Medo

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Quando Brunna saiu do meu quarto dizendo que iria sair com Larissa a minha vontade era implorar para que ela ficasse.
Eu estava com saudades de dormir abraçada com ela, os últimos dias que ficamos distantes foram bem estranhos. Em quase 2 anos que convivemos nunca havíamos nos estranhado dessa maneira.

Resolvi tomar banho e relaxar na banheira do meu quarto, ficar um pouco em paz.
Comecei a recapitular nossa conversa a pouco no quarto, quando Bru me disse que me ver com alguém a deixava chateada meu coração se encheu como se ali tudo que eu estava sentindo fosse recíproco. Mas ela negou sentir ciúmes e isso foi como um tapa na minha cara.

Fiquei com medo de dizer quais são meus sentimentos por ela, primeiro porque ainda não estão tão claros, e segundo eu posso tá confundindo tudo mesmo, ela nem gostar de mim dessa maneira e eu ferrar nossa amizade.

Me recostei mais na banheira e fechei meu olhos me perdendo em pensamentos.

Automaticamente me lembrei do meu primeiro e único beijo com a Brunna, por algum motivo essa lembrança tem sido bem presente na minha mente.

Maio de 2017, festa na casa de uma amiga. Estava cercada de amigos e família, super a vontade, todos nós já havíamos bebido bastante. Brunna estava dançando e se divertindo na pista, me aproximei dela e assim que ela percebeu sorriu pra mim e ficou de costas rebolando, era inevitável não ficar encarando a bunda dela.
Quando a música parou ela se virou pra mim e sorriu, sorri de volta e a segurei pela cintura assim que começou a outra música. Não que tivesse muito haver a batida do funk com a forma que eu estava dançando segurando ela, mas ela rapidamente começou a dançar abraçada ao meu corpo. Distribui alguns beijos em seu pescoço e sentir seu corpo estremecer, sorri com aquele ato e a mordi.

- Lud - ela protestou sorrindo.
- Aí aí garota - respirei fundo.

Ela sorriu e seguiu dançando com o corpo colado ao meu, meu corpo estava quente de desejo, meu medo era passar do limite e fazer algo que a desagradasse.

- Bru? - a chamei
- Hum - respondeu mais como um gemido
- Vem - me afastei a estendendo a mão

Ela segurou minha mão e me acompanhou mesmo que nem eu soubesse exatamente para onde estávamos indo. Encontrei um lugar meio reservado onde não havia ninguém e parei encostada na parede, ela se posicionou na minha frente e me encarou meio confusa.

- Tá tudo bem? - ela perguntou me encarando - está sentindo algo?
- Eu estou bem - sorri - só precisava sair dali com você
- Ok - ela me encarava
- Vem cá - segurei sua cintura a puxando pra se encaixar no meu corpo.
- Hmm - ela gemeu me deixando ainda mais louca com aquilo tudo

Encaixei meu rosto no seu pescoço.

Subi uma mão até o seu cabelo enquanto beijava seu pescoço, senti Brunna cravar as unhas em mim e suspirar.  Puxei seu cabelo afastando nossos rostos e a encarei, ela me olhou e sorriu. Aquilo me fez entender como um sim, que eu podia beija-la. Me aproximei encostando nossos lábios devagar - eu queria desfrutar de cada detalhe daquele momento - fui aprofundando o beijo e pedi passagem com a língua. Brunna me apertou com mais força me encostando na parede, minha mão seguia em seu cabelo enquanto a outra passeava por suas costas até sua bunda que apertei com força a fazendo arfar.

Acordei dos meus pensamentos com o grito do Marcos invadindo meu banheiro.

- Marcos - gritei o advertindo - porra
- Tava na sirica né irmãzinha - sorriu debochado.
- Filho dumaaaa

Ele saiu gargalhando. Sério porque eu aguento esse ser?
Respirei fundo, finalizei meu banho e sai me ajeitando para deitar e tentar dormir.

Marcos estava no quarto sentado no sofá.

- Eu um dia ainda te mato - disse irritada
- Até parece, tu me ama garota
- Marcos eu acho que to apaixonada pela Brunna. - soltei de uma vez
- A tu acha? - debochou
- É sério porra - disse irritada
- Eu sei caralho - sorriu - sei a bastante tempo, esses teus ciúmes dela, essa tua necessidade de ter ela por perto, as preocupações. Fala sério Lud você tá de quatro a tempos maninha.
- O que eu faço? - perguntei
- Conversa com ela ué
- Mas ela é hétero - disse o que fez ele gargalhar
- A me poupe Ludmilla, vocês já se pegaram, onde que isso é ser hétero?
- Ela só fica com homens
- Tu e homem caralho? Deixa de desculpas né
- Faz tanto tempo e nós estávamos bêbadas e com fogo sei lá. Eu tenho medo
- Isso faz mas sentido que dizer que aquela lá e hétero - sorriu - se você acredita que gosta dela de verdade você deve conversar com ela.
- Eu tive a chance mais cedo. - admiti
- E não disse nada?
- Eu fiquei com medo. Sei lá Marcos, eu não quero perder a amizade dela.
- Você tem que entender que você não a quer somente como amiga.
- Eu entendo, agora eu entendo. Mas eu não sei o que eu faria se não a tivesse ao menos como amiga.
- Aí Lud, única coisa que posso te dizer é: busque sua felicidade, você merece ser feliz com a pessoa que ama, e se você ama a Bru você terá que se da a chance, terá que deixar esse medo de lado e conversar com ela.

Concordei com a cabeça e me aconcheguei na cama, eu sei que o Marcos tá certo, eu preciso deixar meu medo de lado e me entregar aos meus sentimentos antes que eu me machuque ainda mais.

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Acho que agora a Lud caiu na real em 🌚 aí gente me amém sério já vim postar mesmo dizendo que não ia eu sou um amor fala sério

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