Capítulo Onze

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Helena continuava no buraco chorando abraçada a Zeus quando ouviu a voz dos irmãos se aproximando

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Helena continuava no buraco chorando abraçada a Zeus quando ouviu a voz dos irmãos se aproximando.

— Lena cê tá ai? — Fernando esticou a cabeça para olhar dentro da latrina. Os soluços sessaram e ela tentou se recompor. — Pedro ela tá aqui. Pega a escada.

— É pesada eu não consigo. — Pedro saiu resmungando. Ele sempre reclamava por receber ordens do irmão.

— Não chora irmã, a gente vai te ajudar a sair dai. Tá bom? — Seu irmãozinho era tão amoroso.

Os dois eram unha e carne, parecia até gêmeos. A diferença de idade era pouca, Fernando tinha dez e Pedro oito, Fernando como mais velho era quem ditava as ordens para Pedro que detestava isso, mas sempre o atendia entre os resmungos e choramingos. Em conjunto os dois conseguiram pegar a escada jogar no buraco e ajudá-la sair.

— A mãe mandou a gente atrás de você, vamos embora de novo. — Desgostoso Pedro deu de ombros. — Eu gosto daqui. A gente estuda e o Diogo deixa a gente mexer com os cavalos.

— Eu também gosto, mas a mãe e o pai quem manda. — Fernando sério alertou o irmão.

Era visível que ambos estavam tristes com mais esta partida. Eles gostavam do lugar e por sua culpa, por ter sido fraca demais estavam saindo dali. Quando os três chegaram tudo já estava na charrete, o pai e a mãe de Helena os esperavam.

— Vamos, subam. Temos um caminho longo até a rodoviária. O ônibus sai em três horas. Vamos pegar ele, arrumar um lugar pra passar a noite.

— Pra onde a gente vai pai? — Fernando do lado do pai perguntou cheio de curiosidade.

— Pras banda de Goiás.

Helena olhou para casa que ficou por sete meses e foi feliz. Com vergonha, abraçou firme Zeus e viu sua mãe lhe olhar. Aqui nesta terra sentiu que seu coração ficava, sentiu que o sentimento chamado amor morria ali naquela terra seca. Podia estar sendo tola e até estúpida, mas não era tão fácil deixar de amar Diogo. Ele a usou e tudo mais, porém ela se deixou levar por isso, se deixou seduzir. A culpa não era somente dele, só estava fazendo o que aprendeu a fazer como homem: Seduzir uma mulher. Ela quem devia ter se valorizado mais, quem devia ter respeitado sua mãe e seu pai, ouvido os conselhos. Só que agora o leite já estava derramado e não tinha como voltar atrás, somente seguir em frente e tentar se recuperar deste tombo que a vida lhe deu e se fechar para este tal amor.

Cinthia da janela de seu quarto viu quando a charrete saia como a família. O sentimento de alivio foi incrível. Seu filho estava salvo de se envolver ainda mais com aquela matutinha e estragar a vida promissora que teria com seu novo negócio. Ela não passou por tudo aquilo na vida para ter o seu primogênito com alguém que não julgava ser a mulher certa, podia estar sendo cruel em acabar com o coração dele, mas Diogo iria se recuperar e com a chegada de Karolina isso seria só o pontapé inicial para ela seduzi-lo e enfim casarem como sempre sonhou. Fazia muito gosto desta união, Karolina era bonita, estudada e com toda certeza lhe daria lindos netos, desejava muito ser avó dos filhos de Diogo.  Porém só de pensar na palavra netos, Cinthia sentiu o frio na espinha. Que Deus lhe ajudasse e que Helena não tivesse grávida. Isso seria horrível e com toda certeza a família iria exigir alguma coisa. Tinha que agir e começar a soltar a notícia de que eles foram embora porque a menina se envolveu com Edvaldo e estavam fugindo juntos. Só assim seu plano teria resultado, Diogo não iria acreditar se ela somente contasse que Helena fugiu com outro, tinha que manchar o nome dela na boca do povo. E assim ela fez, Suzana e a filha tiveram a árdua missão de manchar o nome da pobre menina para todos na cidade. As famílias distintas que conheciam eles quando souberam ficaram chocados e por fim Helena ficou falada como o pior tipo de mulher.

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