poemas e frases

Especial Rupi Kaur

Não quero ter você para preencher minhas partes vazias.
Quero ser plena sozinha.
Quero ser tão completa que poderia iluminar a cidade.
E só aí quero ter você, porque nós dois juntos botamos fogo em tudo. 

_Outros Jeitos de Usar a boca, Rupi Kaur.

Quero pedir desculpa a todas as mulheres que descrevi como bonitas antes de dizer inteligentes ou corajosas. Fico triste por ter falado como se algo tão simples como aquilo que nasceu com você, fosse seu maior orgulho, quando seu espírito já despedaçou montanhas. De agora em diante vou dizer coisas como, "você é forte" ou, "você é incrível!", não porque eu não te ache bonita, mas porque você é muito mais do que isso.

_Outros Jeitos de Usar a boca, Rupi Kaur.

Toda vez que você
Diz à sua filha
Que você grita com ela
Porque a ama
Você a ensina a confundir
Raiva com bondade
O que parece uma boa ideia
Até que ela cresce
E passa a confiar em homens
que as machucam
Porque eles se parecem
Demais com você.

_Outros Jeitos de Usar a boca, Rupi Kaur.

Você me diz para ficar quieta porque minhas opiniões me deixam menos bonita, mas não fui feita com um incêndio na barriga para que pudessem me apagar. Não fui feita com leveza na língua para que fosse fácil de engolir. Fui feita pesada, metade lâmina, metade seda. Difícil de esquecer e não tão fácil de entender.

_Outros Jeitos de Usar a boca, Rupi Kaur.

da próxima vez que ele
comentar que os
pelos das suas pernas
cresceram de novo lembre
esse garoto que o seu corpo
não é a casa dele
ele é um hóspede
avise que ele
nunca deve passar por cima
das boas-vindas
de novo

_Outros Jeitos de Usar a boca, Rupi Kaur.

a representatividade 

é vital
sem ela a borboleta
rodeada por um grupo de mariposas
incapaz de ver a si mesma
vai continuar tentando ser mariposa.

_Outros Jeitos de Usar a boca, Rupi Kaur.

todos nascemos
tão bonitos

a grande tragédia é que
nos convencem de que não somos.

enfiei um pano debaixo de cada portafora eu disse ao ventonão vou precisar de vocêfechei cada cortina da casavá eu disse à claridadeaqui ninguém entraaqui ninguém sai- cemitéri

enfiei um pano debaixo de cada porta

 fora eu disse ao ventonão vou precisar de você

 fechei cada cortina da casa 

vá eu disse à claridade 

aqui ninguém entra 

aqui ninguém sai .

- cemitério.

_O Que o Sol Faz Com as Flores, Rupi Kaur.

ontem 

a chuva tentou imitar a minha mão 

e correu pelo seu corpo

 eu rasguei o céu por ter dado permissão.

 - ciúmes.

_O Que o Sol Faz Com as Flores, Rupi Kaur.

você está esperando alguémque nunca vai voltar

 ou sejavocê está vivendo sua vida

 na esperança de que alguém perceba

 que não pode viver a própria vida sem você.

 - não é assim que as coisas acontecem.

_O Que o Sol Faz Com as Flores, Rupi Kaur.