o Professor(ultima parte)

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- Explique professor. - Susan, que raramente ficava acordada, disse.
- A professora de História faltou e como eu estava sem fazer nada, no meu momento de descanso, cá estou eu tapando buracos.
- Tapando buracos hein professor? - Rick gritou fazendo todos gargalharem, até eu.
- Sempre, Rick. - Ele piscou para o garoto. - Mas eu gosto de ficar com vocês, então não é incômodo nenhum. - Os alunos bateram palmas, a maior anarquia era com Hero.
- Ficar conosco ou com uma senhorita chamada (s/n)? - Camila sussurrou após ver Hero virar de costas para nós. Eu ri.
- Iremos fazer uma brincadeirinha aqui hoje, está bem? - Todos prestaram atenção, brincadeira interessava os demais.
- Pode começar. - Greg animado? Isso era real?
- Fico feliz que esteja gostando da ideia, Greg. - Hero riu e o menino ficou envergonhado. - A brincadeira consiste em vocês virem aqui responder algo aleatório que eu vou pesquisar na internet e quem errar os amiguinhos vão indicar um mico pra pagar aqui, certo?
- Adorei, professor. - Rick riu travesso. Isso ia dar merda!
- Vamos começar. - Olhou seu celular. - Greg, venha você primeiro. - O menino desajeitado se levantou. - Nome verdadeiro da cantora Camila Cabello. - Todos gargalharam.
- Camily? - Greg sugeriu após suar muito. Eu ri demais.
- Resposta errada. - Hero disse. - e Karla.
- Ah professor, isso não é uma pergunta interes…
- Ele vai ter que dançar alguma música brasileira. - Rick gritou.
- Samba! - Susan sugeriu.
- Funk. - Camila falou gargalhando divertindo a todos. - Já vi a (s/n) tentando dançar e é incrível.
- Você sabe dançar, senhorita (s/s)? - Hero parecia interessado.
- Não. - Fiquei envergonhada. Oh boquinha frouxa, Camila!
- Vamos ver um vídeo ensinando a dançar Funk. - O professor riu. Greg dançou e foi super escroto, rimos muito dele e foi divertido esse momento. - (s/n), pode vir aqui.
- Pode escolher outra pessoa.
- Não, não. Quero você, vem aqui. - Ergueu o piloto para que eu escrevesse no quadro e eu fui contrariada. - Faça um desenho e se a Camila acertar você se salva, se não…
- Isso não é pergunta, professor.
- Mas é uma dinâmica. Comece. - Comecei a desenhar e vez ou outra, ao olhar pra Hero, eu notava que ele encarava a minha bunda. Homens…
- Pronto. - Olhei pra Camila.
- É um besouro?
- Tem que ser resposta, não pergunta. - Hero disse rindo.
- É um besouro.
- (s/a)? - Hero me induziu a dizer o que era. Droga!
- É uma barata. - Olhei raivosamente para a minha amiga que encolheu os ombros, virei para ver Hero e ele ria sapeca.
- Eu sugiro que ela faça alguma dança sensual aí na frente. - Rick mexeu-se em sua cadeira entusiasmado.
- Não, ela deve beijar você Rick. Esse é um mico dos grandes. - Susan falou, todos concordaram e eu me senti ferver de vergonha.
- Não! - Hero disse de repente. - Essa brincadeira já foi longe demais. - Fechou a cara e recolheu suas coisas. - Podem ir embora, estão liberados. - Disse sério.
- Amanhã a gente se fala. - Eu disse a Camila que concordou com a cabeça.
- Está pronta? - Ele perguntou quando todos saíram.
- Sim, vamos?
- Vamos. - Seguimos juntos até o estacionamento. Eu estava preocupada porque se alguém da diretoria ou algum professor nos visse juntos poderia dar problema para o Hero. - Você beijaria o Rick se eu não tivesse interrompido?
- Sim. - Ri.
- Sério (s/n)? - Virou-se de lado no banco do carro para me encarar indignado.
- Estou brincando, bobo. - Estiquei-me para beijá-lo. - Você comprou o doce daquela garota do pátio?
- Sim, entreguei quando cheguei.
- Hm.
- O que foi?
