Capítulo 5

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Chego em casa em pleno horário de almoço, e a casa está vazia. Aproveito para trocar de roupa e vestir uma roupa bem confortável, calço meus chinelos e desço. Decido ir na cozinha explorar o que tem de gostoso para comer, e sem sucesso de um almoço pronto, faço um omelete para mim. 

De barriga cheia subo para o quarto para descansar e cochilar um pouco, programo o despertador para 17:00 e apago.

17:00 ouço o estalar do despertador pelo quarto e acordo assustada, confiro as horas e me levanto. Com as coisas necessárias, vou para o banheiro tomar meu banho e aproveito para lavar meu cabelo. 

Fico ali no chuveiro por alguns minutos com a água percorrendo meu corpo enquanto minha playlist de música toca ao fundo. Desligo o chuveiro e me seco, visto uma camisola e um roupão por cima, por achar que estava meio frio. Desembaraço meu cabelo e vou até a sacada para observar o restinho de pôr do sol que me restava. Fico ali por um tempo quando eu vejo um vulto na janela do vizinho. Eu não havia observado direito o tão próximo e visível que as nossas janelas eram. Olho mais uma vez, mas dessa vez em vez de só um vulto, vejo uma mão puxando a porta e a abrindo, quando então o dono da mão sai em sua sacada sem camisa e não, não acredito, o sem educação do Kevin, que jogou água em mim com o carro hoje e me perturbou na aula, estava bem ali na minha frente. Eu tento sair o mais rápido possível da sacada para que ele não me veja mas acabo não tendo muito sucesso.

"Ei… vizinha" ele chama e eu decepcionada viro para trás e ele como um susto diz "Ei pera, Elizabeth ne?", e com a maior tristeza no meu olhar possível respondo "Sim", não podia acreditar que ele era meu vizinho, e que agora ele tinha estragado a sacada pra mim. Ficamos alguns segundos ali em choque nos encarando e eu morrendo de vergonha por estar toda desarrumada, quando sou interrompida por um grito de minha mãe " Lizzie, cheguei, desce para me ajudar por favor", e como se estivesse despertando de um transe o vizinho me confronta " É Lizzie ou Elizabeth?", e eu já com um pouco de mal humor respondo "Lizzie" e saio da sacada. 

Fecho as cortinas e olho para o meu quarto com o coração acelerado. Aquele momento tinha sido muito estranho, tão estranho que eu não conseguia entender nada do que aconteceu e nem a forma como ele chamou meu nome e como olhava para mim.

"Elizabeth" minha mãe grita mais uma vez, "Tô indo" grito daqui do quarto. Desço as escadas e vou ao seu encontro.

"Por que você demorou tanto a descer?", " Bom é que … é que eu tava terminando de me vestir", respondo e ela continua " Tá bom vou fingir que acredito, agora me ajuda com as compras que estão lá fora no porta malas do carro". Decido não relutar muito e vou pegar as compras. Quando estou ali distraída com as sacolas, o portão da garagem do vizinho sai e junto a ele o carro do Kevin, ele passa por mim com os olhos fixos ao meu, e eu achando que ele iria me comprimentar ou algo do tipo, mas ele simplesmente segue seu caminho.

Terminada a jornada das sacolas eu e minha mãe vamos para a cozinha fazer o jantar enquanto esperamos minha vó. Resolvemos fazer um macarrão a bolonhesa, algo mais simples porém muito delicioso. Montamos a mesa e nos sentamos à sua espera.

"Ai que lindas que vocês são, organizaram todo o jantar", diz minha vó entrando pela sala e vindo ao nosso encontro. "Nós estávamos te esperando vovó", digo dando um beijo no rosto da mesma, " Ah que ótimo, mas agora vamos comer porque eu estou faminta", diz vovó se juntando a nós na mesa.

"Então Lizzie, como que foi o primeiro dia de aula?", pergunta minha mãe e eu consigo ver a empolgação no olhar da minha avó, esperando por uma resposta positiva. "A mãe, foi ótimo, fiz vários amigos", digo, tentando não decepcioná-las. "Ah, bem que eu imaginei, minha amiga Doralice disse que o neto dela adorou você", revela minha avó " Que neto?" digo surpresa e engasgando com o macarrão, e ela me responde "O Pablo".
Nesse momento eu podia sentir um frio na barriga me atingindo e pequenos calafrios sobre o meu corpo, não podia imaginar que ele teria falado de mim para a sua avó, e nem que ela seria a amiga da minha avó, a Sra Doralice, quem teria conseguido me colocar no Young Soul.

E"Lizzie"Onde histórias criam vida. Descubra agora