Death note: A lenda das 3K's (Revisando)

Capítulo 2: Uma proposta tentadora

B's POV

Até que enfim pude abrir os olhos. Minha cabeça estava latejando, pensei que a coisa teria me machucado ao ponto de sangrar, mas era só uma sensação. Onde eu estava agora? Onde está todo mundo? Por que está tão escuro? O novo ambiente não parecia nada com a Wammy's, a não ser pelo sofá enorme que se encontrava no canto da sala. Aqui é imenso! Demorou alguns segundos para finalmente cair a ficha de que esta era uma mansão, talvez abandonada.

Estava explorando o lugar, apalpando cada metro quadrado que se estendia pelas paredes do local, quando de repente ouço uma grave voz.

–Então o garotão acordou! - O tom utilizado pela pessoa pareceu ser convidativo, mas tinha minhas suspeitas. Forcei a vista para compreender o que ou quem estava na minha frente.

–Quem é você?! - retruquei - E que porcaria de intimidade é essa?! - Gritei mais ainda. Olha, sou ignorante e pronto! Quer dizer que você iria responder normalmente uma pergunta como essa de alguém misterioso? "Então o garotão acordou!" "Issaê, cara! Tudo de boas? Dá um alô pra Samara por mim!"

–Nossa... onde estão os meus modos... - O ser deu pequenos passos para frente, porém, mesmo assim era difícil identificá-lo. Isso até ele ser banhado pela fraca luz do ambiente - Eu sou o Fera. Por favor, não tenha medo de mim. - Whoa! Era insano! O homem que acabara de se revelar era enorme e cheio de pelos, como os de um lobisomem. Não me admiraria se ele fosse um. Como se tentasse manter um equilíbrio entre seu lado sombrio e seu lado humano, a coisa usava um par de óculos que se penduravam sobre seu fucinho amassado.

–Você me sequestrou? - Perguntei calmamente, foi a primeira coisa que pensei. A adrenalina estava navegando pelas minhas veias, entorpecendo o que eu chamaria de medo.

–Que estranho... você deveria ter medo de mim. - entristeceu-se, com um olhar duvidoso - E não. Eu não te sequestrei. O Logan te sequestrou. Ele é fera nisso. - cinco segundos de silêncio. Nem acredito que ele teria feito um trocadilho num momento tão tenso como esse - Há! Entendeu? Ele é uma "fera"! Porque meu nome é-

–Cara, vamos apenas esquecer que você disse isso, legal? -reclamei, interrompendo sua fala - E você, meu estranho peludo, é quem deveria ter medo de mim. Por sinal, quem é Logan?

–Um mutante, como você. -Ah, claro... os olhos de shinigami. Não os considero uma mutação, mas sim, um simples dom. Às vezes não dava tanta importância para eles -O professor Xavier quer conhecê-lo.

Mesmo sem entender completamente quem era cada um deles e o que estava fazendo aqui, começamos a caminhar. Andamos por vários corredores e tenho que dizer: isso foi legal e um tédio, simultaneamente. Droga, por que tô falando de uma maneira tão nerd? Acho que herdei isso do L ...

–Chegamos, novato! - isso me deixou mais confuso. Por que me chamou de novato? As coisas ficavam cada vez mais estranhas e a vontade de sair daqui continuava a se expandir. Isso, por acaso, era alguma pegadinha? Mello, se for você, prometo que vou derreter todos os seus chocolates!

De repente, mais uma voz de propagou pela sala. Um homem careca era quem havia se pronunciado. Ele estava vindo até nossa direção com uma cadeira de rodas eletrônica e ostentava um sorriso tão discreto quanto o de Monalisa.

–Olá, Beyond! - falou ele, quebrando o silêncio -Meu nome é Charles Xavier. Sou o dono dessa instituição. Vejo que conheceu nosso amigo, Fera.

–Como sabe meu nome? - ignorei a última parte de seu comentário. Não me importava mais quem era quem. Como ele era capaz de saber dessa informação?

–Eu li sua mente. Aposto que já sabia o meu nome também. Eu sei suas habilidades. - Ele apontou para sua pálpebra caída, referindo-se aos meus olhos de shinigami. Mas que maravilha! Ele sabe mesmo.

–O que tá acontecendo?! Primeiro, eu sou sequestrado. Depois, me trazem a um lugar totalmente diferente do que eu estava e encontro mutantes e pessoas que já me chamam de novato! Qual é o plano doentio de vocês? Que eu fique por aqui?

–Exatamente. Se bem que não chamaria de doentio, se me permite dizer. - o professor me corrigiu -Desculpe os modos, Beyond.

–B, por favor.

–Certo, B.

–Vocês podem me levar de volta para o orfanato, por favor? Eu preciso pensar. - aquilo tinha sido uma meia verdade também. Parte de mim pretendia ficar aqui, conhecer novas pessoas, semelhantes a mim. Pessoas que me respeitariam pelo que sou, que me aceitariam. Meu outro lado lembrava dos meus "meio irmãos" do orfanato. Os anos me fizeram ter uma relação grande com eles. Já até tive o erro de chamar o Nate, por exemplo, de irmãozinho ou caçula.

–Não sabia que ali era um orfanato, B. - Continuou o professor - Descobrimos onde você estava por meio do Cérebro, um sistema inteligente e localizador de pessoas extraordinárias como você. Amanhã, se quiser, explico mais sobre isso. E tenho uma proposta: sei que você tem amigos por lá, e que eles, e isso inclui você também, são crianças superdotadas. Avise-as que há vagas disponíveis para elas aqui também. Você sabe que são, afinal, os mais inteligentes do orfanato. Leve consigo essa proposta e pense bem, por favor. Seria uma honra receber mais alunos. Eu os trato como filhos.

Seu discurso estava me pressionando. Era muita informação em tão pouco tempo, minha cabeça já estava borbulhando. Por mais tentadora que a proposta soasse, precisava mesmo de um tempo. Seria necessário falar com os meninos, convencê-los de que aqui era tão bom quanto o orfanato (e assim eu esperava que fosse). Talvez nossas personalidades tenham chamado a atenção do professor - e ainda me perguntava como ele sabia tantas coisas sobre nós -. Talvez ele tivesse interesse apenas em mim e nos meus olhos, mas gostaria que eu tivesse companhia.

–T-tudo bem -Saí gaguejando, o coração martelando brutalmente contra o peito. Até que parecia legal. É isso! Vou avisar à todos amanhã de manhã. Espero que eles possam aceitar...