- Nada. Adorei saber que você está distribuindo doces para as suas alunas.
- Ciúme bonitinho.
- Bonitinho é a minha mão na sua cara, Fiennes. Acho bom você se comportar, principalmente agora que somos oficialmente namorados. - Ele riu. - Ou não?
- Sim, claro. É que eu queria fazer algo romântico para pedir pra voltarmos e tal… - Ele já dirigia para a minha casa.
- Ah, desculpe. - Ri. - Mas eu estou tão feliz, tão feliz que nem ligo pra essas coisas.
- Eu sei. - Riu, pegou minha mão e a beijou.
Chegamos em minha casa e logo Hero se esparramou no sofá, fui até a cozinha e peguei algo para nós comermos e bebermos. O sorriso dele poderia iluminar a casa inteira e junto com o meu a cidade toda.
- O que fazer com você, hein? - Falei retirando seus pés do centro da sala. - Se minha mãe notar algo fora do lugar quando voltar ela me mata.
- Eu arrumo tudo depois.
- Sei bem. - Cerrei os olhos e ele me pegou pela cintura para que eu sentasse em seu colo.
- Poderíamos fazer algo mais divertido. - Beijou meu pescoço e eu me levantei.
- Não! Você vai me contar porque noivou com a Ianna sem sequer gostar dela. - Hero revirou os olhos e suspirou.
- Vamos lá… É aquela questão de famílias.
- Que questão?
- Ah (s/a), não vai dizer que você não notou?
- Notei o quê? - Ele riu.
- Que eu vim de uma família tradicional.
- E como eu saberia disso?
- A decoração ridícula da minha casa.
- Eu gostei.
- Foi toda feita por minha mãe. - Revirou novamente os olhos.
- Sério?
- Sim. Inspirada na casa que tínhamos na França, eu juro que odeio aquilo tudo, só não me mudei ainda porque não quero magoar meus pais.
- Eu não tinha percebido isso. - Todas as vezes que eu fui na casa dele eu ficava tão eufórica por estar lá que nunca percebi essas coisas.
- E essas bobagens de família me fez pedir a Ianna, que é de uma família aristocrática francesa, em casamento. Meus pais ficaram tão orgulhosos que eu achei que estava fazendo a coisa certa.
- E como chegou a ser professor?
- Foi a única exigência que eu fiz a meus pais após pedi-la em casamento, como um prêmio por fazer esse sacrifício.
- E por que se você não precisa?
- Porque eu gosto de passar o que eu sei para os outros, aquele típico papinho de professor, amor. - Levantou-se do sofá e foi até onde eu estava sentada e me beijou.
- Por isso que foi o único que não ligou quando o salário dos professores atrasou. - Falei fazendo-o gargalhar.
- Isso mesmo. - Beijou meu pescoço. - Podemos ir para a parte que interessa realmente?
- Você não tem jeito, Fiennes. - Eu ri abraçando-o.
Hero fez com que eu deitasse no sofá, separou minhas pernas após retirar meu short e beijou dos meus pés até minha barriga. Minha blusa foi parar no chão da sala rapidamente e logo senti a boca de Hero entre meus seios enquanto suas mãos exploravam o resto do meu corpo, eu já estava nua e pronta pra retirar a cueca do meu namorado, mas um barulho de algo sendo jogado na porta principal nos assustou.
- Hero, eu sei que você está aí seu canalha! - Alguém gritou do lado de fora da minha casa. - Abre a porta que eu quero ver a cara da sua namoradinha nova.
- Hero, é a Ianna? - Perguntei assustada. Os vizinhos deveriam estar comentando já.
- É. Fique aqui. - Beijou minha testa e levantou-se enquanto colocava rapidamente suas roupas.
- Não, eu vou.
- (s/n), por favor. - Ele pediu e saiu da casa. Coloquei minhas peças de roupa o mais rápido que pude e fui atrás dele. - Ianna? Está fazendo o quê aqui?
- Eu só queria olhar nessa sua cara de cafajeste e dizer que eu te odeio. - Ela continuou a gritar.
- Pare de fazer escândalo. Nem parece que foi tão bem educada.
- O que me importa isso? Nenhum homem é capaz de me amar!
