Capítulo 3

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Não demoramos muito no shopping, pois acabamos comprando somente o necessário. Aquela história de que me compraria roupas novas foi só papo furado e no final de tudo só comprei um vans preto básico e perfeito que combinava com tudo.

Chegando em casa nós jantamos e nem conversamos muito, pois estávamos realmente muito cansadas, inclusive vovó que ficou resolvendo minhas documentações o dia inteiro para que eu pudesse começar as aulas amanhã.

Subo para o quarto e tomo meu banho, e como de costume ( um costume de 1 dia, mas que eu já iria adotar para a vida toda, ou pelo menos enquanto essa vista for minha), vou a sacada com meu iPhone e meus fones de ouvido e coloco " King of shadows", minha música preferida, no máximo e aprecio aquela vista maravilhosa. Poderia ficar ali a noite toda observando cada brilhinho de cada estrela enquanto por fora dos fones de ouvido o mundo não existia para mim. Porém percebo que já são 1hora da manhã e eu precisava urgentemente dormir, pois acordaria muito cedo amanhã. Infelizmente, para um novo colégio, com pessoas que eu não conhecia e que provavelmente não iriam gostar de mim.

Já são 6 horas da manhã e minha mãe começa a bater na porta do meu quarto desesperadamente. " Elizabeth acorda, você vai se atrasar", diz a mesma, e no susto eu levanto com um pulo e grito de lá mesmo " É Lizzie, Caren, Lizzie".

Como ela me dera esse enorme susto, eu já estava de mal humor e provavelmente ficaria nesse mesmo estado pelo resto desse longo dia. 

Me levanto definitivamente, tomo banho e depois escolho uma calça jeans preta rasgada e um cropped sem mangas um pouco folgado, que deixava a mostra somente uma pequena linha de 5 centímetros da minha barriga. Calço meu tênis vans novo e vou a sacada observar como estaria o tempo para escolher uma blusa de frio adequada e "Não, não acredito está chovendo", deveria ser algum tipo de conspiração contra mim hoje, por que tudo tava dando errado e nao poderia piorar mais. Eu adoro chuva, mas convenhamos que ela é perfeita quando estamos dentro de casa de baixo das cobertas, assistindo um série na Netflix. Hoje era um dos dias em que isso não poderia acontecer.

Eu supero meu drama interminável e pego um corta vento preto com as mangas com estampa camuflada e o visto, ele era perfeito pois tinha touca e caso necessário, com essa chuva, eu a utilizaria. 

Escovo meus dentes e ajeito meus cabelos castanhos, enrolando um pouco as pontas. Penso em não passar maquiagem, mas acabo resolvendo por passar um pouco de sombra marrom nos meus olhos, porque li na internet que destacava olhos verdes, e passo uma curta camada de blush nas minhas bochechas para me dar um pouco de cor.

Desço as escadas e vou em direção mesa do café da manhã, e lá só estava minha avó, minha mãe me deu pressa e a mesma não estava presente " Vovó, cadê minha mãe?, Ela ficou me dando pressa e nem tá aqui", " Ah meu amor, sua mãe saiu agora pouco para começar a procurar emprego" responde ela "E a senhora é quem vai me levar para o colégio?" "Infelizmente não Lizzie, hoje eu tenho muitos compromissos e me atrasaria te levar ao colégio, porém passa um ônibus a 2 quarteirões daqui, que a deixará na porta. Essas são as chaves da casa, caso você volte da aula antes de nós. Eu estou indo minha linda, boa sorte hoje", ela me dá um beijo na bochecha e se retira da mesa, sumindo pela direção que iria até a porta e eu só sorrio.

Termino o meu café e vejo que já são 6:40, e minhas aulas começariam 7:10, subo correndo e pego meu celular, meus fones de ouvido e minha mochila. A chuva já tinha acabado porém as ruas estavam encharcadas e eu, atrasada como sempre. Vou em direção a porta da casa, abro-a, ando um pouco para fora e paro perto do meio fio para poder observar a casa mais uma vez. Muito perfeita com seus 3 andares e janelas maravilhosas, com cada uma tendo cortinas de seda até o chão. A janela do meu quarto não era visível de lá da rua, pois ficava do lado direito da casa, na direção da casa vizinha. E lá estava eu viajando e encantada em pequenos detalhes, quando de repente eu escuto um barulho de carro e sinto a água escorrendo pelas minhas costas. Eu não podia acreditar nisso, não era possível. O cara estaciona o carro.

" Será que você é cego ou algo do tipo? Não viu que eu estava aqui, olha o que você fez com minha roupa" digo imediatamente. E ele responde,"Calma estressadinha, é só uma roupa, você vai lá se trocar e pronto" 

" Por sua culpa eu vou chegar atrasada na aula hoje"digo, " Mas também, quem mandou ficar tão perto de uma poça de água né" ele diz rindo e entra no carro e vai embora me deixando lá sozinha na rua toda encharcada. Eu não podia acreditar nisso, que cara babaca, nem pra no mínimo perguntar se eu estava bem ' é só uma roupa, você se troca e pronto e blá blá blá', como minha mãe fala que as pessoas daqui são tão legais, se existem tipos como esse menino?

O meu dia já estava péssimo e eu não suportaria mais algo ruim. Mais uma vez supero meu drama e corro para casa para trocar de roupa. Dessa vez visto um jeans claro rasgado e uma camiseta preta comum, que eu coloquei por dentro da calça, pego um moletom preto e jogo por cima, em relação ao meu tênis novinho, não teve jeito, tive que pôr para lavar. Calço um coturno que eu tinha e desço as escadas. Minha sorte é que minha mochila estava na minha mão e não nas minhas costas, se não teria molhado todos os meus materiais. Saio mais uma vez de casa, e dessa vez com sucesso, consigo chegar ao ponto de ônibus e ir para a escola.

E"Lizzie"Onde histórias criam vida. Descubra agora