𝟔𝐭𝐡 𝐚𝐜𝐭: 𝐡𝐞𝐚𝐭

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eu costumo gostar das suas piadas rotineiras de quando você conversa comigo tarde da noite, costumo gostar da facilidade que você tem tem me deixar sem jeito. gosto da sua alma jovem e de todas as outras coisas sobre você andando de skate e eu indo bem alto com o meu balanço na pracinha. gosto da fluidez de sentimentos tão bobos que percorrem meu pescoço e que me fazem rir como se um anjo estivesse me fazendo cócegas.

gosto dos dias quentes de inverno que nós mesmas criamos quando a tinta acabou e precisamos entender que a história só acaba quando nós quisermos que acabe. a natureza selvagem que habita dentro de nós e as coisas simples que me fazem perder a cabeça quando tenho a certeza de que vão sair dos seus lábios de uma maneira bonita e aconchegante, dançando no vento como folhas junto com o seu corpo. eu gosto dos cachecóis pesados que você enrola no meu pescoço e vai desenrolando como se eu fosse um rolo de linha

somos pássaros livres correndo sem rumo, mesmo que saibamos voar, e suando como se não soubéssemos que vamos ficar doentes logo, logo.

nossos corações tocam música e a vida é uma caixinha de surpresas que espera de prontidão o momento perfeito para te fazer esbarrar no meu pé para me fazer cair e ralar o joelho.

talvez cair de um lugar alto ou até mesmo do seu skate quando você esquecer de pegar na minha mão porque vai estar ocupada demais filmando a minha queda num vídeo bonito que você vai colocar numa fita, mesmo que você saiba que pendrives são bem mais convenientes.

nossos cabelos ao vento me fazem querer estar viva, a sua mão se encaixa tão bem na minha e as nossas risadas são como luzes de natal piscando para sempre, eternizadas numa garoa fina e gelada o bastante para que nos faça tremer como dois cubinhos de gelo dentro de um copo mixuruca de suco de abacaxi.

o inverno não tem previsão nenhuma de acabar, e nós seremos a eterna noite de verão abafado e quente. vamos correr até não aguentar mais e gritar alto para a vizinhança inteira ouvir, que a juventude só é corrompida quando não se é vivida.

- 𝖕𝖆𝖗𝖆 𝖌𝖆𝖇𝖗𝖎𝖊𝖑𝖑𝖆, 𝖖𝖚𝖊 𝖗𝖊𝖛𝖎𝖛𝖊 𝖈𝖆𝖉𝖆 𝖚𝖒 𝖉𝖔𝖘 𝖒𝖊𝖚𝖘 𝖘𝖔𝖓𝖍𝖔𝖘 𝖉𝖊 𝖛𝖊𝖗𝖆̃𝖔

𝗃𝗎𝗅𝗒Onde histórias criam vida. Descubra agora