- Você vai encontrar alguém, é super engraçada, gentil…
- Mas não fui capaz de te manter comigo.
- Porque eu me apaixonei por outra.
- Quem é ela? Me diz Hero, eu preciso saber.
- Não pre…
- Sou eu. - Falei saindo de trás do Hero. - O que quer comigo?
- Você? - Me olhou com as sobrancelhas erguidas e riu alto. - Ai meu Deus, sério mesmo?
- Sério Ianna, por quê? - Hero perguntou.
- Ela é uma criança, Fiennes. É uma priminha sua?
- Não, ela não é criança e não é minha prima.
- Sou aluna dele e com muito orgulho da minha idade.
- Ah, eu lembro de você. - Ela cerrou os olhos e Hero me apertou pela cintura me mantendo segura. - É aquela menina que veio me perguntar do Hero no carro, não é?
- Sim, sou eu.
- Vocês já…
- Já namorávamos. - Hero disse. - Eu nunca te amei, eu te disse isso.
- Desgraçados! - Gritou e subiu as escadas da minha casa, Hero puxou-a pra longe de mim. - Eu te odeio, Fiennes. Vou acabar com a imagem da sua família, pode se preparar.
- Faça o que quiser. - Ele disse breve, soltou Ianna com agressividade e me levou de volta pra casa. - Desculpe por isso.
- Não há problema, pelo menos ela soube de nós.
- Eu fiquei orgulhoso de você. - Ele riu beijando minha testa. - É assim que eu quero que você se comporte, enfrente quem quer que seja se disser que não somos suficientes um para o outro. Só nós dois podemos saber isso.
- Pode deixar. - Sorri e o beijei.
- Onde paramos?
- Eu sei exatamente. - Retirei minha blusa e fui até ele pra tirar a sua também.
Quando minha mãe e minha irmã chegaram de viagem Hero quis logo conhecê-las e pedir a minha mãe para namorar comigo, o que eu achei bobo de sua parte, era só avisar que estávamos namorando e pronto, mas ele disse que fazia parte de sua educação e não abria mão disso. Conheci a sua família e devo dizer que me senti um peixinho fora d’água, mas sua mãe, ainda um pouco relutante, disse que me ajudaria a me acostumar com essas coisas de família tradicional e para agradar o Hero eu decidi aceitar. Na escola ele foi demitido, um professor não podia ficar com uma aluna e a diretoria não aceitou, como era de se esperar. Ele me disse que estava feliz, mas eu sabia que estava chateado. Confesso que me senti culpada, mas o Hero deixou claro que era por uma ótima causa.
- Você é mais importante que tudo. - Ele disse e me beijou. - O único dia que me fará ficar triste envolvendo você será se caso você venha me deixar.
- Então quanto à mim você nunca vai ficar triste. - Falei fazendo-o sorrir.
- Eu sei. Vamos embora?
- Sim. - Ele deu mais uma olhada na fachada da escola, suspirou e abriu a porta do carro. - Você ainda pode vir me buscar aqui.
- E eu farei. Achou que agora iria ficar livre de mim na saída do colégio?
- Nunca esperei por isso. - Ri.
- Olha, pensando pelo lado bom agora eu poderei bater no Rick caso ele venha se engraçar para o seu lado.
- O que nunca aconteceu.
- Tem certeza? - Cerrou os olhos e eu gargalhei. - Ah, sim.
- Você vai procurar outra escola pra ensinar?
- Sim, eu vou.
- Ai de você se encontrar outra (s/n) por lá.
- A que eu amo só existe uma, tenho certeza. - Beijou minha mão.
- Eu acho bom que seja assim mesmo. - Ele riu.
- Eu te amo.
- Te amo mais, professor Fiennes.
- Não sou mais seu professor.
- Sempre será meu professor, acha que eu vou te deixar em paz? Agora é que eu vou mesmo tirar minhas dúvidas de Geografia com você.
- Senhor, me ajude! - Ele disse erguendo as mãos me fazendo rir. Eu sentia minha vida mais completa, perfeitamente completa, e isso só se deu por conta de sua presença, saber que finalmente ele era meu sem mentiras e sem segredos.

Imagine  Hero Fiennes TiffinOnde histórias criam vida. Descubra agora