Capítulo 2

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- Peço desculpa, mas deve estar a confundir-me com alguém. – Respondeu Sophie rapidamente.

- Nunca te disseram que as bruxas não conseguem mentir umas às outras?

Sophie não sabia se devia revelar que a mulher estava certa ou se devia continuar a fazer-se desentendida. Como se manteve calada durante algum tempo, a mulher continuou a conversa.

- Sophie, eu sei que és uma bruxa. Sei, aliás, que és uma das irmãs. – Inclinou-se um pouco para a frente e entrelaçou os dedos. – Se me deres um mínimo de confiança, eu conto-te tudo o que sei.

Uns minutos mais tarde, Sophie e a mulher estranha caminhavam pela floresta, Sophie com os braços cruzados sobre o peito e a mulher com as mãos juntas atrás das costas.

- Pode pelo menos adiantar-me o seu nome? – Sophie começava a ficar impaciente.

- Brenda Brooks.

- Posso tratá-la por Brenda, então?

- Estás a vontade. Aliás, até prefiro.

- E vai dizer-me o que sabe, ou trouxe até aqui para uma armadilha qualquer? – A irmã interrompeu o passo e colocou-se em frente a Brenda, fazendo-a também parar.

- Bom, por isso é que me ofereci para ser a tua professora.

- Que, caso não se lembre, afinal não o vai ser.

Ignorando a impaciência de Sophie, Brenda contornou a bruxa e continuou a andar.

- Tenhas percebido ou não, sou uma bruxa. No entanto, tenho a certeza de que és muito mais velha do que eu.

- A Brenda realmente sabe quem eu sou, não sabe? – Sophie descruzou finalmente os braços. – Escuso de fingir.

- És uma das irmãs. As criaturas mais poderosas alguma vez criadas pelas bruxas. O vosso poder é indescritível, assombrosamente fora do normal.

- Se não é mais velha do que eu, como sabe acerca de mim e de Anne?

- A minha avó costumava contar muitas histórias acerca de vocês. Contava-me como vocês eram poderosas, corajosas. Mas as suas histórias nunca revelavam como vocês tinham surgido.

- A sua avó ainda está viva?

Brenda desanimou com a pergunta.

- Ela morreu um pouco antes de eu fazer 18 anos. Nunca ganhei coragem para lhe perguntar mais. Mas a verdade é que eu queria saber tudo.

- Pesquisou sobre nós?

- Não fiz outra coisa nos últimos anos. Comecei nos antepassados das bruxas, bem antes da linhagem a que pertencia a minha avó, e dei-me por satisfeita quando descobri o vosso paradeiro.

- E o que descobriu?

- Sei do ritual que vos criou, sei que ficaram desaparecidas durante milhares de anos, e agora estão a ser faladas. Sei que as bruxas raptaram Anne e tencionavam raptar-te também.

- Sabe como posso trazer a irmã de volta?

- Não, mas tenciono ajudar.

- Porquê? O que ganha com isso?

- Sophie... - Brenda aproximou-se da bruxa a sua expressão tornou-se muito séria. – Não sou a única que fica a ganhar. O mundo fica a ganhar.

- Como assim?

- Pelo que estou a ver, parece que não sabes o que acontece se tu e a tua irmã se tornarem rivais.

O coração de Sophie pareceu-lhe acelerar.

- O que quer dizer com isso? – Perguntou, um pouco receosa da resposta.

- Talvez não tenhas ainda a plena noção do quão poderosas tu e a tua irmã são. – Brenda respirou fundo e olhou a jovem nos olhos. – Se tu e a tua irmã se enfrentarem, o vosso poder criará uma catástrofe, uma explosão que levará à extinção de todas as espécies. Até do próprio planeta Terra.

Sophie ficou imóvel, quase sem respirar. O que Brenda acabara de lhe dizer era muito grave. A outra bruxa tinha razão: ela não tinha noção do seu poder. Mas só as recordações que tinha da explosão que formara frente a Anne. A nébula brilhante intercalada com faíscas e acompanhada pelo tremer de tudo à sua volta que, aos poucos, engolia tudo o que a rodeava. As bruxas que se iam apagando, não conseguindo sequer, todas juntas, enfrentar só uma das irmãs. O descontrolo e a dor que Sophie sentira no decorrer de todo aquele poder não lhe saía da cabeça.

Ou então quando, devido a certas desconfianças, decidira voltar à casa da primeira bruxa que conhecera e explodira com as traseiras da casa da bruxa com um feitiço que a fizera sentir tanto calor, tanta energia.

Se sentia que tinha todo o poder do mundo nas suas mãos, tanto que o seu corpo sofria em toda a sua totalidade, o que aconteceria se ela e Anne o usassem ao mesmo tempo, uma contra a outra?

- Sophie, eu percebo que é complicado aceitares isto...

- Não, a Brenda tem toda a razão. – Tentou aliviar a pressão que começara a assentir ao recordar do seu poder. – Eu sei do que sou capaz, mas não consigo imaginar o que eu e a Anne poderíamos fazer se nos enfrentássemos.

- Espero que nunca venhas a assistir os vossos poderes unidos num só.

- Mas... - Sophie contornou Brenda e sentou-se numa pedra baixa, perto de um arbusto. – A Anne quer algo que eu não posso aceitar. Não temos os mesmos princípios.

- As bruxas fizeram um trabalho no que toca a convencer a tua irmã de que o único destino das irmãs é dominar o mundo humano tal como há 2 mil anos atrás.

- Então... O que posso fazer?

- Tens duas opções, Sophie.

A irmã tremeu ligeiramente, pois idealizava uma resposta que não sabia se conseguia ouvir. Se a ouvisse, certamente não saberia como reagir. Ao ver que a jovem se manteve em silêncio, Brenda aninhou-se perante esta.

- Ou convences a tua irmã de que tudo o que ela quer cumprir é errado... - Sophie fechou os olhos como se não estivesse a suportar o que ouvira ou ainda ia ouvir. Brenda prosseguiu. – Ou terás que te aliar a ela, e cumprir os seus desejos.

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Desculpem pela demora, publicarei mais capítulos ainda esta noite!

Espero que estejam a gostar.

Boas leituras!

Origins 2Where stories live. Discover now