Sentimentos

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Ignorar a Brunna tem sido a tarefa mais difícil dos meus dias, quando cheguei em casa depois de vê-la com o tal do Caio e vi suas ligações e mensagens logo imaginei que Mia tinha falado algo.

Bloqueei o número dela, era a única forma de não cair na tentação de responder ou atender suas ligações, eu sei que era inevitável não a vê-la afinal ela trabalha pra mim. Mas eu estava magoada, eu sei que não posso cobrar nada dela, mas as coisas entre a gente já não estava muito bem e ver que ela deixou de ficar comigo pra ficar com aquele imbecil me destruiu, parecia que nem mesmo nossa amizade importava pra ela.

Quando cheguei pra ensaiar e a vi lá toda linda meu coração disparou, como eu queria abraçar ela e sentir seu cheiro, aquele cheiro que eu tanto amava, ano passado no aniversário dela eu dei de presente um perfume 202 sexy e disse que esse seria seu novo cheiro, eu amava aquele cheiro, e sentir nela era mais gostoso ainda. Desde então ela vem usando, inclusive ela mesmo já tinha acostumado a comprar e a ter aquele cheirinho.

Eu a ignorei, ela por duas vezes tentou falar comigo e eu a ignorei. Quando ela me atalhou na saída eu tive que reagir, eu senti em sua voz o quanto ela estava magoada comigo. E acabei soltando um "se você não me quer diz logo" eu vi em seu olhar a confusão naquela frase. Merda. Quis sair dali como um foguete mas ela me seguiu e me obrigou a conversar.

Agora estamos no elevador subindo para o meu apartamento, eu quase nunca venho aqui, a Luane usa bem mais por ficar próximo a faculdade dela, mas eu sabia que ali naquele momento não teria ninguém e poderíamos conversar.

Assim que abri a porta e ela entrou atrás de mim meu coração que já estava acelerado saltava querendo sair. Ela se sentou no sofá e me encarou.

- Podemos conversar agora? Civilizadamente? - ela perguntou de forma doce.
- Sim - respondi como um sussurro, minha voz quase não saia.
- Senta aqui por favor - ela bateu no sofá ao seu lado, me sentei e ela continuou - Lud o que tá acontecendo entre a gente? - senti a tristeza em sua voz
- Eu não sei - admiti
- Porque estamos brigando tanto?
- Brunna eu preciso admitir uma coisa - eu falei tentando ponderar o que dizer
- Diga - ela me deu passagem após eu ficar em silêncio
- Eu não quero ser sua amiga. - seus olhos se arregalaram assustada - eu não consigo mais ser só isso.
- Como assim? - ela perguntou confusa e triste com aquela revelação
- Eu não sei se posso dizer com todas as letras o que é, não ainda, mas eu sei que esse sentimentos não são apenas de amizade - admiti, ela seguiu me encarando - eu não consigo mais ficar longe de você, eu sinto a sua falta todos os minutos que você não está, eu sinto ciúmes se outra pessoa está perto de você. Você me traz felicidade.
- Lud - ela começou mas a interromper
- Deixa eu terminar por favor - supliquei, segurando sua mão. - você me faz tão bem que não consigo explicar, Você é aquele sorriso que dou sem perceber. - senti meus olhos lacrimejando - eu preciso de você na minha vida Bru, eu sei que você pode não sentir o mesmo por mim e tá tudo bem, mas eu terei que admitir não será fácil ser só dia amiga.
- Lud - ela passou sua mão em meu rosto de forma meiga enxugando minhas lágrimas que caiam - eu - ela parou sem saber como continuar
- Tudo bem Bru, eu vou trabalhar para que sigamos amigas só me da um tempo - eu disse triste
- Não - ela disse rápido, a encarei assustada - eu não quero ser só sua amiga também, eu demorei pra entender, mas agora eu sei que eu estou apaixonada por uma mulher é essa mulher é você - ela sorriu de forma meiga e eu sorri junto - cada vez que te via com alguém meu coração partia e isso não fazia sentido mas hoje faz, hoje eu sei que era ciúmes, eu tava com medo desses sentimentos porque eu não imaginava que podia ser recíproco.
- Eu quero ficar com você Bru - admiti
- E eu quero ficar com você Lud.
- Podemos ver no que isso vai dar? - perguntei.
- Devemos - ela sorriu

Suas mãos que haviam ido até as minhas enquanto ela explanava seus sentimentos agora acariciava minha perna, me aproximei dela levando minha mão ao seu rosto acariciando de forma meiga.

