Capítulo 14

2K 108 15
                                    

Barbára Narrando

Esses dias o Matheus anda estranho, chega tarde, anda indiferente.

E quando eu pergunto, ele diz que não é nada, mas eu sinto, ele tá distante.

Não anda presente, e quando tá, é como se não tivesse, não se importa com nada.

Só vive no trabalho, nunca tem tempo, eu e o meu medo é que ele já esteja farto disso tudo, meu medo é que ele esteja cansado da nossa vida

Lucas: para com isso, Bah - disse e jogou uma almofada em mim - ele não tá fazendo nada de errado

Babi: como você pode ter tanta certeza, ele nunca agiu assim comigo - disse e coçei meu cabelo - será que ele já fico assim comigo, e eu não me lembro, aiin - disse e enfiei o a almofada na minha cara

Lucas: para com isso, isso é você tentando se alto sabota - disse e me abraçou - fica calma, chama ele pra conversar nega - disse e beijou minha testa

Babi: eu já tentei, mas não adianta, ele se esquiva, diz que não é nada, mas eu sei que tem alguma coisa, ele não é assim.

Lucas: ok, quando ele chegar você tenta conversar com ele, se não der certo, a gente amarra ele de cabeça pra baixo no sótão lá de casa até ele dizer o que é, pode ser? - ele perguntou e eu acabei sorrindo

Babi: como eu te amo - disse e ele me abraçou, eu deitei minha cabeça em seu peito

Lucas: é, eu também me amo, como não me amar? - perguntou e eu dei um soco no peito dele- ai, aí, eu também te amo - disse rindo - agora vamos assistir - disse e deu play no filme

Estávamos na casa dele assistindo um filme chamado Obsessão Secreta, eu apenas concordei, deitei minha cabeça novamente em seu peito, e tentei ao máximo não pensar Matheus.

(...)

Mas tarde naquele dia, o Matheus me deixou em casa.

E novamente, mais uma vez, tava tudo vazio, é, aquilo já estava se tornando normal.

E sozinha eu jantei, e mais uma vez, sozinha eu fui dormir.

Complexo do Alemão - RJ
03:45 AM

E mais uma vez, ele chegou em silêncio, tomou banho, pegou uma roupa e se deitou.

Não me abraçou, nada, existia uma distância entre nós que me assustava.

Mais uma vez iríamos dormir assim?

Naquela noite eu já estava farta, não aguentava mais.

Liguei o meu abajur e me virei pra ele, ele abriu os olhos, me olhou, mas não falou nada.

Babi: aonde você tava? - perguntei e ele revirou os olhos

MT: tava trabalhando - disse e meu sangue ferveu, era mentira, o Marcos já havia me dito que nem aparecido na boca hoje ele tinha, meu coração já tava pequenininho

Babi: você tá mentindo, Matheus - disse e me sentei - me fala, aonde você tava - disse e ele bufou

MT: eu tava trabalhando, Bárbara. Vai dormir meu irmão - disse com raiva

Babi: dormir uma porra - disse me levantando - foi pra isso que você me pediu pra morar com você, Matheus? Me diz - ele não disse nada

Babi: porque se foi, eu vou logo te avisando que eu não sou mulher de esperar homem em casa não - disse e mais uma vez, o silêncio, ele apenas me olhava, não demonstrava nada.

Babi: olha, eu amo você, mas eu me amo mais, então, por favor, fala comigo, me fala o que tá acontecendo -fui até ele e segurei suas mãos, na espera daquela distância entre nós se resolver de uma vez por todas, mas nada, só o silêncio.

Babi: você não vai dizer nada? - perguntei e ele não falou nada - ok Matheus, boa noite - disse e sai do quarto.

Entrei no quarto de hóspedes, me deitei na cama e tentei dormir

Mas não consegui, sentia falta do braço grande dele me abraçando e me puxando pra mais perto dele

Naquela noite eu só conseguia me perguntar o porquê daquela indiferença, será que ele enjoou da nossa vida juntos?

Poxa, se foi isso, eu espero que ele ao menos me diga logo.

Disse e fiquei olhando o ventilador de teto rodando até eu adormecer

Eita que o parquinho vai pegar fogo

Meu Ponto De PazOnde histórias criam vida. Descubra agora