Fala sério... Poesias?!

...Amores e Dissabores

= Romance à Mineira =

O amor é assim
Um sentimento simplim,
Que devagarzim,
Deixa a gente lesadim...

Mas como dizia o mineirim
Tem que ser assim
Cadinho a cadim
Pois, romance é uma coisa lindim

Mesmo assim,
O menininho colheu a rosim
E envergonhado levou a amiguim

- Pra você, Mariazim!
- Quê qué é isso, Zézim?
- Sei não. Acho que caiu do céu esse trenzim...

= Meninos e Meninas =

Curiosidade ou imaturidade?
Indecisos ou introspectivos?
Animados ou agitados?
Meninos são assim, mais do que tudo, meninos!

Amigas ou companheiras?
Desorganização ou uma diferente arrumação?
Preocupadas, e outrora, determinadas.
Meninas são assim, inconstantes, mas simplesmente, meninas!

Mas o tempo tudo muda.
E meninos, que outrora achavam as meninas topetudas,
Agora admiram-nas como se fossem acarameladas.

Não tarda então, o dia em que rosas lhes darão.
Ansiosos por atenção,
Por aquele doce e meigo coração.

= A Traição =

Seria o perdão indigno?
Ou seria perdoar um ato da razão?
A esposa traída perdoa o marido indigno?
Ou perdoar fora apenas um gesto de submissão?

O vestido pendia no prego
Prova irrefutável da infidelidade daquele que tinha um super-ego
E ela, tirando forças de um alter-ego,
Sujeita-se, a mais uma vez, a recebê-lo em seu aconchego.

As filhas, os passos do pai não escutam
Tão pouco se importam
Mas é com o vestido carmim que seus olhos se encantam.

A vadia, d'antes esbelta e bela, Dona Florisbela
Foi-se com o coração estilhaçado, em óleo sobre tela,
E a bela esposa, que de bela nada tinha, se reconforta com esta a vingança singela.

= O Vestido =

Pregado na parede jazia o vestido salmão
Lembrete incontestável da sede de traição
Do infiel e garboso maridão
Por que Diabos, então, lhe concedeu o perdão?

Anos a dona passou na escravidão
Primeiro, ao servir subservientemente o maridão
E depois, trabalhando como um cão
Para sustentar a família abandonada pelo exilado bastardo.

Amor não justifica a traição
Nem tão pouco, o faria a paixão
Qual seria a desculpa estapafúrdia dele então?

Mas ao vê-lo, a dona simplesmente lhe serviu um sopão
Olhando de soslaio o sumido Pão.
Mas seu eterno amor jamais fora capaz de lhe pedir perdão.