- Eu sonho com nosso beijo todos os dias - admiti a fazendo gargalhar
- Tem sonhado comigo Ludmilla - ela sorriu de lado vindo pra cima de mim - muito bom saber disso - ela se sentou em meu colo com as pernas uma de cada lado e de frente pra mim
- Sim sonho todos os dias em poder te beijar de novo e sentir seu corpo - disse com a voz rouca, aquele ato dela me deixou quente.

Ela sorriu e aproximou seu rosto do meu pescoço beijando e me fazendo arrepiar.
Meu corpo estava quente, eu desejei tanto ter ela, mas eu sabia que não queria que nossa primeira vez fosse assim.

Segurei cintura e acariciei seu corpo, os beijos que ela depositava no meu pescoço subiram até ela alcançar meus lábios, ela passou a língua e me olhou sorrindo marota.

- Tá tentando me enlouquecer? - disse encarando aqueles olhos que ardiam de desejo
- Talvez - sorriu de lado e segurou meu cabelo e puxou
- Pqp - puxei ela e a virei a derrubando no sofá, fazendo ela sorrir

Sem enrolação busquei por seus lábios, eu precisava daquilo, nosso beijo já começou quente, nossas línguas 'brigavam' minhas mãos passeavam por seu corpo, Brunna apertou minha bunda o que me fez sorrir entre o beijo. Quando o ar faltou comecei a distribuir beijos por seu corpo, descendo meus lábios por seu pescoço e senti sei corpo estremecer. Chupei próximo a sua clavícula e a ouvir gemer o que fez meu corpo pegar fogo.

O clima estava cada vez mais quente, estava descendo minha boca para seus seios quando ouvi alguém destrancando a porta, praticamente pulei pra fora do sofá assustando a Brunna. Logo em seguida a porta se abriu revelando minha irmã que nos encarou. Brunna rapidamente se ajeitou no sofá assustada.

- Que pouca vergonha é essa aqui em? - gritou
- Porra Luane - disse irritada

Luane saiu jogando suas coisas pelo canto e se instalando, eu e Brunna nós encaramos sem jeito, ela estava super sem graça, a chamei pra perto de mim mas ela fez que não com a cabeça. Ela estava com vergonha.

- O cunhadinha, quer comer o que? - Luane perguntou me fazendo sorrir e Brunna estava estática sem reação - o XoxoBru to falando contigo - continuou sorrindo
- A eu não sei - ela disse por fim.
- Vou pedir pizza - Luane anunciou e saiu andando
- O Luane a Bru não come queijo - disse
- Eu sei garota lá em casa você sempre faz a gente ter opção com queijo e sem queijo pra ela. - disse e Bru me encarou com um sorriso bobo no rosto.

Luane pediu uma pizza sem queijo, sim o cara sorriu da cara dela mas mandou uma pizza de carne sem queijo, além de pedir uma com muito queijo inclusive na borda e uma doce.

Ficamos conversando as 3, minha irmã bem no começo não gostava da Bru, podia até mesmo ser medo de que eu me machucasse, mas com o tempo elas começaram a se entender, a se tornarem amigas, amigas blogueiras, e eu amava ver como elas se davam bem.

Depois que terminamos de jantar Bru disse precisar ir pra casa, me ofereci para deixá-la mas ela não quis, que era melhor não irmos nos expor em Nilópolis.

Eu sorri com aquela atitude, querendo ou não infelizmente é dessa maneira que tem que ser, e ela tem consciência de que se viermos a tornar tudo isso sério não poderei assumir, ao menos por um tempo. E eu fico feliz por ela entender e respeitar.

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Comecei logo o dia jogando na rodinha esse capítulo lindo que to apaixonada "você é aquele sorriso que dou sem perceber" essa frase me deixa no chão pq euzinha sou a louca dos sorrisos 😭

Me faz bem Onde histórias criam vida. Descubra agora