virginia brooke
— Virginia! — Minha mãe gritou do primeiro andar enquanto eu prendia os cabelos de frente para o espelho.
— Já estou indo! — Peguei meu celular, alguns dólares na cômoda e os coloquei no bolso.
Desci as escadas correndo e me deparei com Rebeca ao lado de Nash.
O moreno estava vestido com uma calça jeans preta e um moletom do time de futebol Carolina Panthers. Suas mãos estavam nos bolsos do moletom.
— Ah, oi, Nash! — disse enquanto me aproximava dos dois.
— Oi! — O garoto respondeu sorrindo.
— Ele é o mesmo garoto que saiu mais cedo? — Minha mãe perguntou e por algum motivo, senti vontade de enfiar minha cabeça em um buraco.
— Hum, não. Mamãe, estamos indo. Eu não vou voltar muito tarde, ok? Te amo. — Beijei seu rosto e abri a porta.
— Mas... — Rebeca tentou dizer mas já estávamos fora de casa.
—Tchau, Senhora Brooke! — Nash disse enquanto entrávamos no carro.
Logo, o garoto deu partida no carro e rapidamente, passei as instruções de onde era a pizzaria.
— Ah, e me desculpa pela minha mãe... — disse depois de alguns minutos de estrada.
— Relaxa. Eu gostei muito dela. — Ele disse sorrindo.
— Ainda bem que meu pai não te viu. Ele não gosta muito dos Carolina Panthers.
— Para falar a verdade, nem eu. Meu irmão joga nesse time então todo Natal ele me dá algo diferente. Bonés, bonecos, casacos, camisetas. Acho que já posso fazer uma loja.
— Então o talento é de família? — perguntei.
— Ah, nós sempre jogávamos quando pequenos. Eu acabei ficando bom mas entrar para o time está longe da minha lista.
— E o que está na sua lista?
— Ah, faculdade de Arquitetura, talvez aqui ou na Califórnia, fraternidades, festas de fraternidade, amigos para a vida toda.
— Sério?
— Não. — Ele riu. — A parte da Arquitetura sim, mas das fraternidades e amigos eternos não. E você?
— Eu o quê?
— O que está na sua lista?
— Bom, é um pouco menos ambicioso. Eu quero fazer Enfermagem. Minha mãe é enfermeira e bom, seria legal seguir os passos dela.
— Vou fingir que não ouvi isso.
— O quê?
— Você parece não estar querendo por você e sim, pela sua mãe.
— Isso não é verdade.
— Será mesmo? — Ele se virou para mim por alguns segundos. — Bom, eu só não quero ver uma jovem seguindo sonhos que não quer por causa da influência dos pais.
— Invés de arquiteto você se daria melhor como orientador. — Nós rimos.
— Escuta o que eu te digo. — disse por fim e minutos depois entramos no estacionamento da pizzaria.
Entramos na pizzaria logo depois de ele estacionar.
Eu simplesmente adorava aquela pizzaria. Frequentava o lugar desde criança e tinha o cheirinho de segunda casa.
— Wow! — Nash disse ao se deparar com o lugar cheio. Nos sentamos em uma mesa ao lado da janela.
— Te disse que é a melhor da cidade. Você não vai se arrepender. — disse e chamei um garçom.
Pedimos uma pizza inteira de calabresa e dois copos de Coca-Cola. Enquanto esperávamos, eu resolvi pegar meu celular para tirar fotos do garoto que parecia entediado a minha frente.
Ri enquanto tirava as fotos já que ele nem percebia que eu tirava fotos.
— Do que está rindo? — Ele perguntou depois de minutos. — Você está tirando fotos minhas?
— Sim. — disse rindo. — Até que estava fofo sua cara de "Cadê essa pizza?".
— Ah, é? Vamos ver sua cara de "Meu Deus, o Nash pegou meu celular!". — Pegou meu celular e começou a tirar fotos minhas enquanto colocava as mãos no rosto.
— Ok, ok. Mas só aceito as fotos se você tirar comigo. — Sugeri.
— Certo. — Ele colocou na frontal e girou para nossos rostos.
Na primeira foto, ambos sorrimos e nas fotos seguintes, fizemos diversas caretas que nos fizeram rir.
Tiramos uma foto em que eu estava muito próxima a sua bochecha e por algum motivo, ele virou o rosto para fitar meu rosto.
Nossos rostos ficaram muito próximos. Eu encarava aqueles olhos azuis, que não me davam chance alguma de me esquivar.
Por que é tão difícil? Por que eu não consigo virar o meu rosto?
— Virginia? — Alguém disse e nos afastamos no mesmo segundo. O alguém que estava falando era Samuel, o mesmo garoto da festa, diante da nossa mesa.
— Ah, oi. — disse sem graça. Ele encarou Nash de cima a baixo.
— Você nem me ligou, pensei que tivesse acontecido alguma coisa. — Ele disse e eu rolei os olhos. — E depois tem aquele post, eu...
— Samuel, eu sei que você tem namorada e eu não estou afim de ser uma amante.
— Nós terminamos!
— Não interessa. O que você fez foi errado e eu não tenho interesse em você.
— Virginia, eu só quero conversar... Tivemos uma conversa tão legal naquela festa, eu pensei...
— Você não tem que pensar em nada, cara. Ela não quer falar com você. — Nash disse. O encarei. — Cai fora!
— E quem é você?
— Alguém que, se você não for embora agora, vai acabar com você.
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virgin mouth | old magcon
FanfictionAquele em que Virginia era a única garota de dezesseis anos na Califórnia que nunca tinha sido beijada. Copyright 2019 © trviaIove Todos os direitos reservados