em minérios, era escasso de água, seus súditos estavam morrendo em grande escala por isso recorreram à capital da Lua. Apesar dos boatos dizerem que mesmo nessa situação eles não abriram mão de seus luxos e por isso a falta d'agua chegou em um nível tão crítico.
Luna cumprimentou os reis
- Boa noite, rei Dionísio, rainha Nelly - Luna disse e fez uma reverência
- Boa noite, princesa - Rei Dionísio falou
Além do rei e da rainha, também estava o príncipe de Estiviam, Peter Lacerda, o garoto tinha aproximadamente a mesma idade de Luna, era muito bonito, porém sua fama de mimado e arrogante cobria toda a beleza física do mesmo.
- Boa noite, já que não me cumprimentou e muito menos fez a reverência que manda o protocolo, eu que não ia ficar calado, assistindo essa falta de classe - Peter falou seco.
Nelly e Dionísio ficaram sem ação diante da cena que o filho fez.
- Peter, boa noite, que eu saiba apenas pessoas que estão abaixo do seu título fazem reverência e nós dois temos o mesmo título, então não é algo obrigatório - Luna disse e deu um leve sorriso irônico
A princesa da lua sentou-se no lugar de sempre, entre o Rei Estêvão e a pequena Aurora.
Nelly, Dionísio e Peter sentaram-se do outro lado da mesa.
- Sua filha é muito bonita, quanto é o dote que o pretendente tem que pagar para poder se casar com ela? Pela beleza dela acredito que seja bem caro, Rei Estêvão - Disse Peter com um sorriso de canto, enquanto encarava Luna
- Minha filha não está a venda, Peter.
Ela vai se casar com o predestinado dela, qual ela vai descobrir só na cerimônia dos dons, a não ser que ela renuncie seu predestinado, mas é uma escolha dela - Estêvão disse sério e fechou seu semblante.- Caríssimo, nos perdoem, em Estiviam os nossos costumes não são os mesmos que os daqui - Dionísio falou tentando encobrir a situação desagradável
- Peter, por favor, temos que conseguir esse acordo, depois, se você quiser mesmo se casar com ela a gente conversa - Nelly falou de forma discreta, apenas para seu filho escutar.
- Estêvão, viemos aqui porque estamos precisando de ajuda - Dionísio anuncia, iniciando o assunto.
- Nosso povo está morrendo, a seca predomina em nossas terras - Nelly falou
- Em troca da água, iremos fornecer várias cargas de pedras preciosas e minérios para o seu reino - Dionísio explica.
- Amigos, fiquem tranquilos, vamos ajudar - Estêvão falou solícito
O príncipe estrangeiro não tinha a mesma educação de seus pais, logo dava de perceber que os boatos que rondavam ele, eram verdadeiros. Ele secou Luna durante todo o jantar, mesmo depois de ser repreendido, a ponto de deixar a princesa da lua se estressar com aquela situação.
- Saibam que vai ser um prazer poder ajudar vocês, meus amigos. Nosso acordo está criado - Estêvão comunicou.
Após tudo isso Luna se retirou e fpi para seus aposentos, estava cansada e um pouco aérea.
Era uma situação que ela nunca imaginava passar, ela nunca havia ficado mais do que uma semana sem ver o herdeiro do sol, imaginar passar anos ou nunca mais vê-lo era doloroso, apesar de amar seu pai e sua irmã, Apolo era o único que a entendia quem ela era, era seu amigo de infância e por mais que ela não quisesse admitir, ele também é o amor de sua vida.
Após todo esse momento reflexivo, batidas na porta, trazem ela de volta a si.
- Quem É? - A herdeira da Lua pergunta
-Sou eu, filha - Estêvão responde
- Pode entrar papai - Luna falou enquanto enxugava algumas lágrimas de seu rosto.
O rei entrou no quarto
- Filha, queria conversar com você na sala do trono, ainda hoje, temos uma proposta pra você.
Luna apenas seguiu o rei, não era comum eventos oficiais essa hora, porém resolveu não questionar.
Quando chegaram lá, o rei sentou em seu trono, utilizando sua coroa, ao lado os reis estrangeiros com seu filho.
A herdeira da lua fez uma reverência.
- Luna temos uma proposta pra você - A rainha Nely falou em um tom formal.
- Nosso filho quer se casar com você - O rei de Estiviam completou casualmente
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Entre Reinos
FantasyDois reinos separados pelo rancor e medo Dois herdeiros destinados a mudar o rumo desses reinos E uma pergunta : Um amor seria tão forte a ponto de revolucionar um sistema?