❈ nineteen ❈

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virginia brooke

— Virginia! — Minha mãe gritou do primeiro andar enquanto eu prendia os cabelos de frente para o espelho.

— Já estou indo! — Peguei meu celular, alguns dólares na cômoda e os coloquei no bolso.

Desci as escadas correndo e me deparei com Rebeca ao lado de Nash.

O moreno estava vestido com uma calça jeans preta e um moletom do time de futebol Carolina Panthers. Suas mãos estavam nos bolsos do moletom.

— Ah, oi, Nash! — disse enquanto me aproximava dos dois.

— Oi! — O garoto respondeu sorrindo.

— Ele é o mesmo garoto que saiu mais cedo? — Minha mãe perguntou e por algum motivo, senti vontade de enfiar minha cabeça em um buraco.

— Hum, não. Mamãe, estamos indo. Eu não vou voltar muito tarde, ok? Te amo. — Beijei seu rosto e abri a porta.

— Mas... — Rebeca tentou dizer mas já estávamos fora de casa.

—Tchau, Senhora Brooke! — Nash disse enquanto entrávamos no carro.

Logo, o garoto deu partida no carro e rapidamente, passei as instruções de onde era a pizzaria.

— Ah, e me desculpa pela minha mãe... — disse depois de alguns minutos de estrada.

— Relaxa. Eu gostei muito dela. — Ele disse sorrindo.

— Ainda bem que meu pai não te viu. Ele não gosta muito dos Carolina Panthers.

— Para falar a verdade, nem eu. Meu irmão joga nesse time então todo Natal ele me dá algo diferente. Bonés, bonecos, casacos, camisetas. Acho que já posso fazer uma loja.

— Então o talento é de família? — perguntei.

— Ah, nós sempre jogávamos quando pequenos. Eu acabei ficando bom mas entrar para o time está longe da minha lista.

— E o que está na sua lista?

— Ah, faculdade de Arquitetura, talvez aqui ou na Califórnia, fraternidades, festas de fraternidade, amigos para a vida toda.

— Sério?

— Não. — Ele riu. — A parte da Arquitetura sim, mas das fraternidades e amigos eternos não. E você?

— Eu o quê?

— O que está na sua lista?

— Bom, é um pouco menos ambicioso. Eu quero fazer Enfermagem. Minha mãe é enfermeira e bom, seria legal seguir os passos dela.

— Vou fingir que não ouvi isso.

— O quê?

— Você parece não estar querendo por você e sim, pela sua mãe.

— Isso não é verdade.

— Será mesmo? — Ele se virou para mim por alguns segundos. — Bom, eu só não quero ver uma jovem seguindo sonhos que não quer por causa da influência dos pais.

— Invés de arquiteto você se daria melhor como orientador. — Nós rimos.

— Escuta o que eu te digo. — disse por fim e minutos depois entramos no estacionamento da pizzaria.

Entramos na pizzaria logo depois de ele estacionar.

Eu simplesmente adorava aquela pizzaria. Frequentava o lugar desde criança e tinha o cheirinho de segunda casa.

— Wow! — Nash disse ao se deparar com o lugar cheio. Nos sentamos em uma mesa ao lado da janela.

— Te disse que é a melhor da cidade. Você não vai se arrepender. — disse e chamei um garçom.

Pedimos uma pizza inteira de calabresa e dois copos de Coca-Cola. Enquanto esperávamos, eu resolvi pegar meu celular para tirar fotos do garoto que parecia entediado a minha frente.

Ri enquanto tirava as fotos já que ele nem percebia que eu tirava fotos.

— Do que está rindo? — Ele perguntou depois de minutos. — Você está tirando fotos minhas?

— Sim. — disse rindo. — Até que estava fofo sua cara de "Cadê essa pizza?".

— Ah, é? Vamos ver sua cara de "Meu Deus, o Nash pegou meu celular!". — Pegou meu celular e começou a tirar fotos minhas enquanto colocava as mãos no rosto.

— Ok, ok. Mas só aceito as fotos se você tirar comigo. — Sugeri.

— Certo. — Ele colocou na frontal e girou para nossos rostos.

Na primeira foto, ambos sorrimos e nas fotos seguintes, fizemos diversas caretas que nos fizeram rir.

Tiramos uma foto em que eu estava muito próxima a sua bochecha e por algum motivo, ele virou o rosto para fitar meu rosto.

Nossos rostos ficaram muito próximos. Eu encarava aqueles olhos azuis, que não me davam chance alguma de me esquivar.

Por que é tão difícil? Por que eu não consigo virar o meu rosto?

— Virginia? — Alguém disse e nos afastamos no mesmo segundo. O alguém que estava falando era Samuel, o mesmo garoto da festa, diante da nossa mesa.

— Ah, oi. — disse sem graça. Ele encarou Nash de cima a baixo.

— Você nem me ligou, pensei que tivesse acontecido alguma coisa. — Ele disse e eu rolei os olhos. — E depois tem aquele post, eu...

— Samuel, eu sei que você tem namorada e eu não estou afim de ser uma amante.

— Nós terminamos!

— Não interessa. O que você fez foi errado e eu não tenho interesse em você.

— Virginia, eu só quero conversar... Tivemos uma conversa tão legal naquela festa, eu pensei...

— Você não tem que pensar em nada, cara. Ela não quer falar com você. — Nash disse. O encarei. — Cai fora!

— E quem é você?

— Alguém que, se você não for embora agora, vai acabar com você.

virgin mouth | old magconOnde histórias criam vida. Descubra agora